Anarquistas Amelie Pillierst, Carlos López Martin e Fallon Poisson sequestradxs a 5 de Janeiro e detidxs sem direito a fiança na cidade do México

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Recebido no email:

Segundo nos informa o Coletivo informal anticarcerário !presxs a la calle!, no domingo, 5 de Janeiro, por volta das 10 da noite, dois núcleos de indivíduxs vestidxs de negro atacaram com pedras e coktails molotov as instalações da Secretaria de Comunicações e Transportes (SCT) assim como uma concessionária NISSAN, causando danos nos imóveis e em vários automóveis.

No ato contra a SCT, é reportado que os polícias federais que guardavam o edifício dispararam primeiro para o alto como forma intimidatória e depois dispararam em repetidas ocasiões diretamente para o corpo dxs compas sem resultar nenhum ou nenhuma feridos. As pessoas envolvidas, segundo a PGJ-DF, são as três pessoas detidas: Fallon Poisson (de origem Canadense), Amelie Pillierst (de origem Canadense) e Carlos López Martin (de origem Mexicano).

Xs três são companheirxs anarquistas, participantes em vários projetos e iniciativas de afinidade. Depois de terem permanecido quase dois dias numa agência da PGJ (polícia local), acusados de danos, na madrugada de 7 de Janeiro foram transferidxs para as instalações da PGR (federal) onde mudaram a acusação para associação delituosa, terrorismo, danos e sabotagem, tendo a PGR alargado a sua detenção por mais 2 dias.

Foi permitido passar alimentos axs compas e no momento estavam bem, apesar das ameaças e interrogatórios enganosos.  Um companheiro advogado está em comunicação com elxs e já lhes explicou o que se está a passar.

Para atualizações sobre o estado dos 3 compas, visita o blog solidário: fuego a las carceles.
Para comunicação: fuego_a_las_carceles@riseup.net  ou ao e-mail da Cruz Negra

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Buenos Aires: Mural Solidario!

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“Pela destruição do sistema carcerário. Cumplicidade e solidariedade com xs anarquistas presxs no mundo.”

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Atenas, Grécia: Manif contra as prisões na véspera de ano novo em Koridallos onde muitos anarquistas são mantidos em cativeiro

Retirado de Contra-Info:

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Na manifestação deste ano, a solidariedade foi vigorosamente expressa tanto de dentro como de fora das prisões, em Koridallos. Aproximadamente mil pessoas concentraram-se, antes de meia-noite, e começaram a entoar alto palavras de ordem. Diversos companheiros soltaram fogos de artifício enquanto presos faziam barulho e lançavam objetos em chamas das janelas das celas. Um pouco depois, a multidão saíu do parque à volta da prisão de homens para um estacionamento em frente à prisão das mulheres, polícias anti-motim usaram lacrimogêneo para conter a grande manifestação, perseguindo manifestantes nas ruas próximas. Quatro detenções foram relatadas.

Fogo às prisões!

link do vidéo:

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Lima, Perú: Primeira Feira do Livro e Propaganda Anarquista

Retirado de Contra-Info:

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A tod@s @s companher@s, conhecid@s, amig@s e pessoas por conhecer:

A 1 e 2 de Fevereiro realizar-se-á em Lima, a 1ª Feira do Livro e Propaganda Anarquista. Motivados pelas distintas iniciativas afins à construção de espaços libertários, realizadas em distintas regiões do planeta e também pela necessidade de continuar a construir instâncias anti-autoritárias nesta cidade, isso incentivou-nos a impulsar este projeto.

O mesmo, também procura ser impulsionador do desenvolvimento das distintas ferramentas culturais da ideia acrata, sejam elas livros, películas, zines, discos, fóruns, grupos de teatro e a uma larga e longa lista que faz parte da história do movimento anarquista em toda uma gama de conhecimentos direcionados à supressão do atual sistema hierárquico como é a história, educação, a arte, etc.

Sem mais a dizer, convidamo-vos a participar deste projeto, do jeito que entenderem, já que este projeto é erguido por todos e todas, e o intercâmbio de experiências e conhecimentos enriquecerá-nos-á a tod@s.

O blogue estará ativo a partir da primeira semana de Janeiro, por agora todo o contato e informação se fará por via mail: feriaanarquistalima@riseup.net

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México: A polícia sequestra, interroga, agride e deporta o compa Gustavo Rodríguez

Retirado de Contra-Info:

Mexico: A policia sequestra, interroga, agride e deporta o compa Gustavo Rodriguez.

 Ha algumas horas o companheiro Gustavo comunicou depois de ter permanecido desaparecido desde o passado dia 29 de Dezembro. Brevemente relatou-nos que foi detido por agentes federais e que foi submetido a fortes interrogatórios. Gustavo comenta que foi agredido e que passadas umas horas, e não o podendo acusar de nada, foi deportado para os Estados Unidos.

Esta deportação faz parte da política anti anarquista que o governo mexicano começou a implementar desde há meses, pelo que convidámos a estarem atentxs ao que pudesse ocorrer nos dias seguintes.

Agradecemos a todxs xs que difundiram o comunicado sobre a desaparição de Gustavo e pedimos que esta nova informação seja difundida.

Solidariedade com Gustavo!
Liberdade a todxs!

Cruz Negra Anarquista

Cidade do México: Desaparição do compa Gustavo Rodríguez

Companheiros tentaremos ser o mais breve possíveis mas objetivos.

Desde o fim da tarde, quase à noite, de 29 de Dezembro, o último día das Jornadas informais anarquistas – Simpósio anarquista internacional, e até ao dia de hoje, o companheiro anarquista Gustavo Rodriguez Romero ainda não tinha aparecido.

Na tarde de 29, aproximadamente às 7:30 da tarde, o companheiro Gustavo partiu sózinho do auditório Che Guevara para se dirigir ao metro Copilco, com vista a se reunir mais tarde com a sua companheira de vida, para empreender a viajem de regresso a casa. Coisa que nunca aconteceu, pois Gustavo não chegou.
Cinco minutos depois da partida de Gustavo uma companheira, que permanecia no evento mencionado, recebeu uma chamada do telefone de Gustavo na qual se escutavam sons estranhos e após uns segundos cortou-se a ligação. Ante a suspeita a companheira marcou o número em repetidas ocasiões mas não obteve resposta e deu por assumido que mais tarde se informaria como haviam combinado.

Na tarde de ontem, 30 de Dezembro, a mesma companheira recebeu uma mensagem da companheira sentimental e de vida de Gustavo, perguntando por ele e dizendo que não havia chegado a casa, e que quando isto chega a acontecer ele avisa sempre e nunca deixa de telefonar, pois Gustavo não brinca com coisas deste tipo nem tampouco é de ir em paródias (festas)ou coisas assim.

Até à manhã de hoje não pudemos encontrá~lo em nenhum lado, nem em hospitais, nem em esquadras de polícia, nem no centro de detenções para estrangeiros, dado que ele nasceu em Cuba e tem passaporte norte-americano, não o localizámos em nenhum lado. A PGR (Procuradoria Geral da República)disse que não têm sob retenção nenhuma pessoa com este nome.

Queremos sublinhar que isto aconteceu no meio de um clima assédio por parte da polícia da GDF, começando quando vários coletivos anti autoritários, anarquistas e libertários afins regressavam ao conhecido auditório Che Guevara que se situa na faculdade de filosofía e letras da UNAM mas que se intensificou quando començou o Simpósio Internacional Anarquista / Jornadas informais anárquicas. Desde aí até  hoje, os companheiros que entram e saem do auditório têm sido insultados, tiram-lhes fotografias, seguem-nos a pé e de automóvel, também têm enviasdo «jornalistas» camuflados para fazerem perguntas comprometedoras, etc.

Gustavo Rodríguez é um companheiro anarquista de 54 anos, que tem escrito uma infinidade de artigos sobre política social, enfocados, na sua maioria, no anarquismo assim como tem realizado importantes contribuições para o desenvolvimento da perspetiva anarquista insurrecional. O seu último trabalho foi ele, ele o compilador base para a edição do livro «Que se ilumine a noite!» Génesis, desenvolvimento e auge da Tendência informal anarquista no México, editado recentemente pelas edições Internacional Negra. Ele tinha ido ao Simpósio Informal Anarquista para participar dando uma palestra para a qual foi convidado, palestra essa sobre “O anarquismo, a insurreição e a guerra social”.

Queremos salientar que o companheiro Gustavo recebeu também represálias verbais e escritas por parte de alguns grupos da ezquerda revolucionária, ante as múltiplas críticas que ele realizou acerca destes grupos esquerdistas, tendo entre essas respostas também havido lugar para tentativas de o evidenciar e de o assinalar como “líder”, o cabecilha de grupos de ação anarquista que têm atuado no contexto anarquista e na geografia mexicana.

Exigimos a apresentação com vida do companheiro Gustavo Rodriguez Romero!

Assinalamos como principal responsável o Governo do Distrito Federal por esta desaparição forçada, dado o clima de assédio e repressão contra xs anarquistas que se tem vindo a desenrolar nos últimos meses!

Incitamos a solidarizarem-se, pois a solidariedade é a nossa arma!

cnamexico@riseup.net
solidaridad_gustavo_anarquista@riseup.net

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Com Lágrimas nos Olhos, com os Punhos Fechados. Tradução de algumas palavras após o assassinato do companheiro Angry (Sebastian Oversluij Seguel) por um guardiã bancário durante um assalto no Banco de Estado de Santiago do Chile.

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Nota de Cumplicidade:

A simples situação de estar vivo é estar num constante desafio com a morte. Há aqueles/as que ousam, a flertam, se esquivam de seus beijos e vivem com toda intensidade até o momento fatal de seu abraço profundo. Outros/as se resignam a apatia, a obediência e de igual maneira cedo ou tarde são envolvidos no profundo abraço da morte “vivendo” uma vida morna, de insonso sabores e ausente de utopias. Nas relações entre os seres (inimigos/as das imposições) o que um não quer dois não fazem, com a morte a linguagem é outra se ela quer ela vem e nos envolve quando a desafiamos, quando vivemos.

Sebastián Oversluij Seguel o “Angry” nosso companheiro que vivia do outro lado da cordilheira dos andes em Pudahuel, Santiago, Chile viveu em concordância com suas ideias de inspiração anárquica, irmanando ideia e ação, pensamento e prática. Uma busca de vibrante intensidade entendendo que são amplas as possibilidades as quais podemos nos valer para buscar vivenciar a anarquia, recuperar nossas vidas, combater o sistema de dominação e atacar esta sociedade carcerária, a propriedade privada, suas leis e códigos morais. Angry viveu e morreu combatendo esta sociedade e através deste fato nos irmanamos com este guerreiro que partiu. O queremos do fundo de nossos sentimentos/instintos indomáveis. Sabemos que uma pessoa somente morre quando ninguém mais toca em seu nome, ninguém mais recita suas poesias, canta suas canções de “Palabras en Conflicto”, ou não relembra mais no clarão de uma fogueira seus feitos, seu sorriso, suas façanhas. Desde de nossa parte não deixaremos Angry morrer. E é por isso que traduzimos estas reflexões de seus/suas companheiros/as próximos, palavras grifadas de transbordante amor e ódio nas quais nos identificamos fervilhando nosso sangue insubmisso.

 Sebastián Angry Presente !!! Jonny Cariqueo Presente !!! Punky Mauri Presente !!! Samuel Eggers Presente !!! Nicolás David Neira Presente !!! Carlo Giuliani Presente !!! Alexandro Grigoropolulos Presente !!! Hoje & Sempre Presente !!! Nossos mortos vivem em nossas ideias e sentimentos, em cada barricada, em cada incêndio, em cada ato insubmisso e anárquico destrutivo e construtivo … 

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Com Lágrimas nos Olhos, com os Punhos Fechados:

 “O silencioso andar insurrecto, os passos meticulosamente pensados, detalhados, é a voz da coerência, de enfrentar o mundo da violência cotidiana e sistematizada, e nos lançarmos na deliciosa ideia da liberdade. Conversações clandestinas que culminam na preparação dos fatos. Não há tempo para pausas, é a urgência de ser livres a que nos empurra tomar pouco e arriscar tudo. Faltam poucos minutos para fazer-lhes saber que sempre estivemos aqui debaixo de seus narizes, minhas mãos suam, o frio do metal que cuspiremos nosso ódio está disposto, bem preparado, oculto, sempre oculto. Tudo deve ser uma surpresa para eles/as, os/as eternos/as defensores/as da ordem burguesa, por nossa parte tudo é acordo e organização. Nossas roupas se acomodam ao lugar e a hora, nada é casual, o nervosismo próprio de colocar-se cara a cara com inimigo e não saber se esta vez sairemos honrosamente. É o caminho que decidimos levar fazem já vários anos, construindo grosseiramente a pulso. O tempo parece estar morto, tudo se vê asquerosamente tranquilo. Repasso o combinado, tu lá, eu aqui, nossos bolsos vazios, preparados para serem recheados de dinheiro, nunca será de nossa propriedade o que hoje viemos a subtrair do fluxo mercantil de uma vida morta, vivemos por uma ideia de liberdade que não abandona. Uma vez mais lhes faremos saber que sempre estivemos aqui. É hora de entrar !”

“Uma barraca cor verde oliva impede ver o interior da sucursal do Banco Estado localizada na avenida La Estrella, em Pudahuel. Os impactos de bala que atravessaram as janelas e uma arma de guerra descansando no piso dão a fotografia do violento roubo que ontem afetou o recinto bancário.”

Esta era a forma como alguns de nós nos tomamos conhecimento dos dolorosos detalhes da ação que protagonizaste na quarta-feira 11 de dezembro de 2013, quando junto com outras pessoas, te dispuseste a recuperar parte da mercadoria roubada pelos ricos/as e poderosos/as deste país. E é que a voracidade da guerra te levou a mais de um projeto. Entendeste a coerência entre o dizer e o fazer, e soubeste combater as condições paupérrimas com as que se levantam estes sonhos. O roubo, a expropriação, não somente o dinheiro, senão também do tempo de trabalho assalariado que recuperamos é o que os chama a utilizar uma das ferramentas mais manipuladas pelos rebeldes da história. Compartilhamos tua decisão: Há que contribuir na luta, e entregaste o melhor de ti.

Aquelas esperanças que almejaste acreditaram vê-las sepultadas junto com teu corpo crivado debaixo das balas mercenárias de um miserável peão do Estado/Capital, porém se equivocaram em uma só coisa: Nossas ideias de liberdade não morrem. Nos irmanamos com cada forma de propaganda que utilizaste, valorizamos tua entrega total e por completo, e isto é o que hoje reivindicamos. Sebastián Oversluij Seguel morreu de pé, lutando, feliz, combatendo as misérias deste mundo, assaltando um centro de acumulação de riquezas, e nós, a pesar da profunda dor que sentimos com tua partida, nos alegramos de haver tido a felicidade de conhecer-te em vida, de haver cruzado caminhos e compartilhado sorrisos.

Hoje podemos ver todo aparato do Estado. A imprensa sempre servil ao regime dos/as poderosos/as, junto com os policiais e promotores se dão tapinhas nas costas, felicitando-se mutuamente pelo bom trabalho, lançando grosseiras declarações com as que somente tentam esmagar o entorno próximo ao companheiro. A caçada se desatou, invadindo casas, instigando companheiros/as, e buscando pessoas. Por tanto o momento compele a entrega máxima de vontade e compromisso, ação e coerência.

Saudamos a vida combatente de Sebastián, sua entrega desinteressada, e sua luta permanente, que muitos/as poderão comentar (para bem ou para mal, já pouco importa), porém poucos/as se atreveram a caminhar. Saudamos também a seus próximos que compreendem que parte do caminho insurrecto é, paradoxalmente, morrer lutando. Reivindicaremos de agora em diante teus passos perigosamente livres.

Pelos/as caídos/as de ontem, de hoje. Pelos/as que virão.

Guerra ao Estado/Capital!

Viva a propagando pelo fato!

Sebastián Oversluij: Presente!

 Esquadrão InsurrectoVerdenegro, Autos para Barrikadas, Célula Anticlerical Hortensia Quinio, Circulo Iconoclasta Michele Angiolillo, Núcleos Antagônicos da Nova Guerrilha Urbana, Anónimxs pela Destruição, Amigxs da Pólvora, Fração Heterogênea de Weichafes Libertários, Célula Antiautoritária Insurrecional Panagiotis Argyrou-FAI/FRI, Célula larga vida a Ilya Romanov, Conselho Guerrilheiro Urbano Insurrecional-Claudio Lavazza Lanza Pankfletos.

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Chile: Quiseram deter teu germe porém irrompeste no escombro para alcançar o sol         

“Nego o direito a julgar-me a todos aqueles que não entendem a voz de meu anseio, o uivo de minhas necessidades, a motivação de meu espirito, a dor de minha mente, a emoção de minhas idéias e a angústia de meu pensamento. Porém somente eu entendo tudo isto. Querem me julgar? Bem, faça! Porém nunca poderá julgar meu verdadeiro ser! Em seu lugar vai julgar o “eu” que tu mesmo inventou. Quando crer que me tenha entre tuas mãos para esmagar-me, eu estarei no alto, rindo na distância.”

Angry…

Durante a manhã de 11 de dezembro o companheiro e irmão antiautoritário Sebastián Oversluij Seguel é assassinado por Wilson Vera, um bastardo guarda de segurança de uma agência do Banco Estado localizada no município de Pudahuel, região metropolitana de Santiago.

Isto depois da tentativa de assalto evitado pelo miserável guarda do poder que protegeu com sua vida os interesses dos/as ricos/as donos do país e do mundo, disparando-lhe 5 balaços no corpo, dois deles alojando-se em sua cabeça. Dois companheiros foram detidos nas proximidades do lugar, Hermes González e Alfonso Alvial, quem hoje se encontram enclausurados na Seção de Máxima Segurança da Cárcere de Alta Segurança (CAS) em prisão preventiva por sua suposta colaboração.

O ANGRY…

Quando cai um dos nossos, as emoções são difíceis de expressar. Por isso também, escrever algo de imediato é algo que é necessário, porém custa … E como custa! Por que a dor nos invade, a angústia corrói e as opções são reagir e fazer frente a horrível experiência de se despedir de um irmão, com tudo que isto implica.

Não muitos/as o conheciam por seu nome, lhes chamávamos e o conhecíamos como “Pelao Angry” (autodenominação inspirada depois da leitura do livro “Angry Brigade”). Se autodefinia como antiautoritário niilista insurrecto, também como anti-social, ao estar contra a estrutura social que sustenta este sistema de vida. Um companheiro que levantou muitos projetos contra o poder e a dominação, cantava Rap em um grupo chamado Palavras em Conflito, suas letras apontavam desde a liberação animal até o chamado a sabotagem, o roubo, a auto-educação e a revolta.

Se via Angry em atividades de diversas instâncias de luta, marchas ou eventos sonoros solidários igualmente na rua, lutando contra o poder.

Nestes últimos anos se aproximou bastante da terra, esta era seu respiro e energia, cada contato com a natureza eram momentos de liberdade. Levantou hortas, destas que ninguém compreendia porque se distanciavam das estruturas dos livros, eram hortas caóticas e o melhor era que as plantas e alimentos cresciam belos. Se caracterizava por brincar em cada bosque e pedacinho verde que via … e é que era como um macaco!!! Sempre quis fazer uma casa na árvore, no mais alto, onde somente ele podia chegar graças as suas habilidades.

Um companheiro alegre, inquieto e sorridente. Ao mesmo tempo muito sensível, destes que deixam cheiro de nostalgia e que sempre estão aí com abraço caloroso, com uma palavra de alento ou com um simples olhar porém certeiro olhar cúmplice para levantar-te. Com a mais ativa, solidária e transparente vontade.

Deixou com nós a sua querida filha e família, deixou com nós suas letras, canções, poesias, pinturas, ilustrações, vídeos, adesivos, e muitas expressões do que acreditava e pensava. A criação sempre esteve ao seu lado, e isto é algo que nos recordará que segue aqui junto a todos/as os/as que lhe amamos e amaremos para sempre.

Não mentiremos, custa manter-se de pé, nos arrebataram um dos nossos. No entanto, nosso amor e convicção nos mantem. Agradecemos todos gestos solidários e de apoio, tanto dos companheiros/as sequestrados/as pelo Estado como daqueles anônimos/as que se fazem presentes com suas palavras e atos, múltiplos e diversos, inclusive com qualificativos berrantes que não compartilhamos, porém entendemos que a solidariedade não tem receitas, e todos estes gestos são lampejos que iluminam esta imensa penumbra.

O Pelao Angry se distanciou em corpo, porém nos acompanhará sempre, com seus raps, com sua arte, com suas plantas e suas sementes, com sua bela e indomável vontade criadora. Não te veremos amanhã companheiro, nem depois de amanhã, nem nunca mais por entre as ruas, mesmo que sabemos que estarás aí, te sentiremos e estarás aí … “segue nos recordando a vida companheiro”

Acompanhar a nosso irmão, a sua família e companheiros/as até sua incineração se desenrolou dentro de uma marcha cheia de faixas que difundiam as idéias que compartilhamos juntos/as, pichações nas paredes que propagam o acionar contra a dominação e o poder, gritos cheios de dor, força, raiva e solidariedade:

Companheiros/as Sebastián Oversluij Seguel, Jonny Cariqueo, Mauricio Morales, Claudia Lopez Sempre Presentes !!!

Por que um companheiro como ele e tantos/as outros/as caídos em combate alimentam a vontade de fazer a Guerra a Sociedade.

Companheiro Sebastián Oversluij Seguel Presente !!!

Companheiros Alfonso Alvial e Hermes Gonzáles de volta as Ruas !!!

Contra Toda Autoridade: Guerra a Sociedade !!!

 

* Na continuação uma engenhosa canção contra o cárcere do companheiro Sebastián, Angry, desde “Palabras en Conflicto”

-Prisionero- https://www.youtube.com/watch?v=45qv5dPOn5Q

“Entregues a guerra sem parar, disparar, boicotar, o risco sempre estará. Anonimos dando o passo a revolta!”

“… Poderemos tirá-los a rua, observa bem, proponha, engenhe um plano junto com teu grupo de afinidade claro esta detrás das grades nossos compas já não podem mais”

Discos do companheiro, desde Palabras en Conflicto

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Hip Hop en Guerra

Guerra a la Sociedad

       

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Prisões espanholas: Mensagem dxs companheirxs Mónica Caballero e Francisco Solar após a Semana de Solidariedade Internacional

Retirado de Contra-Info:

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Aqui estamos de novo, estas paredes de betão e as barras, entre câmaras e carcereiros. Aqui estamos de novo, sem abaixar a cabeça e orgulhosos do que somos. Orgulhosos de ser parte do vendaval impredizível que pretende acabar com todo o vislumbre de Poder – que uma vez mais retirou a máscara e se deixa ver tal como é – na sua brutalidade e também, porque não, na sua fraqueza. Neste caso particular – a colaboração entre o Estado chileno e o espanhol para alcançar a nossa detenção – mostra como podem estar coordenados para fazer frente ao que apercebem como ameaça, mas a importância que nos concedem estes senhores do Poder não reflete mais do que a sua fragilidade. Os seus inconsistentes discursos de segurança são o manto que oculta o temor de saber que um acaso pode desencadear o caos generalizado.  Os seus golpes e mordaças nada mais fazem do que fortalecer e afinar as nossas ideias e vidas, qualificando-nos no confronto permanente.

Saudamos com um forte abraço todas as expressões de apoio, são um empurrão que debilita as barras. Entendemos a solidariedade como a constante posta em prática das nossas ideias anarquistas, em todas as suas formas, as que façam entender ao inimigo que nada acaba aqui, que tudo continua na prisão ou nas ruas. Esteja onde se estiver: nem um minuto de silêncio e toda uma vida de combate. Sobretudo a imensa mostra de solidariedade de companheiros que utilizaram o seu corpo como arma, levando a cabo uma greve da fome.

Saudamos aquelxs que continuam a tecer cumplicidades, aquelxs que se aventuram no desconhecido, aquelxs a quem a incerteza motiva, aquelxs que insistem pela anarquia. A elxs todo o nosso respeito e carinho.

Recebemos com muita tristeza a morte de Sebastián, mas por sua vez enche-nos de alegria a sua coerente vida com os seus ideais: um guerrero completo. Encantar-nos-ia estar com xs companheirxs que choram o nosso caído, mas a partir daqui enviamos muita força e um «vemo-nos em breve».

Mónica Caballero
Francisco Solar

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Alfredo Bonanno é proibido de entrar no México

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Alfredo Bonanno ou o anarquismo de práxis do século XXI

“As práticas de ação direta são agora o corolário dessa bagagem conceitual rejuvenescida. Cara a cara contra o inimigo, sem mediação nem órgãos administrativos: está aí a divisão e a insígnia de uma prática de intenção, orientação e potencialidade anarquista”. Rafael Spósito (Daniel Barrett)

Exatamente quatro anos, três meses e 22 dias atrás, recebi um telefonema de um afetuoso companheiro me comunicando a infeliz notícia: o querido Alfredo Maria Bonanno, havia sido preso depois de uma expropriação desmantelada na cidade de Trikala, no norte da Grécia. Hoje, tive uma breve conversa por telefone com o compa Alfredo que me deu a mesma raiva e impotência que aquela trágica chamada. Em meio aos gritos e as expressões espetaculosas dos repressores que ordenavam a desligar o telefone, ele me informou que as autoridades da imigração lhe tinham impedido de entrar no território dominado pelo Estado mexicano, declarando-o “persona non grata” por sua suposta “periculosidade” e “antecedentes criminais”, motivos pelos quais foi deportado para a Argentina. Apesar do pouco tempo que pudemos conversar senti em suas palavras concisas a força de um irredutível. A primeira coisa que eu perguntei é como estava o seu estado de saúde, e ele disse que estava tudo bem. Enfurecido, somente consegui dizer é que lamentava muito a decisão destes merdas filhos da puta e me respondeu otimista, com a serenidade e condição reflexiva que o caracteriza: “é lógico que isto acontece com a gente”. Sim, com estas palavras simples e este comentário conciso, Alfredo resumiu a realidade do despertar anárquico no século XXI e a natural repressão que padecemos. Sem que caibam duas opiniões a respeito, voltamos a ser o pior pesadelo da dominação. Hoje o anarquismo de práxis se levanta com força e reclama imperativamente a renovação teórica-prática e a superação das experiências de lutas passadas, abandonando para sempre a museologia arqueológica, o covarde imobilismo e o protagonismo pose do acadêmico “progressista” (esse que se referiam os grupos de afinidades em um de seus últimos comunicados), para recuperar o seu espírito transgressor, a sua conflitividade constante e sua natureza destruídora. Na verdade, como me comentava alguns dos companheiros organizadores das Jornadas Informais Anárquicas / Simpósio Internacional, ante estes acontecimentos chocantes: a Idade de Ouro do anarquismo clássico, nos anos épicos em que as ações anárquicas se exaltavam como um paradigma subversivo indiscutível, as deportações, as prisões e os assassinatos de companheiros anarquistas estavam na ordem do dia. Quantas vezes não foram deportados e presos nossos companheiros de outrora? Quantos não foram mortos e/ou executados nas forcas das antiguadas monarquias e modernas repúblicas? Que hoje deportem, prendam e matem nossos companheiros é a prova plena do despertar anárquico, a melhor demonstração de vitalidade e frescor da nossa teoria e prática, a expressão mais forte de projeção anárquica. A partir de agora, já não podemos prescindir da práxis anárquica; hoje a reflexão teórica e a ação prática começa a se estabelecer no contexto histórico que lhes é próprio dando mais destaque aos companheiros recém-incorporados a luta anarquista que fazem ênfase na necessária comunhão entre ideias e ação, na urgência inescapável de levar a prática nossa teoria e de reverdecer nosso campo teórico a partir da prática. Lamentavelmente, o companheiro Alfredo Bonanno não nos acompanhará fisicamente neste gigantesco esforço de renovação teórico-prática. Nossos inimigos não podiam dar ao luxo de permitir uma aventura fundacional transgeracional de tais proporções por isso recorreram, mais uma vez, a proíbição e as exclusões. No entanto, esta gama imensa de vibrações comuns torna possível a realização destas Jornadas Informais, a recriação indiscutível dessa épica transgeracional que hoje se concreta através do anarquismo de práxis. Portanto, apesar das proibições e exclusões estarão ao nosso lado, cara a cara com o inimigo, todos os ausentes.

jCom nós estarão – pese as adversidades – nosso querido Bonanno; nosso irmão Gabriel Pombo Da Silva; a inolvidável Felicity Ann Ryder; Mario González; Stefano Gabriel Fosco e Elisa Di Bernardo; nossos afins Argyrou Panagiotis, Nikolopoulos Mihalis, Nikolopoulos Giorgos, Tsakalos Gerasimos, Tsakalos Hristos, Polydoros Giorgos, Bolano Damianos, Hadzimihelakis Haris, Ikonomidou Olga, Alfredo Cospito e Nicola Gai; Hans Niemeyer; Marcelo Villaroel; Freddy Fuentevilla; Juan Aliste Vega; Carlos Gutierrez Quiduleo; Mônica Caballero Sepúlveda; Francisco Solar; Víctor Montoya; José Miguel Sánchez; Hermes González; Alfonso Alvia e tantos outros irmãos e irmãs prisioneiras em restrição domiciliar e em fuga. E – por que não? – também estarão presentes os inesquecíveis: Sergio “Urubú” Terenzi, Claudia López Benaige, Jhonny Carique, Lambros Foundas, Xosé Tarrío González, o Punky Maury Morales, meu apreciado Rafael Spósito, Matías Catrileo Quezada, Sebastián Oversluij Seguel e tantos companheiros insubstituíveis que se foram, mas continuam mostrando o caminho. Que viva a Anarquia e se deixe ouvir bem forte a batida do seu renovado coração em todos os cantos do Planeta! Gustavo Rodríguez

México, 24 de dezembro de 2013

PS informativo: De momento, já sofremos o primeiro golpe. Como alguns compas já sabem, ontem à noite, esperávamos a chegada de Alfredo às 21h50 e ele nunca deixou o portão de desembarque. Perguntamos a Imigração e nos disseram que era por “questão de interrogatório”, que poderia se atrasar por 3-5 horas retido e que se depois desse prazo de tempo não saísse tinha sido negada a sua entrada no país. Seis horas depois, desesperados e preocupados, voltamos a perguntar e disseram que não estavam autorizados a dar informações sobre se havia ou não pessoas detidas ou deportadas nem as causas que levaram a tal decisão; no entanto, logo após a tentativa frustrada, os porcos me disseram que poderia ter sido transferido para as células do Terminal I para ser expulso, uma vez acordado o país de destino. Imediatamente me mudei para lá, mas também não tive qualquer informação esclarecedora, de modo que deduzimos que tinha sido deportado, o estranho é que nunca se comunicou comigo e teve seu telefone celular desligado, o que me fez pensar que poderia seguir preso no México. Bem, depois de esta pílula amarga, fica o bom gosto na boca de que, após três longas horas de interrogatório, eles deixaram entrar no país Constantino Cavalleri e a legendária Jean Weir, que compartilharão conosco suas reflexões e experiências nas Jornadas Informais. Curiosamente, durante o “profundo” interrogatório que lhes realizaram os agentes do Governo, ambos foram questionados se eram anarquistas e responderam que sim, e perguntaram sobre o “tipo de anarquismo” que professavam. Diante de uma pergunta tão absurda, tanto Jean como Constantino exigiram que fossem mais específicos, onde os interrogadores responderam que “havia um anarquismo bom e outro anarquismo mau”, capricho que completaram com a seguinte pergunta: “quem são seus heróis ou personagens lendários?” E arremataram com a questão do milhão de dólares: “vens ao Simpósio anárquico ou a Escuelita Zapatista?” Sem dúvida, a resposta a esta última questão deu-lhes a oportunidade aos agentes para alcançar, sem equivocações possíveis, a classificação antes mencionada.

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