Recebido no email:
Com este comunicado, os coletivos aqui presentes, queremos manifestar nossa solidariedade com as companheiras acusadas de uma série de assaltos ocorridos na cidade de Aachen. O que aqui firmamos não é apenas uma declaração de irmandade, senão também uma afirmação de nossa convicção de que, apesar da criminalização que sofrem as companheiras, reconhecemos nos fatos que se lhes imputa uma prática política historicamente legítima e praticada pelos movimentos revolucionários, assim como uma mostra clara de que ainda resta esperança em um tempo onde a perseguição e a repressão estão na ordem do dia.
Entre os anos 2012 e 2014 se produziram uma série de assaltos a
entidades bancárias na cidade alemã de Aachen. Depois destes fatos, a brigada policial encarregada da investigação pôs em marcha uma autêntica campanha midiática de delação, difundindo publicamente os detalhes dos assaltos oferecendo recompensas a qualquer um que pudesse oferecer informação sobre pessoas suspeitas.
No verão de 2015 é detida na fronteira entre Grécia e Bulgária uma companheira, por uma euro-ordem emitida desde Aachen sob a acusação de ter participado em um dos assaltos em julho de 2013. Depois de vários meses de prisão preventiva na Bulgária, é extraditada para a Alemanha até ser liberada por falta de provas. Atualmente se encontra novamente encarcerada na cadeia de Köln, depois de que se decidiu sua extradição desde o Tribunal de Amsterdam [Holanda] em 15 de setembro passado.
Em 13 de abril deste ano, na cidade de Barcelona, um grande dispositivo policial dos Mossos [polícia catalã] efetuou 3 registros; um deles no Centro Social Okupado Blocos Fantasma, e os outros dois em casas particulares, tendo detido uma companheira. A prisão é efetuada através de uma euro-ordem emitida pelo Ministério Público de Aachen com a acusação de assalto a um banco em novembro de 2014 na mesma cidade. A companheira passa a disposição da Audiência Nacional sob o comando do já
tristemente conhecido juiz Eloy Velasco para, posteriormente, ser
encarcerada em Soto del Real até a sua extradição em 29 de junho
passado. Ela está atualmente aguardando julgamento na prisão de Köln.
A última detenção se produz em 21 de junho passado em Barcelona, onde um companheiro é acusado de ter participado no assalto de novembro de 2014, encarcerado em Soto del Real e extraditado para a prisão alemã de Aachen, onde se encontra a espera de julgamento em uma situação parecida a das duas companheiras.
Todas estas detenções são produto de uma intensa e estreita colaboração entre as polícias europeias. Uma colaboração que se encontra através do intercâmbio de informação e favores. Concretamente, a base de investigação se fundamenta com os rastros de DNA que a polícia alemã decide contrastar com os dados do restante das polícias europeias. A partir deste momento se estreitam laços policiais que seguem materializando-se através de euro-ordens e colaboração técnica.
Por outro lado, tanto a imprensa alemã como a catalã e espanhola não deixaram escapar a oportunidade de assinalar e desenvolver sobre nossas companheiras o relato e interesse do poder.
Mas nós nos mantemos firmes, nossas convicções, assim como nosso próprio relato:
Seja qual for a evolução do processo judicial, queremos mostrar
publicamente nosso apoio às companheiras, reivindicando como nossos os objetivos políticos revolucionários, sua luta e sua atividade militante. A tentativa midiática de convertê-las em um perigo público não poderia resultar mais perverso. Sobretudo quando esta operação de manipulação midiática implica apresentar como vítimas os bancos, em uma inversão total da realidade que dignifica aqueles que nos tem estado roubando,
exprimindo, estafando, desalojando e recortando impunemente durante anos, enquanto criminaliza quem se rebela contra sua ordem e se atreve a atacá-los.
Para nós tanto faz se são realmente responsáveis ou não destes assaltos. A expropriação bancária é uma prática eticamente justa e politicamente legítima, um método de luta que faz parte da história dos movimentos revolucionários.
A caçada policial e midiática efetuada à raiz destes assaltos na
Alemanha não nos deve fazer perder a perspectiva nem nos confundir com o inimigo. A detenção de nossas companheiras é um motivo a mais para combater estas elites e o sistema que representam; um sistema unicamente movido pela acumulação de dinheiro em umas poucas mãos às custas do sofrimento, do despojo e da exploração do resto. Nem a perseguição policial nem a propaganda massiva do regime podem ocultar o que já é
evidente para todos, e é que, como disse o poeta, que delito é roubar um banco comparado com o fato de fundá-lo?
Liberdade anarquistas presas!
Abaixo os muros das prisões!
Assinam:
* Arran Sant Andreu,
* Banc Expropiat,
* Assemblea Popular de Joves El Tramvia de Foc del Clot-Camp de l’Arpa,
* Casal Popular Tres Lliris,
* CNT-AIT Tarragona,
* CNT Catalunya,
* CSO Blokes Fantasma,
* Elissa (Grup Llibertari del Palomar),
* Federación Anarquista de Gran Canaria (FAGC),
* Heura Negra (Assemblea Llibertària de Vallcarca),
* Kasa de la Muntanya,
* La Cinètika,
* Ateneu Llibertari de Sant Andreu del Palomar,
* Llibreria Aldarull,
* Acció Llibertària de Sants,
* Sindicat de barri de Gràcia,
* Bar Restaurant Resolís,
* Anarquismo en PDF,
* Procés Embat,
* Trespass Journal,
* RESCAT (Col·lectiu de suport a les preses polítiques catalanes),
* Rereguarda en Moviment,
* Ateneu Llibertari de Gràcia,
* El Berenjenal (Cuina autogestionada de l’Ateneu Llibertari de Gràcia),
* Assemblea de festes feministes de Sant Andreu,
* CSA La Rampa,
* Bio-lentos (col·lectiu de poesia),
* La Bretxa (Llibertàries del Poblet),
* Ohdiosas (Equip de futbol femení),
* Punkbilles (Colla bastonera feminista de Barcelona),
* Radio Bronka (radio lliure de Barcelona),
* Dinamo DIY espai (Nou Barris),
* Ateneu Anarquista La Ruda (Manresa),
* Assemblea llibertària de Lleida,
* CSOA La Teixidora,
* FCAB (Festival de Cinema Anarquista de Barcelona),
* Virus Editorial,
* Distri La Polilla,
* Ateneu Zitzània (Clot – Camp de l’Arpa),
* Ateneu Columna Terra i llibertat (Berga),
* Assembla de Joves l’Aixada (Sant Vicenç dels Horts),
* FEL Zaragoza,
* Red de apoyo a las detenidas y detenidos en las Operaciones Pandora y
Piñata,
* El Nudo Transfeminista,
* Diario de Vurgos (diariodevurgos.com [1]),
* Centro Social Recuperado de Gamonal (Burgos),
* Salut entre Totes (col·lectiu de Vallcarca),
* Agência de Notícias Anarquistas-ANA (Brasil),
Se queres aderir ao comunicado enviar um e-mail a
solidaritatrebel@riseup.net [2]