Queridas amigas e companheiras: Queridos amigos e companheiros: Nossa amada Tamara Sol está encarcerada. Com a rapidez de um raio vingador, como sempre ocorre quando se trata de condenar a um pobre ou a um subversivo, uma juíza do sistema, Paola Robinovich, considera condená-la a dez anos e um dia ou a prisão perpetua, sob acusação de “roubo qualificado” (a figura jurídica mais dura do sistema penal chileno), alegando que Tamara Sol é um perigo para a sociedade. Sociedade construída tão ordenadamente sobre a aberrante desigualdade entre uns poucos imensamente ricos e os muitos imensamente pobres; uma sociedade militarizada com centenas de policiais em suas ruas e sobretudo na periferia, atacando a juventude dos povoados, com autorização para golpear, mentir, fazer montagens, prender, revistar casas, assassinar, espiar, fotografar… uma sociedade que é um “grande mercado”, uma sociedade orgulhosa do individualismo que tem criado, orgulhosa da mediocridade que tem criado, uma sociedade onde os meios de comunicação transmitem só espetáculos ou crimes passionais… A juíza, defendendo esta sociedade, ditou que Tamara Sol deve cumprir o tempo de investigação (que em princípio é de 60 dias) na prisão de San Miguel e em um módulo de alta segurança. Neste módulo de castigo só têm 1/2 hora de pátio… ou seja, está todos os dias encerradas. Esta rapidez em ditar sentença dos juízes é completamente contrária quando se trata de condenar a uniformizados, que apesar de assassinar e abusar de seu poder com os jovens e civis da população, vivem tranquilamente em suas casas. Pelo assassinato de Eduardo e Rafael, nossos filhos, tivemos que esperar mais de vinte anos para que a justiça se pronunciasse e sua sentença foi muito leve – só 7 anos por assassinar duas pessoas e presos sem nenhum meio de comunicação presente, sem mostrar seus rostos, sem esposas em suas mãos e enviados ao hotel 5 estrelas de Punta Peuco. Tampouco se vê este espirito alado da parte dos juízes quando se trata de condenar a ladrões de colarinho branco e gravata, onde também corre dinheiro por baixo e tudo se suaviza, tudo fica pa’callao. Queremos contar-lhes que Tamara Sol está relativamente bem (em sua condição de prisioneira). Seu espirito está firme e alto, é uma mulher digna e valente que nos têm questionado, a sua família mais direta, que somos uns covardes, que nunca daremos o passo de sairmos deste sistema maldito, que nos conformamos com migalhas, que nunca vai ser “o momento” para nós, nem teremos os “meios suficientes”, que marcamos o passo e de repente alguns tapas, mas nada que rompa com esta rotina mortal na qual estamos metidos. Nós estamos tremendamente sofridos porque é nossa menina, a quem amamos profundamente, a que está detida. Estamos orgulhosos, também, porque é já uma mulher e tem demonstrado uma tremenda valentia em sua vida. Uma mulher que nos instiga profundamente a não nos deixarmos acuar neste sistema, acomodando nossas vidas a seus ditames, acostumando-nos ao assassinato de companheiros, ao encarceramento dos jovens lutadores, ao roubo permanente que nos fazem como povo em todos os âmbitos, desde o roubo em nosso cotidiano, até o roubo de nossa terra, de nosso mar, de nossas riquezas, de nossas árvores. Necessitamos força, companheiras, companheiros, necessitamos sua amizade sincera e desinteressada, como sempre o têm feito. Nosso caminho já está traçado e não podemos ficar tranquilos a esperar que outros façam o que nós devemos seguir fazendo… AMAR PROFUNDAMENTE A IDEIA DE UMA SOCIEDADE LIVRE E FRATERNA E CONSTRUÍ-LA COM PEQUENAS E GRANDES AÇÕES, NÃO SÓ NO DISCURSO, COM TODAS AS FORMAS DE LUTA E EM TODOS OS ÂMBITOS DE NOSSA EXISTÊNCIA. Tamara Sol, filha, neta, irmã, te amamos com todas as nossas forças. Tamara Sol, companheira lutadora, te admiramos por sua valentia. Estamos contigo. Tamara Sol, te acompanharemos pra sempre, não estarás nunca só. Tamara Sol, “o céu se reflete no mar e só então olha para a lua”. Paciência, paciência, paciência, amor. Queremos dar graças a todas e todos os que têm vindo em nosso lar, os que imediatamente nos têm demonstrado seu carinho, os que têm se solidarizado trazendo coisas que Tamara Sol necessita ali no cárcere. Agradecemos às mulheres que a acolheram neste lúgubre recinto com carinho. Também agradecemos aos que não tem estado conosco, demonstrando-nos com sua atitude que não estão de acordo com Tamara Sol e isso nos faz ver bem claro com quem contamos de agora em diante. Villa Francia, 3 de fevereiro de 2014. Escrito por Ana Vergara Toledo; Luisa Toledo Sepúlveda; Manuel Vergara Meza
– 15h | Abertura do “Fevereiro Antifascista 2014” Atividade com troca de ideia/debate, roda de samba, e música com participação de Juntas na Luta, Efeito Descaso, Sankofa, Mafe, Afrobreak, Quebra de Padrão, Revolta Popular, Regicida e o Clã (participação Caryna Moreno RTF – BsAs Argentina), e muito mais.
15 de fevereiro – 14h | Feminismo Negro & Poesia Popular Oficina de pintura em tecido, exibição do documentário “25 de julho: Feminismo negro contado em primeira pessoa” seguido de debate, e Sarau Popular.
16 de fevereiro – 14h | Anarcorap Unindo Quebradas Contra o Racismo Som “Unindo Quebradas” – Evento de rap anarquista na Brasilândia com os grupos: Valo Kids, Servidores do Rap, Juntas na Luta, XbalaclavaX, Regicida e o Clâ Fabio Emecê (Rio de Janeiro).
19 de fevereiro – 19h30 | Homoafetividade e Legislação Debate papo: Conversa com Renata Feldman (advogada especialista em direito homoafetivo) sobre homoafetividade e legislação.
22 de fevereiro – 13h | A Criminalização do Protesto Social em Debate Mostra de filmes sobre montagens policiais e criminalização dos movimentos sociais pelo Estado, seguido de debate sobre a atualidade com companheiros do RJ e SP.
23 de fevereiro – 14h | Gig Antifascista na Zona Leste Gig com as bandas Revolta Popular, Risco Urbano, Século 21, Distortion, Poder Paralelo e Servidores do Rap.
01 de março – 14h | Ato Público: A Quebrada Contra o Fascismo Ato antifascista com panfletagem e microfone aberto para denúncias na Favela do PDM – Rio Pequeno.
09 de março | Jornada Antifascista em Itapira (SP) Atividades em Itapira (SP) organizadas pelo ACR-Itapira (Anarquistas Contra o Racismo) e ACNI (Ass. Consciência Negra de Itapira).
Entre 26 de fevereiro e 4 de março, em um área rural de 39 hectares a 4 km do Morro dos Conventos e do Oceano Atlântico, em Araranguá (SC), acontecerá o I DEVA! – Desescola de Verão Anarquista. Serão 7 dias de colóquios, diálogos, oficinas libertárias, de permacultura, bioconstrução, ação direta, convivência comunitária, autogerida e horizontal. Compartilharemos em um mesmo espaço e tempo, as éticas e princípios libertários que nos aproximam. Criaremos uma Zona Autônoma Temporária e planejaremos muitas Zonas Autônomas Permanentes, bem como seguiremos com a construção das pontes entre as várias redes, coletivos e movimentos que já criam, hoje, o devir de um Outro Mundo Possível. O convite está feito. Iniciemos a construção coletiva desta experiência social comunitária. Entre no grupo, compartilhe seus saberes, quais são seus sonhos e como você pode ajudar este encontro a se tornar um marco na história do Anarquismo e da Permacultura (PermAnarquia) no Brasil. Até o final desta semana, publicaremos a programação preliminar do encontro, que poderá ser mudada até a última hora. Se você decidir vir um ou dois dias só, trazendo na mochila tuas experiências, és muito bem-vindx! A programação continuará indefinidamente aberta Desde já, Saúde e Anarquia!
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Nos cheia de orgulho difundir por esse meio o primeiro vídeo do disco Furia y Candela de nosso compa Henry. O vídeo que recebemos mostra algumas imagens dos conflitos no território controlado pelo estado boliviano mas além disso e sobre tudo, mostra que nosso querido compa não baixa os braços e continua sempre ativo. A repressão que lhe foi imposta não termina, não desgasta, não castiga e a detenção não se concreta no seu objetivo mais profundo: a abdicação.
Esperamos que esse largo e cansativo processo cheguei a seu fim em breve, e podamos ver a Henry em liberdade.
Como sempre, desde Solidaridad Negra, aproveitamos para mandar um abraço a todos os companheiros que atravessam situações de seqüestro ou de fuga. As recentes repressões e as atitudes dos companheiros frente a elas, assim como as iniciativas grupais e individuais, nos mostram que a paciência vem se acabando e isso somente abre as portas até a libertação total. A todos eles nosso abraço sempre cúmplice.
Retiramos essa nota do site Autogestão, apesar das diferenças de posicionamento político e de linguagem usado pelos autores mas queremos valorizar a iniciativa que tiveram em manter a memória viva de quem morreram nas mãos da polícia nesses últimos tempos… Não queremos victimizar axs “manifestantes”, nos declaramos em guerra e isso implica que tenhamos que nos enfrentar a ataques e contra-ataques de parte de nossxs inimigxs…é verdade, porém, que a repressão se dirige sempre a quem, por decisão ou por “condição” não é considerado nem tratado como “cidadão”. Pobres, exploradxs, dominadxs e rebeldes que não se “adaptam” nem se “acostumam” à uma vida pré-fabricada também serão alvos dos tiros dxs innimigxs…
Agora, o circo mediático aproveita as circunstancias da morte de um cinegrafista (outro pequeno engrenagem dos mecanismos de controle) para justificar e apoiar futuras ações repressivas durante as manifestações… Estarão todxs chorando e difundido tragicamente a morte do cinegrafista, “um deles”, quando, se esforçam cotidianamente para esconder as dezenas de assassinatos que acontecem nas favelas, se esforçam em silenciar as dezenas de pessoas que foram “desaparecidas”, torturadas e assassinadas durante os golpes repressivos de todo tipo de polícia…
Porque a memória é um combustível para nossa luta, transformemos nossa raiva e nossas lagrimas em fogo vingativo!
Para que outras mortes também sejam lembradas
Após a morte do cinegrafista Santiago LLídio Andrade a midia burguesa tem tentado, através de sua antiga táctica de coagir e manipular informações, criminalizar os movimentos sociais. O autogestão.org se sente na obrigação de escrever este pequeno texto. Alem de uma nota de LUTO ao cinegrafista falecido, e uma mensagem em apoio à dor de seus familiares, queremos também lembrar de todxs as pessoas que, diferente de Santiago, vítima de um ACIDENTE, são ASSASSINADAS todos os dias pela polícia em favelas e também em manifestações.
A morte de um trabalhador nos doí muito, porem, os grandes meios de comunicação usam desse acidente para tentar mais uma vez deslegitimar e criminalizar a luta do povo. Quantos Amarildos não foram mortos pela polícia e pelo estado e não tiveram nem uma matéria em um jornal, quantos trabalhadores são mortos pelas péssimas condições de vida que o sistema Neoliberal-capitalista as oferecem, quantos Kaiques são mortos e tidos como se tivessem cometido suicídio, quantas mulheres são mortas pelo machismo de nossa sociedade Hetero patriarcal. E o senhor que morreu atropelado, no mesmo dia no qual Santiago foi atingido por um rojão, correndo assustado pelas bombas de efeito moral que o Batalhão de Choque lançava?
Os grandes veículos de comunicação querem criminalizar movimentos sociais que vão contra os poderes hegemónicos que sustentam tais veículos, fazendo da morte de um trabalhador um espectáculo e não respeitando a dor de seus familiares, transformando também a dor desses em espectáculo. A manipulação das informações pela “grande mídia” só serve para deslegitimar as lutas populares, que nos mostram que a ação direta é uma forma forte e legitima de arrancarmos e tomarmos nossas vidas de volta.
O que aconteceu com Santiago foi uma fatalidade, um acidente com um trabalhador precarizado que, poderia ser atingido também pelos artefactos policiais, assim como já aconteceu muitas vezes com outras pessoas que morreram e se acidentaram pela ação da polícia. Nesses casos, a grande mídia pouco ligou pois estes foram mortos pelo estado, pela polícia, que não mata por acidente, pois lança seus artefactos com o objetivo de atingir as pessoas. O artefato que causou o acidente com Santiago não era para atingi-lo, e como se ver em qualquer vídeo, não foi direcionado para matar o cinegrafista.
Queremos aqui lembrar, assim como os companheiros do CMI Brasil fizeram, todos os mortos e feridos pela polícia em manifestações, e também todos os mortos e feridos pela polícia e pelo estado em bairros pobres e favelas que não cabem numa lista.
“3 mortos e 2 feridos em São Paulo, capital – Policiais da Rota mataram três pessoas, na madrugada de ontem, em tiroteio ocorrido na Favela Funerária, na Vila Maria, zona norte de São Paulo. Segundo informações da Polícia Militar, os PMs foram recebidos com tiros de fuzil. Eles cercaram a área depois que um sargento da PM foi ferido com estilhaços de bala, durante patrulhamento realizado por causa de uma manifestação na Via Dutra, altura do Viaduto Curuçá.” http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2013/06/23/rota-invade-favela-mata-3-apos-pm-ser-baleado.htm
MANIFESTANTE [quem tiver referências sobre nome da pessoa, avise, por favor!] – RJ
FERIDO NO BRAÇO COM ARMA LETAL PELA PM – 20/07/2013 https://www.youtube.com/watch?v=NyhfmBEHoBo
MANIFESTANTE [quem tiver referências sobre nome da pessoa, avise, por favor!] – CE
FERIDO NA PERNA COM ARMA LETAL PELA PM – 23/06/2013 https://www.youtube.com/watch?v=kthv-KRpiHk
MANIFESTANTE [quem tiver referências sobre nome da pessoa, avise, por favor!] – RJ
FERIDO NA PERNA COM MUNIÇÃO LETAL PELA PM – 17/06/2013 https://www.youtube.com/watch?v=2DinNdysfdI
Todas atiramos o rojão! Mas assassino é o estado e sua polícia!
Sim! Estamos todxs muito sentidxs com a morte do cinegrafista Santiago Andrade. E o desejo de todxs que estão nas ruas enfrentado o fascismo do governo e sua polícia queríamos que isso nunca tivesse ocorrido.
Mas temos que lembrar que o combate só começou quando a PM agiu (como sempre agiu; e como sempre agirá) de forma truculenta, atirando bombas dentro da Central, não apenas em manifestantes mas também na população (que muitxs aliás, cansadxs de tanto descaso da Super Via aderiram ao protesto e pularam a roleta dos trens). A Polícia não quis saber, bateu em idosxs, crianças e em qualquer pessoa onde seus cassetetes e bombas alcançassem. O confronto partiu do Estado e de sua polícia, que essa aliás é muito aplaudida por toda a mídia que tenta agora de forma desesperada desarticular todos os avanços de mobilização que conseguimos em 2013. Usando um acidente isolado, que aliás é também de responsabilidade da emissora do jornalista (Band), que mesmo sendo muito rica e poderosa não oferece material de proteção ao seus funcionários e funcionárias, não se preocupando com a integridade física dxs memxs. As emissoras que pedem paz são as que fomentam a guerra, são as que criminalizam movimentos sociais e o povo pobre e preto, são as mesmas vendem seu horário pra que nazi fascistas evangelistas preguem a homofobia, trans e lesbofobia em rede nacional, onde deixam jornalistas falarem que é justo espancar adolescentes negrxs e prede-lxs em postes no meio de bairros nobres no Rio de Janeiro. Esses discursos visam apenas legitimar a violência do estado e da Polícia, o sonho dessas emissoras é que a sociedade aplauda quando os Policiais usarem armas de fogo contra manifestantes e causarem o mesmo massacre que Polícia comete nas favelas, aliás, Policiais já usam armas de fogo em manifestações no Brasil faz tempo, o caso de São Paulo (onde um manifestante levou quatro tiros da polícia. Isso sim… Um (ou tentativa) assassinato!) não faz esquecer disso!
As forças do Estado querem a mesma legitimação que têm (ou que tinham) quando entram nas favelas e “deixam corpos no chão”, quando fizerem isso nas manifestações nas ruas do centro (lembrando que já mataram 11 em uma manifestação na Maré) querem que toda população que esteja em casa se sinta representada pelos Policiais, querem que cada vítima que a polícia faça nas manifestações cause prazer ao público, assim como nas favelas, querem transformar as ruas em exemplo, para que a chama acesa em Junho e em todo ano de 2013 se apague, e que a população se sinta novamente representada pelos políticos e seus partidos. Não esqueceremos nenhuma trabalhadora ou trabalhador, desmpregadx, transsexual ou gay morto pela Polícia, e não de forma acidental, mas sim como assassinato à sangue frio.
Temos que lembrar quem tem as armas de fogo em punhos, e nós temos apenas nossa vontade, paus e pedras, quem está lá para ferir não somos nós. Mas não daremos um passo atrás, nós não estamos com o povo, nós somos do povo, e o povo quer revolução, e o povo não quer mais jornalistas ou manifestantes mortxs, o povo quer paz, mas entende que não existe paz sem justiça, e estaremos nas ruas e a resistência só vai aumentar, ninguém pode parar esse processo, nem nós, nem a mídia, nem as eleições nem o Estado!
Ninguém será esquecidx! Nas ruas contra o extermínio! Nas ruas pelo poder popular!
Sim! Estamos todxs muito sentidxs com a morte do cinegrafista Santiago Andrade. E o desejo de todxs que estão nas ruas enfrentado o fascismo do governo e sua polícia queríamos que isso nunca tivesse ocorrido.
Mas temos que lembrar que o combate só começou quando a PM agiu (como sempre agiu; e como sempre agirá) de forma truculenta, atirando bombas dentro da Central, não apenas em manifestantes mas também na população (que muitxs aliás, cansadxs de tanto descaso da Super Via aderiram ao protesto e pularam a roleta dos trens). A Polícia não quis saber, bateu em idosxs, crianças e em qualquer pessoa onde seus cassetetes e bombas alcançassem. O confronto partiu do Estado e de sua polícia, que essa aliás é muito aplaudida por toda a mídia que tenta agora de forma desesperada desarticular todos os avanços de mobilização que conseguimos em 2013. Usando um acidente isolado, que aliás é também de responsabilidade da emissora do jornalista (Band), que mesmo sendo muito rica e poderosa não oferece material de proteção ao seus funcionários e funcionárias, não se preocupando com a integridade física dxs memxs. As emissoras que pedem paz são as que fomentam a guerra, são as que criminalizam movimentos sociais e o povo pobre e preto, são as mesmas vendem seu horário pra que nazi fascistas evangelistas preguem a homofobia, trans e lesbofobia em rede nacional, onde deixam jornalistas falarem que é justo espancar adolescentes negrxs e prede-lxs em postes no meio de bairros nobres no Rio de Janeiro. Esses discursos visam apenas legitimar a violência do estado e da Polícia, o sonho dessas emissoras é que a sociedade aplauda quando os Policiais usarem armas de fogo contra manifestantes e causarem o mesmo massacre que Polícia comete nas favelas, aliás, Policiais já usam armas de fogo em manifestações no Brasil faz tempo, o caso de São Paulo (onde um manifestante levou quatro tiros da polícia. Isso sim… Um (ou tentativa) assassinato!) não faz esquecer disso!
As forças do Estado querem a mesma legitimação que têm (ou que tinham) quando entram nas favelas e “deixam corpos no chão”, quando fizerem isso nas manifestações nas ruas do centro (lembrando que já mataram 11 em uma manifestação na Maré) querem que toda população que esteja em casa se sinta representada pelos Policiais, querem que cada vítima que a polícia faça nas manifestações cause prazer ao público, assim como nas favelas, querem transformar as ruas em exemplo, para que a chama acesa em Junho e em todo ano de 2013 se apague, e que a população se sinta novamente representada pelos políticos e seus partidos. Não esqueceremos nenhuma trabalhadora ou trabalhador, desmpregadx, transsexual ou gay morto pela Polícia, e não de forma acidental, mas sim como assassinato à sangue frio.
Temos que lembrar quem tem as armas de fogo em punhos, e nós temos apenas nossa vontade, paus e pedras, quem está lá para ferir não somos nós. Mas não daremos um passo atrás, nós não estamos com o povo, nós somos do povo, e o povo quer revolução, e o povo não quer mais jornalistas ou manifestantes mortxs, o povo quer paz, mas entende que não existe paz sem justiça, e estaremos nas ruas e a resistência só vai aumentar, ninguém pode parar esse processo, nem nós, nem a mídia, nem as eleições nem o Estado!
Ninguém será esquecidx! Nas ruas contra o extermínio! Nas ruas pelo poder popular!
Envolvidos/as pela urgência cotidiana, pela inquietude anárquica e pela experiência fecunda, nos levantamos pelo 3º ano consecutivo para convocar o multiforme universo antiautoritário a participar da feira do livro e propaganda anarquista de Santiago. Esta vez, programada para os dias 12 e 13 de abril de 2014, em algum misterioso lugar, a confirmar. A feira do livro é, e têm sido, um lugar basicamente de encontro. Encontros formais e informais, tanto em debates abertos como em encontros ocasionais, em oficinas práticas como em mesas de propaganda, tanto nos risos como nas tensões. Sem dúvida, nossa intenção é estimular a leitura, a reflexão e o debate, contudo, aquela pretensão aparentemente neutra, se enche de conteúdo ao considerar a finalidade política que nos exalta: A propagação das ideias e práticas que promovem a anarquia. Não é uma feira do livro cidadã nem de esquerda, não é outra feira do livro organizada pelo Estado nem por alguma corporação privada desejosa de impor sua aborrecida cultura dominante, tampouco é uma “nova alternativa” e muito menos um “mall” contracultural.
Esta é uma feira anarquista, de livros e propaganda antiautoritária: é uma feira completamente aberta a todo aquele que deseje participar dela, sob nenhum ponto de vista se trata de um encontro privado, nem muito menos clandestino, nossa convocação é pública e se deve compreender como uma incitação a conhecer as ideias anarquistas, a compartilhá-las e a discutir com elas, em fim, é um de tantos esforços que nascem para terminar com este mundo que nos aflige e construir novas realidades antagônicas ao Poder. Durante 2012 e 2013 realizaram-se nesta cidade a duas versões anteriores desta iniciativa, cujo êxito de convocação, participação e conteúdo nos convida a continuara com estas jornadas, que ano a ano nos têm proporcionado novas oportunidades para o crescimento de nosso projeto anarquizante. Entre todos os componentes que integram a preparação desta feira, destaca-se o trabalho prévio que se realiza no que denominamos “ampliados”, ou seja, um espaço de encontro com os diversos grupos, coletivos e editoriais, que fazem parte do trabalho de coordenação, participando das discussões e responsabilidades que se apresentam fundamentalmente na última etapa.
Através desta instância buscamos que as/os companheiras/os contem com um papel mais ativo no projeto e planejamento da feira, e deste modo, aprimorar a pontaria coletivamente para que este encontro cumpra cabalmente os objetivos a que se propõe. Mas sem dúvida, além dos acertos e as oportunidades que se abrem, o grupo de coordenação busca planejar novos desafios, através de uma leitura (auto)crítica do que foi feito até agora. Nesta oportunidade, pretendemos fazer um melhor uso dos espaços, independente do lugar que nos acolha, pois proporcionar um lugar adequado para receber à imensa quantidade de pessoas que chega, é a prioridade; também, nesta terceira versão, buscamos instalar novas problemáticas, em torno das quais, tiremos como resultado novas reflexões, que nos ajudem a posicionar nossa aposta política com maior solidez e capacidade destrutiva do “status quo”, isto, posto que em reiteradas ocasiões os supostos debates da feira resultam ser intermináveis repetições de bandeiras e reafirmações coletivas do que a miúdo se escuta ou se lê em nosso meio.
Agora, bem, nesse sentido nos cabe a responsabilidade de planejar as temáticas idôneas e dar o espaço para o desenvolvimento da conversação, mas o êxito concreto deste objetivo está em todos/as que participam dos debates, em quem se atreve a levantar a voz e ser um aporte para cada reflexão, em quem carrega o ânimo de enfrentar posições e não viver da mera reprodução de bandeiras repetidas. Por último, temos determinado como intenção, esta vez, não só abrir um espaço para meninas/os, senão melhor, fazer ênfase na criação de um contexto preocupado com os menores, por um lado, fazendo do lugar físico onde se desenvolve a feira do livro, um espaço mais amigável para todas/os (por exemplo, insistindo em que esta é uma atividade livre de fumo e de álcool), e por outro, promovendo a edição de textos infantis, assim como a leitura e a criatividade dos pequenos através de diversas atividades.
Após este breve traçado de objetivos, só nos basta saudar a todos/as companheiros/as que têm aberto e multiplicado instâncias semelhantes em outros territórios próximos, entre eles a 4ª Feira do Livro Anarquista de Porto Alegre; aos que realizarão a 1ª Feira do Livro e Propaganda Anarquista de Lima em fevereiro; a quem organizou a 1ª Feira do Livro e Cultura Libertária, Zona Norte (Santiago) e quem prepara para os primeiros dias de março a segunda versão desta na Zona Sul de Santiago; aos compas que realizaram a 1ª Feira Antiautoritária de Puerto Montt em dezembro passado e a quem prepara para fins de fevereiro a Semana Anárquica “pela comunicação de nossas relações e territórios” em Concepción. Finalmente queremos enviar um caloroso abraço aos que se encontram sequestrados em diferentes centros de extermínio em cada rincão deste planeta, aos compas que têm caído dignos/as enfrentando este mundo de misérias, especialmente, a quem têm conhecido e compartilhado suas ideias e experiências em versões anteriores desta Feira do Livro e propaganda anarquista. Os esperamos.
Posted inChile, Eventos, Guerra Social|Comments Off on Chile3ª Feira do Livro e Propaganda Anarquista de Santiago
As informações que temos (a exceção das do Rio) foram extraídas da mídia corporativa já que não conseguimos informações por outras partes, tentamos fazer um relato a partir desses dados….Pois, mais uma vez, incentivamos a todxs a nos mandar seus relatos, impressões, analises do que esta acontecem nas ruas…
Força e solidariedade com Fabrício Proteus Chaves que se encontra no hospital, na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) após ter sido baleado pelos lacaios do Estado.
Porto Alegre, 23 de janeiro:
Em Porto Alegre, a manifestação reuniu ao redor de 1,200 pessoas nas ruas, os atos de rebeldia estão por causar mais de R$ 40 mil em prejuízos na cidade! Contêiners foram incendiados e tombados, parquímetros queimados, muros pichados e vidros quebrados, entre eles, agencias bancarias da CEEE e de vários bancos.
Pelo menos três pessoas foram presas e seis menores de idade apreendidos, as prisões foram realizadas por pichação e dano qualificado ao patrimônio público. Foram liberados, mas tenderam que responder ante a “justiça”…
Curitiba, 25 de janeiro:
Em Curitiba, um grupo de aproximadamente 200 pessoas participou do protesto. A manifestação partiu da Boca Maldita, na área central da cidade, foi até prefeitura e em seguida se dispersou.
Durante a caminhada, os “manifestantes” sentaram-se em diversos cruzamentos por cerca de dez minutos, provocando pequenos engarrafamentos. A manifestação teve seu momento mais bonito na parte final, quando algumas pessoas cercaram o prédio da Prefeitura e chegaram a atirar pedras.
Um ônibus e algumas agências bancárias foram pichados com “A” e uma estação tubo foi atingida por uma pedrada.
Rio de Janeiro, 25 de janeiro: relato retirado de Autogestão
Hoje, dia 25/01/2014, foi realizado o primeiro ato puxado com o nome de “Não vai ter Copa”. Os gritos contra a Copa do Mundo, que surgiu nos levantes populares de 2013, ecoaram dessa vez na porta dos ricos, para o terror destes. O ato teve como ponto de concentração a calçada em frente ao hotel Copacabana Palace, um dos hotéis mais luxuosos do Rio de Janeiro, que se localiza na Zona Sul, no Bairro de Copacabana, uma localidade de residência das classes ricas. O ato, que não contou com a presença de partidos políticos, teve um caráter bem popular, com independentes e organizações que apoiam e estão juntas com as lutas da população pobre e periférica.
O Ato fechou um via da principal avenida de Copacabana se dirigindo para Ipanema, onde iria ocupar também sua via mais importante. Apesar do grande aparato policial, os manifestantes não se intimidaram e começaram de maneira bem expressiva e chamando a atenção dos que estavam a sua volta. Durante o percurso a manifestação chamou a atenção dos moradores da redondeza e de pessoas que estavam em restaurantes perto de onde ocorria o ato. Ao chegar em Ipanema a barreira policial tentou conduzir a manifestação, está foi furada pelos manifestantes ocupando a via de contraria na qual a polícia queria que o ato seguisse. O ato teve como ponto de chegada o prédio onde o atual governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral.
NÃO VAI TER COPA!!!
SEM GUERRA ENTRE POVOS, SEM PAZ ENTRE CLASSES!
São Paulo:
Mais de 2000 pessoas (e igual número de polícias junto com seu aparato ultramoderno), se reuniram nas ruas de São Paulo, uma marcha que acabou com um fim violento, pois um encapuzado foi atingida por dois tiros da PM e se encontra ainda em estado grave no hospital.
Frente ao Teatro Municipal que a marcha, até então pacífica, descamba em violência. Impedidos de passar por uma rua, os manifestantes desviam para outra e começam a atacar alguns estabelecimentos, e agências bancárias. A polícia militar e de choque, armada de escudos protetores, corre atrás dos manifestantes.
McDonald’s atacados, fogo foi colocado em terminais de atendimento dentro das agências, no Banco do Brasil, na Caixa Econômica Federal e no Bradesco. Houve início de incêndio coquetel molotov foram jogados.
A PM fez um cordão de isolamento para tentar impedir que os manifestantes fossem para a Praça da República, onde acontecia o principal show da comemoração dos 460 anos da cidade de São Paulo. Latas e garrafas foram jogadas contra o público O tumulto ocorreu no intervalo entre os shows de Paulinho da Viola e Opalas. Dezenas de pessoas que assistiam ao show que tentavam fugir da confusão foram espremidas contra as grades que separavam o público da área adjacente ao palco, reservada aos artistas e à imprensa.
Garrafas e outros objetos foram novamente arremessados contra o palco. No meio da confusão, um encapuzado foi encurralado contra a grade e agredido violentamente com socos e pontapés por um grupo de pessoas, (pois somente em grupo e provavelmente bêbados esses merdas covardes se “atrevem” a bater em alguém), demonstrando assim seu papel de cidadão exemplar, fundidos nas orgias espetaculares que regala o Estado a quem decidiu abaixar a cabeça frente a 460 anos terrorismo de Estado…
Um dos covardes chegou a bater no encapuzado várias vezes com uma muleta, com tanta força, que ela se quebrou sobre ele. O “grupo” bateu tanto nele que teve que ser “salvado” por um segurança do evento que o levou para um canto atrás do palco, onde foi mantido lá até a chegada da PM, que apareceu 15 minutos depois. Na sua mochila, foi encontrado um estilingue e quatro sacos de bolinhas de gude, além de um par de luvas, um capacete preto e máscaras. Foi levado para o pronto-socorro da Santa Casa para depois ser encaminhado a uma delegacia. Por enquanto desconhecemos tanto o nome como o estado do cara…
O fogo pegou também nas imediações da Praça Roosevelt. Um Fusca com pessoas dentro pegou fogo depois de passar sobre um colchão em chamas na Rua Xavier de Toledo. Alguns manifestantes subiram a Rua Augusta e, encurralados pelos lacaios, entraram em dois hotéis: Linson e Bristol. Um ônibus cheio de tropa de choque para prendê-los.
Com xs encapuzadxs na dianteira, a manifestação desceu a Avenida Brigadeiro Luís Antônio gritando palavras contra a Copa do Mundo. Assustados, vários comerciantes fecharam as portas quando a multidão se aproximava. A PM estima que 1,5 mil “manifestantes” caminhavam rumo à Praça da Sé. Houve um início de empurra-empurra entre lacaios e manifestantes, que se dissipou rapidamente. Por volta das 17h30, cerca de mil pessoas ocuparam a Avenida Paulista e fecharam os dois sentidos da via. No fim das contas, 108 pessoas foram presas pela “tropa de choque” e 20 pelo policiamento de área, totalizando 128 detidos até às 00h02 deste domingo. Do que ficamos sabendo, todas as pessoas foram liberadas no dia seguinte.
Porém, um jovem de 22 anos, Fabrício Proteus Chaves foi baleado pelos covardes dos PM, perseguido pelos lacaios,recebeu dois tiros em Higienópolis como mostra o vídeo. Segundo os relatos da imprensa corporativa, Fabricio saiu do coma hoje (segunda) mas ainda se encontra em estado grave e respira só com ajuda de maquinas. Não temos acesso a mais informações.
Não podemos ficar caladxs frente a atos repressivos desse tipo, tanto por parte dos cidadãos, como dos lacaios do Estado. Sabemos que nos encontramos em guerra, pelo tanto temos que nos preparar para enfrentar as ações repressivas dxs que vão a defender os seus interesses a toda costa… Se preparar também é informar, difundir, solidarizar.
Com a vontade de matar o silencio, pedimos para quem saivá mais informações sobre a situação de Fabrício, assim como um chamado à solidariedade com ele! NÃO VAI TER COPA!
Em 21 de Janeiro de 2014 , a companheira anarquista Tamara Sol Farías Vergara foi detida em Santiago do Chile, acusada de ter realizado um ataque armado contra um segurança do Banco Estado que aconteceu no mesmo dia, na agência bancária localizada no cruzamento da avenida Alameda com a rua Las Rejas.
Em 22 de Janeiro , a compa compareceu no tribunal e foi colocada em prisão preventiva, acusada de roubar a arma do segurança e ter-lhe causado grave lesão corporal. A investigação será concluída dentro de 60 dias e ela enfrenta uma pena de 10 anos e 1 dia até cadeia perpetua (40 anos se fosse qualificada, 20 anos se fosse simples).
Resulta difícil encontrar “palavras” para expressar o que sentimos depois de receber aquela noticia, porque através do seu acionar ela deu sentido e corpo à raiva vingativa que muitxs de nós sentimos algumas semanas atrás, quando vimos a um companheiro anarquista ser assassinado por um lacaio do poder… porque não existem palavras que possam alcançar o som de liberdade que sentimos ao ouvir esses disparos… Porque a memória combativa é o sangue que corre nas tuas veias…
Solidariedade, Ação, Agitação e Cumplicidade para a companheira Sol Vergara…
Que o sopro solidário atravessem todas as grades e fronteiras e alimentem tua paixão guerreira…
Em continuação colocamos um vídeo solidário com a companheira: Complicidad! Traduzimos também um texto da internacional negra que consideramos interessante para refletir sobre os últimos acontecimentos no Chile, que sirvam também de “dica” para outras latitudes, onde as ruas estão (re)começando a pegar fogo…
Chile: Por Sol Vergara, pela guerra, pela liberdade: Solidariedade!
Como ficar calados frente a detenção de Tamara Sol Farias Vergara, companheira que, no dia 21 de janeiro, atacou a um segurança de banco, não sabemos exatamente se com o objetivo principal de roubar a sua arma, ou de cobrar vingança pelo assassinato do companheiro anarquista Sebastián Oversluij que aconteceu no dia 11 de dezembro de 2013, no meio de uma expropriação bancaria.
A solidariedade com a companheira não pode esperar. Porém, nos interessa difundir algumas tensões, com uma voz de alerta respeito ao nosso proceder anárquico no plano da violência revolucionaria. Queremos instaurar uma tensão importante para nossa luta e o faremos desde a fraternidade e a humildade que nos da a experiência, contrariamente à arrogância mostrada por alguns grupos de ação direita que têm atacado direitamente em seus escritos a outrxs companheirxs se escondendo em baixo de um falso manto de critica fraterna.
O que a nós nos interessa aportar de maneira urgente é simplesmente algo que outrxs companheirxs já têm alertado em outras oportunidades. Falamos da necessidade de elevar a qualidade de nosso acionar, tanto no conteúdo discursivo como no plano técnico-operativo de nossas operações armadas. Porque si nossa aspiração é alimentar uma ofensiva permanente, devemos assumir o peso real do que isso significa, preparando nossas ações de tal forma que os riscos sejam mínimos e a planificação seja o suficientemente inteligente como para nos afastar da repressão em vez de nos aproximar dela.
Sabemos que a revolta é contagiosa e reproduzível, mas isso não pode se confundir com a precariedade em nossa planificação e nos meios a utilizar durante uma ação. E essa tensão, embora engatilhada na sua difusão a partir da detenção da companheira Tamara, vai além do seu caso pontual e o transmitimos como uma aprendizagem necessária que temos forjado com todo um caminho de erros atrás, além disso, de pequenos triunfos (e muita sorte) em nossas ações.
Estamos em guerra, e isso merece uma preparação especifica que nada tem a ver com a profissionalização de especialistas militares dentro da anarquia. Somos inimigxs desses paradigmas, mas assumimos como certo o fato de que nenhuma ofensiva pode se sustentar através do tempo se nosso impulso não se combina com precauções, conhecimentos, técnica e planificação. Somos guerreirxs, parte de uma minoria ativa de combatentes que têm identificado o poder e a submissão como causas das misérias no mundo e cada um\a de nós é valiosx para a luta pela liberdade. Lamentavelmente, em nossa época, não existe a certeza de que outrxs companheirxs venham a tomar nosso lugar. Somos nós mesmos a continuidade histórica de que tanto falamos.
Por essa razão é que devemos combinar o impulso com a cautela. Talvez isso nos leve a postergar alguns golpes direitos contra o poder, nos levando a atacar objetivos mais simples, com meios mais seguros, enquanto, em paralelo, nos preparamos para minimizar os riscos projetando operações armadas de maior complexidade, nos dotando dos meios e conhecimentos necessários. Tudo isso sem esquecer que a ação e o discurso devem se desenvolver e se agudizar ao mesmo ritmo e nunca um mais a frente que o outro, clarificando nossas intenções com nos mesmxs e com nossxs companheirxs e entendendo totalmente as consequências de nosso acionar e do seu conteúdo de guerra.
Sobre a detenção da companheira Tamara, o chamado e a interpelação é clara: solidariedade e ação, atacando o silencio e as criticas e múrmuros que ficam em comentários de corredores sem uma proposta de fundo.
solidariedade para multiplicar a luta. Ação para dar força para a companheira e para seus/suas proximxs. Mas também, autocrítica respeito a nosso acionar, para prevenir que mais companheiros não caiam presxs ou mortxs, para trancar a boca as gargalhadas do inimigo e as criticas de salão, e para extirpar de nosso entorno as posturas simplistas que exaltam a violência como um fim ou um fetiche.
Somos anarquistas que abraçamos na luta métodos violentos como forma de propaganda, de vingança e de solidariedade como estratégia para alimentar a luta pela liberdade. Nós, particularmente, temos decidido contribuir desde a atividade armada contra o poder, mas não esquecemos que a luta pela liberdade se dá em muitos terrenos e com multiplos meios, como outros companheiros têm feito no Chile e em outros lugares do mundo.
Como insurrectos que atacamos ao poder por meio da violência minoritária anarquista, valorizamos o impulso da companheira Tamara, mas sem deixar de abordar a necessária tensão sobre o nosso acionar.
E, ao revés, não podemos somente propagar essa tensão sem fazer um chamado à solidariedade combativa como meio efetivo para elevar a moral de nossxs companheirxs presxs e como parte da continuidade da guerra social ante o sequestro de companheirxs de luta.
Porque a companheira Tamara teve a valentia de fazer algo necessário, devolver golpe por golpe. Embora seja outra cabeça e outro corpo o que espera o chumbo de balas vingadoras, nos referindo ao segurança que assassinou ao companheiro Sebastian Oversluij. Não esquecemos que, como mostra o vídeo da ação captado pelas camarás do banco e difundido pela imprensa, o companheiro Sebastian Oversluij foi assassinado ante a mirada de um dos seus acompanhantes, quem sendo testemunha de como o companheiro Sebastian estava sendo baleado, e podendo fazer algo (ao estar armado) para impedir a morte do companheiro (ou ao menos para vingá-la no ato); não se lhe ocorreu nada mais que esconder sua cabeça e se arrastar pelo chão, se protegendo a si mesmo e deixando ao companheiro a mercê das balas inimigas.
Ao fim do dia, a conta nos deixa um saldo caro. A imagem de uma companheira que ingressa a um banco, que ataca a um guardião lhe disparando com uma arma de fogo, que expropria a arma que portava para defender o capital financeiro, que grita Vingança, e posteriormente é detida e encarcerada na mesma prisão de San Miguel, onde 81 presxs foram deixados morrer pelos carcereiros no incêndio do dia 8 de dezembro de 2010. Com isso ante os olhos, a solidariedade não pode esperar.
SOLIDARIEDADE E FORçA PARA A COMPANHEIRA TAMARA SOL FARIAS VERGARA
Solidariedade e respeito para a familia Vergara Toledo. Com organização, abramos as ruas para a insureição!