Relato de uns dias de janeiro negro…
As informações que temos (a exceção das do Rio) foram extraídas da mídia corporativa já que não conseguimos informações por outras partes, tentamos fazer um relato a partir desses dados….Pois, mais uma vez, incentivamos a todxs a nos mandar seus relatos, impressões, analises do que esta acontecem nas ruas…
Força e solidariedade com Fabrício Proteus Chaves que se encontra no hospital, na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) após ter sido baleado pelos lacaios do Estado.
Porto Alegre, 23 de janeiro:
Em Porto Alegre, a manifestação reuniu ao redor de 1,200 pessoas nas ruas, os atos de rebeldia estão por causar mais de R$ 40 mil em prejuízos na cidade! Contêiners foram incendiados e tombados, parquímetros queimados, muros pichados e vidros quebrados, entre eles, agencias bancarias da CEEE e de vários bancos.
Pelo menos três pessoas foram presas e seis menores de idade apreendidos, as prisões foram realizadas por pichação e dano qualificado ao patrimônio público. Foram liberados, mas tenderam que responder ante a “justiça”…
Curitiba, 25 de janeiro:
Em Curitiba, um grupo de aproximadamente 200 pessoas participou do protesto. A manifestação partiu da Boca Maldita, na área central da cidade, foi até prefeitura e em seguida se dispersou.
Durante a caminhada, os “manifestantes” sentaram-se em diversos cruzamentos por cerca de dez minutos, provocando pequenos engarrafamentos. A manifestação teve seu momento mais bonito na parte final, quando algumas pessoas cercaram o prédio da Prefeitura e chegaram a atirar pedras.
Um ônibus e algumas agências bancárias foram pichados com “A” e uma estação tubo foi atingida por uma pedrada.
Rio de Janeiro, 25 de janeiro: relato retirado de Autogestão
Nota sobre o primeiro ato “Não vai ter Copa” – Rio de Janeiro
Hoje, dia 25/01/2014, foi realizado o primeiro ato puxado com o nome de “Não vai ter Copa”. Os gritos contra a Copa do Mundo, que surgiu nos levantes populares de 2013, ecoaram dessa vez na porta dos ricos, para o terror destes. O ato teve como ponto de concentração a calçada em frente ao hotel Copacabana Palace, um dos hotéis mais luxuosos do Rio de Janeiro, que se localiza na Zona Sul, no Bairro de Copacabana, uma localidade de residência das classes ricas. O ato, que não contou com a presença de partidos políticos, teve um caráter bem popular, com independentes e organizações que apoiam e estão juntas com as lutas da população pobre e periférica.
O Ato fechou um via da principal avenida de Copacabana se dirigindo para Ipanema, onde iria ocupar também sua via mais importante. Apesar do grande aparato policial, os manifestantes não se intimidaram e começaram de maneira bem expressiva e chamando a atenção dos que estavam a sua volta. Durante o percurso a manifestação chamou a atenção dos moradores da redondeza e de pessoas que estavam em restaurantes perto de onde ocorria o ato. Ao chegar em Ipanema a barreira policial tentou conduzir a manifestação, está foi furada pelos manifestantes ocupando a via de contraria na qual a polícia queria que o ato seguisse. O ato teve como ponto de chegada o prédio onde o atual governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral.
NÃO VAI TER COPA!!!
SEM GUERRA ENTRE POVOS, SEM PAZ ENTRE CLASSES!
São Paulo:
Mais de 2000 pessoas (e igual número de polícias junto com seu aparato ultramoderno), se reuniram nas ruas de São Paulo, uma marcha que acabou com um fim violento, pois um encapuzado foi atingida por dois tiros da PM e se encontra ainda em estado grave no hospital.
Frente ao Teatro Municipal que a marcha, até então pacífica, descamba em violência. Impedidos de passar por uma rua, os manifestantes desviam para outra e começam a atacar alguns estabelecimentos, e agências bancárias. A polícia militar e de choque, armada de escudos protetores, corre atrás dos manifestantes.
McDonald’s atacados, fogo foi colocado em terminais de atendimento dentro das agências, no Banco do Brasil, na Caixa Econômica Federal e no Bradesco. Houve início de incêndio coquetel molotov foram jogados.
A PM fez um cordão de isolamento para tentar impedir que os manifestantes fossem para a Praça da República, onde acontecia o principal show da comemoração dos 460 anos da cidade de São Paulo. Latas e garrafas foram jogadas contra o público O tumulto ocorreu no intervalo entre os shows de Paulinho da Viola e Opalas. Dezenas de pessoas que assistiam ao show que tentavam fugir da confusão foram espremidas contra as grades que separavam o público da área adjacente ao palco, reservada aos artistas e à imprensa.
Garrafas e outros objetos foram novamente arremessados contra o palco. No meio da confusão, um encapuzado foi encurralado contra a grade e agredido violentamente com socos e pontapés por um grupo de pessoas, (pois somente em grupo e provavelmente bêbados esses merdas covardes se “atrevem” a bater em alguém), demonstrando assim seu papel de cidadão exemplar, fundidos nas orgias espetaculares que regala o Estado a quem decidiu abaixar a cabeça frente a 460 anos terrorismo de Estado…
Um dos covardes chegou a bater no encapuzado várias vezes com uma muleta, com tanta força, que ela se quebrou sobre ele. O “grupo” bateu tanto nele que teve que ser “salvado” por um segurança do evento que o levou para um canto atrás do palco, onde foi mantido lá até a chegada da PM, que apareceu 15 minutos depois. Na sua mochila, foi encontrado um estilingue e quatro sacos de bolinhas de gude, além de um par de luvas, um capacete preto e máscaras. Foi levado para o pronto-socorro da Santa Casa para depois ser encaminhado a uma delegacia. Por enquanto desconhecemos tanto o nome como o estado do cara…
O fogo pegou também nas imediações da Praça Roosevelt. Um Fusca com pessoas dentro pegou fogo depois de passar sobre um colchão em chamas na Rua Xavier de Toledo. Alguns manifestantes subiram a Rua Augusta e, encurralados pelos lacaios, entraram em dois hotéis: Linson e Bristol. Um ônibus cheio de tropa de choque para prendê-los.
Com xs encapuzadxs na dianteira, a manifestação desceu a Avenida Brigadeiro Luís Antônio gritando palavras contra a Copa do Mundo. Assustados, vários comerciantes fecharam as portas quando a multidão se aproximava. A PM estima que 1,5 mil “manifestantes” caminhavam rumo à Praça da Sé. Houve um início de empurra-empurra entre lacaios e manifestantes, que se dissipou rapidamente. Por volta das 17h30, cerca de mil pessoas ocuparam a Avenida Paulista e fecharam os dois sentidos da via. No fim das contas, 108 pessoas foram presas pela “tropa de choque” e 20 pelo policiamento de área, totalizando 128 detidos até às 00h02 deste domingo. Do que ficamos sabendo, todas as pessoas foram liberadas no dia seguinte.
Porém, um jovem de 22 anos, Fabrício Proteus Chaves foi baleado pelos covardes dos PM, perseguido pelos lacaios,recebeu dois tiros em Higienópolis como mostra o vídeo. Segundo os relatos da imprensa corporativa, Fabricio saiu do coma hoje (segunda) mas ainda se encontra em estado grave e respira só com ajuda de maquinas. Não temos acesso a mais informações.
Não podemos ficar caladxs frente a atos repressivos desse tipo, tanto por parte dos cidadãos, como dos lacaios do Estado. Sabemos que nos encontramos em guerra, pelo tanto temos que nos preparar para enfrentar as ações repressivas dxs que vão a defender os seus interesses a toda costa… Se preparar também é informar, difundir, solidarizar.
Com a vontade de matar o silencio, pedimos para quem saivá mais informações sobre a situação de Fabrício, assim como um chamado à solidariedade com ele! NÃO VAI TER COPA!