[POA] Biblioteca Kaos. Ciné Conflito

Recebido no email:

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Cine CONFLITØ é a proposta de nos reunirmos e discutir sobre temas em pontos de vista diversos, que nos fazem pensar, questionar y des(cons)truir nossas ações cotidianas de um ponto de vista anárquico. O primeiro ciclo de filmes traz a temática de (anti)gênero y sexualidade, mas esta aberto para novos temas y novas propostas de atividades.
O cine esta acontecendo entre os dias 25, 30 y 31 de dezembro, na Biblioteka Kaos, rua Alberto Torres, 185.

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[SP] Dezembro Negro – Ataque incendiário á Agência do Banco Bradesco 16/12/15 – M.I.A

Retirado de CIMI e ContraInfo
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Manifesto do M.I.A – Movimento Insurgente Anarquista – Célula Marie Mason.

Entre o final de Novembro e o ínicio do mês de Dezembro, 2 árvores centenárias foram derrubadas na praça em frente a igreja Nossa senhora dos Remédios, a mando da prefeitura de Osasco-SP.

Bem como, em agosto de 2015, os braços armados do governo, também assassinaram mais de 20 pessoas na mesma noite, nas regiões de Osasco, Barueri, Carapicuiba e Itapevi. Todas as pessoas assassinadas viviam entre as favelas e bairros afastados do centro desses estados fascistas.

Em resposta a esses assassinatos, ensinamos o caminho para que nosso fogo chegasse a uma das veias que mantêm esse sistema opressor vivo, mesmo sabendo que isso não trará de volta as árvores que resisitiam ao concreto dessa civilização doentia, bem como, não trará de volta a vida dessas pessoas, vitímas desse genocídio causado por esses nazistas, assumimos e reivindicamos o ataque incendiário contra a agência do Banco Bradesco, situado na Avenida São José, altura do número 924 – (OSASCO-SP), ocorrido na madrugada do dia 16/12.

Somos a geração do fogo, os pobres e famintos que tentaram passar a borracha na história. Nossa guerrilha urbana, surge da necessidade de seguir em frente o que um dia começaram. Em nome de todo sangue anarquista derramado, em nome de todas as noites atrás das grades, não teremos medo das consequências de nossos atos, pois já estamos fartos de viver com medo, daqui em diante, seguiremos como lobos, mostrando os dentes aos nossos inimigos!!!
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Nós estamos dando continuídade ao chamado internacional DEZEMBRONEGRO15, com a memória negra dos nossos mortos e em cumplicidade solidária com nossos companheiros sequestrados, aprisionados e fugitivos.

Nenhum passo atrás, avante companheiros combativos de todo o mundo!

Movimento Insurgente Anarquista – Célula Marie Mason

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Por um Dezembro Negro em Todas Partes

Retiramos o cartaz de ContraInfo. Entre em http:contrainfo.espiv.net para visualizar as respostas à chamada do dezembro negro.

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[FRANÇA] ATAQUE INCENDIÁRIO CONTRA A EDF

Recebido ao email:

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NA NOITE DE 6 DE DEZEMBRO, AO NORTE DE TOULOUSE, INCENDIAMOS CINCO CARROS DA EDF.

EDF é uma das participantes da COP21. É também uma empresa estatal que procura apresentar a energia nuclear como uma solução para o problema das mudanças climáticas. A energia nuclear é a morte, destruamos seus promotores!
Achamos importante atacar a COP21 onde ela se encontre: ou seja, onde quer que haja lucro e poder.
Preferimos a atuação qualitativa, a cumplicidade e a surpresa ao invés dos encontros midiáticos e espetaculares com o Estado e suas matilhas policiais. Com algumas tochas, galões de gasolina e sorrisos respondemos humildemente à vigilância, ao medo e à resignação que nos aliena no cotidiano.

TODOS OS COP21 SÃO ALVOS!
SEMPRE MAIS GASOLINA CONTRA O ESTADO (DE URGÊNCIA)!

Os incendiários.

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[GRÉCIA] UM 6 DE DEZEMBRO DE FOGO EM MEMÓRIA DE ALEXIS GRIGOROPULOS

Recebido no email:

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Dezenas de manifestações ontem [6 de dezembro] cruzaram as principais cidades da Grécia para honrar a memória de Alexis Grigoropulos, de quinze anos, assassinado em 6 de dezembro de 2008 pela polícia perto do distrito de Exarchia. Em resposta ao assassinato, ocorreu a revolta ardente de dezembro há sete anos contra as primeiras medidas de austeridade. A memória de Alexis mantém viva a possibilidade de revolta, especialmente
neste ano, quando, na noite entre 5 e 6 de dezembro, mais um episódio financeiro de  sangue e lágrimas foi aprovado pelo governo em troca da nova ajuda: 2,5 mil milhões de economia graças a reforma das pensões, cortes nos gastos públicos e 3,2 bilhões em receita por meio de novos impostos.
Em Atenas foram realizadas duas marchas. Uma pela manhã chamada pelos alunos e outra à noite, convocada por coletivos de extrema esquerda e pelo movimento anarquista com base em Exarchia. Nas principais cidades do país Tessalônica, Patras, Heraklion, Volos – ocorreram eventos similares, bem como em cidades menores como Syros, Agrinio, Trikala, Karditsa, Thiva,
Livadia, Lamia, Larisa, Orestiada, Samos, Mytilini, Chios, Chania,
Komotini, Rhodes. Na maioria dos casos houve confrontos em razão da determinação dos manifestantes e da atitude provocativa da polícia. Mesmo em cidades com marchas menores, com uma participação da ordem de várias centenas de manifestantes, houve confrontos com a polícia como em
Trikala, Kalamata, Komotini. Em Komotini se registrou duas prisões.
Em Tessalônica, cerca de 2.400 pessoas foram às ruas para se manifestar. A polícia com um enorme contingente cercou provocativamente a marcha. A determinação dos manifestantes impediu que a marcha fosse reprimida pela polícia. Ao final, uma parte da manifestação construiu barricadas e entrou em choque com a polícia durante horas. Nenhuma prisão foi realizada. Em Volos, cerca de mil manifestantes tomaram as ruas. Durante a
manifestação câmeras de vigilância, lojas de penhor e fachadas de
bancos foram alvo de manifestantes. No final da marcha foram erguidas barricadas e um ataque foi realizado em uma delegacia de polícia; por horas ocorreram violentos combates. Da mesma forma em Heraklion, onde 1.300 manifestantes marcharam, atacaram e destruíram duas agências bancárias e as janelas de um centro comercial. O desfile terminou no principal espaço
da cidade, onde a polícia atacou os manifestantes com gás lacrimogêneo.
Em Atenas, toda a semana foi animada por confrontos e iniciativas nas praças. Desde sexta-feira, a cada noite grupos militantes em Exarchia realizaram ataques contra a polícia, aquecendo a atmosfera para a manifestação agendada para domingo. Entre os vários incidentes vale mencionar o incêndio iniciado pela polícia em uma pequena loja de roupas em Exarchia. O fogo rapidamente se espalhou para todo o edifício, habitado
nos andares superiores. A responsabilidade do incêndio tem sido abrandado pela polícia, que acusou os manifestantes de o terem iniciado.
A marcha no domingo à noite, iniciada às 17 horas, teve a participação de cerca de dez mil pessoas. Imediatamente, a polícia atacou a manifestação com gás lacrimogêneo, bombas de efeito moral e repetidas tentativas de quebrar e dispersar a manifestação. A maioria dos manifestantes, em seguida, se reuniu nas ruas do distrito de Exarchia, onde os confrontos com a polícia continuou até as primeiras horas da manhã. Digno de nota, a provocação policial realizada na região da Rua Notara, onde existe grande concentração de imigrantes, mas que não procedeu a uma tentativa de despejo. No final do dia 35 manifestantes foram levados para a delegacia de polícia.
Vídeos, Exarchia, Atenas:
https://www.youtube.com/watch?v=VGf4c1X4fyY
https://vimeo.com/147992378

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[PORTUGAL] SOLIDARIEDADE COM XS ESTUDANTES DE SÃO PAULO

Nota de Cumplicidade:

Uma piscada de olho cumplice a todxs xs que se enfrentam nas ruas com a autoridade, pela reapropriação das suas vidas… sabemos que todo o que se aprende nas escolas ocupadas e nas ruas tomadas são sementes para a expansão da revolta. deixamos aqui um som que algumxs anarquistas ocupantes de escolas fizeram: “Anarquia Plena”

https://www.youtube.com/watch?v=W40C9V80PdE

Recebido no email:

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Desde o dia 29 de Setembro que xs estudantes do Estado de São Paulo estão em luta contra a reorganização do Ensino, medida anunciada pelo governador estadual Geraldo Alckmin (PSDB), que iria provocar o fechamento de 94 escolas, a transferência de 340 mil alunos, de profissionais, turmas mais lotadas, a segregação dos estudantes para as periferias, e tudo isto
somado, a degradação da qualidade da educação pública.
Organizados e combativos, xs estudantes ocuparam as suas escolas, já se contam mais de 200 escolas ocupadas, muitas em solidariedade, protegendo e cuidando das mesmas, de forma horizontal e apartidária, impedindo o fechamento das mesmas e resistindo à pressão da Polícia Militar (PM), da manipulação midiática, e das diretorias compradas por Alckmin.
Nas ruas, em protestos violentamente reprimidos pela PM, grandes avenidas foram bloqueadas pelxs estudantes por dias consecutivos sob o mote “Se a escola fechar, a cidade vai parar”, tendo já sido presas mais de 30 pessoas apenas na primeira semana de Dezembro. Professores e funcionários das escolas foram ameaçados pelo governo estadual de terem os seus
salários e bônus cortados por não estarem a exercer funções.
Pelo Comando de Escolas Ocupadas, órgão que reúne delegados eleitos de todas as ocupações, exigem: o cancelamento total e oficializado do decreto da reorganização, a oficialização de um cronograma de audiências públicas para debater de forma clara a necessária reforma do ensino com toda a sociedade, a punição dos PMs que reprimiram e ameaçaram xs manifestantes, nenhuma punição ou criminalização aplicada aos pais, alunos, funcionários, professores, e apoiantes que participaram da luta. As escolas só serão desocupadas, se tal for cumprido.
DIA 16 DE DEZEMBRO, QUARTA-FEIRA, NA PRAÇA LUÍS DE CAMÕES, ÀS 18H30, estaremos em frente ao CONSULADO GERAL DO BRASIL em concentração de
solidariedade com a luta dos estudantes de SP, contra a reorganização do Ensino, por uma escola pública que seja efetivamente dxs estudantes, e não dos corpos burocráticos que xs desrespeitam!
COLETIVO ESTUDANTIL LIBERTÁRIO – LISBOA

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[BRASÍLIA-DF] “LIBERTAÇÃO DA TERRA”, NOVA MÚSICA DO UNIO MYSTIKA

Mandado ao email:

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O RAP ANARQUISTA UNIO MYSTIKA DIVULGOU HÁ POUCOS DIAS UM VÍDEO DA MÚSICA “LIBERTAÇÃO DA TERRA”, QUE ESTARÁ PRESENTE NO SEU DISCO – PREVISTO PARA SER LANÇADO EM JANEIRO DE 2016.

Assista: https://www.youtube.com/watch?v=DcBcnuLSLq4

L E T R A:

Yeah, Unio Mystika.
Ecologia radical, ecologia profunda.
ESTAMOS NA GUERRA ECOLÓGICA DECISIVA (GED)!
Conectadxs a Terra como uma grande Sequoia,
Protesto não, é ação direta. Nós não temos escolha.
Ambientalismo mainstream, inúteis dentro de uma bolha,
Descarrego de consciência, não salvam uma só folha.
Bandeira verde e negra, às escuras tá eco-guerrilha,
Explosões, sabotagens e incêndios é uma maravilha.
Várias táticas e estratégias, aqui é sem diplomacia.
A investida é à noite, observações são de dia.
São vários grupos autônomos de afinidade,
Estudam segurança, explosivos, armas e aprimoram habilidades.
Predestinadxs ao ataque, são convictxs do que fazem.
Declararam guerra ao sistema e isso não é só uma fase.
A exploração é muito fácil de cessar…
Fogo resolve o que anos de protestos nunca conseguiu parar.
Então perca a moralidade e perca a paciência,
Prepare o seu explosivo, a destruição é a ciência.
Temporizadores elétricos em barris de gasolina.
Quando a noite for clareada esteja sumindo na esquina.
Como uma criança selvagem aspire o ar do selvagismo.
À noite só numa floresta em seu coração há ludismo.
Pratiquem a sabotagem, coloquem tudo em chamas!
Reduza a cinzas tudo aquilo que destrói o que você ama!

Libertação da Terra, Libertação Animal!
Não há pacifistas, só extremistas,
A ecologia aqui é radical!
Apoiamos povos ancestrais, povos indígenas.
Povos tribais que vivem em cooperação com a natureza.
Chega de paciência! Chega de esperar o bom senso dxs poderosxs!
Nós estamos em guerra…primeiramente a Terra!

Tecnofilia é ameaça, somos os rebeldes contra o futuro.
Os destruidorxs de máquinas, neoludistas do anti-mundo.
Que se dane se as ações são extremistas.
Afinal, extrema mesmo é a prática dos antropofascistas.
Como as da Monsanto, Vale e a Shell, suas práticas são cruel.
Trituram todo o Planeta e ainda ganham Nobel.
Por isso que eco-terrorismo é a indústria do petróleo,
É o avanço da industrialização, mineração e extração,
Criação de barragens e usinas, é a indústria madeireira,
Terrorismo é o que xs poderosxs estão fazendo com natureza.
Xs que destroem a Terra às vezes pagam multa,
Xs que combatem essxs canalhas pegam 10 anos de culpa.
Corporações e governos, ambos estão aliados
Frente a essa patifaria qualquer ato é justificado.
Você não sabe o que fazer? Vou te dar um palpite.
Pra cada poço de petróleo um Movimento do Delta do Níger!

Pratiquem a sabotagem, coloquem tudo em chamas!
Reduza a cinzas tudo aquilo que destrói o que você ama!
Libertação da Terra, Libertação Animal!
Não há pacifistas, só extremistas,
A ecologia aqui é radical!
Vamos invadir laboratório e por fogo em tudo.
Nas pesquisa de OGM vamos extinguir os estudos.
Às corporações destrutivas vamos plantando bombas.
Aterrorizar os executivxs e suas atividades nóis tomba.

Ruralistas malditos vai ser tipo a Tuíra Kayapó,_
Só que fincando o facão e degolando sem dó!_
Vocês estão na lista negra indústrias do agrotóxico._
A hora suas chegará, explodi-las é nosso propósito._
Pra cada campo de mineração… uma Revolução dos Cocos!_
Pra cada rio barrado… uma explosão na barragem!_
Pra cada usina construída… 10 explosivos C4!_
Pra cara ação de destruição mil focos de sabotagem!_
Pratique Cultura de Segurança pra não rodar nas ação,_
Instrua seu grupo de afinidades a começar a proteção._
Libertação animal contra a vivissecção e testes._
Quebrando jaulas e zoológicos com a ALF. _
Não adianta preservar, tem que é mesmo que reconstruir,_
E destruir tudo aquilo que faz o Planeta ruir._
Incinerar a civilização que nos leva ao colapso._ Tudo que sobe desce, então a urbe virá abaixo!_

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[FORTALEZA-CE] CONTRA O EXTERMÍNIO DE NEGRAS E NEGROS DA PERIFERIA E DE TODA POPULAÇÃO POBRE!

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Recebido no email:

Não tem escolar, não tem lazer,
Só crack, arma, polícia pra te corromper,
O sistema é maquiavélico, estratégico, não erra,
arma todo esse cenário de guerra
Leandro Mc/FOME

Lutamos cotidianamente contra as estatísticas da morte de nosso povo, negro e pobre. E essas estatísticas trazem resultados alarmantes. Um desses resultados nos diz que um jovem negro no Brasil tem três vezes mais chance de ser assassinado do que um branco, sendo que 77% das vítimas de assassinatos são negros. A polícia brasileira é a que mais mata no planeta e os números apontam que seu principal alvo tem: cor/raça e
classe social.
Para a maior parte da população, e principalmente para os programas policialescos e as forças repressoras do Estado, “bandido bom é bandido morto”. Mas, na realidade tal pena de morte só é aplicada a população negra e pobre, o que resulta num verdadeiro holocausto na periferia.
A polícia civil e militar, um dos braços armados do Estado, é uma
instituição que tem forma, poder e uma articulação intrínseca com as estruturas da nossa sociedade (que é dividida em classes). Sua forma é hierárquica, sendo pautada cotidianamente pela repressão violenta, visando defender o Estado, o Capital, a supremacia branca e o patriarcado.
O Estado tem o monopólio da repressão através das forças armadas, mas também devemos considerar as relações de poder entre as forças armadas/militar e o Estado (expressão político-institucional), em um determinado momento. A esfera política/jurídica/militar traz um mar de relações corruptas e uma série de violências brutais para o nosso povo, negro e pobre.
Os Estados programam formas que possam encarcerar a população negra, pobre e lutadora. O controle social é um mecanismo utilizado pelo Estado que visa, exclusivamente, punir quem não ler na sua cartilha, quem não concorda com o seu “circo”. Manifestações radicalizadas que possam surgir contra o ajuste fiscal, direitos das mulheres e redução da maioridade penal estão seriamente ameaçadas. São exemplos de controle
social: a Lei Antiterrorismo (de autoria do Poder Executivo, o projeto de lei segue como PL 2016/2015 na Câmara e PL 499/2013 no Senado), surge para tentar calar os setores mais combativos e revolucionários. O texto “antiterror” diz: “incendiar, depredar, saquear, destruir ou explodir
meios de transporte ou qualquer bem público ou privado”. Para se ter apenas um exemplo, o “incêndio” foi o mecanismo utilizado pela comunidade do São Miguel horas depois da chacina da Messejana na entrada do bairro, essa foi à arma que os populares tinham para chamar a atenção da sociedade sobre o caso. A defesa da propriedade privada e da ordem burguesa é clara na lei, de maneira que nada possa ameaçar este esquizofrênico sistema desigual, opressor e racista. A redução da maioridade penal também é um exemplo de controle social que tem no
encarceramento a solução para um Estado cada vez mais militarizado.
A origem da polícia remonta ao período escravocrata tendo a função de capturar e matar negras e negros que foram escravizadas/os, defender a propriedade privada e o abominável sistema escravista, negando dessa forma, heranças culturais, corporeidade, sexualidade e um mundo afro.  Desde a invasão portuguesa “O estupro, o linchamento e o genocídio dos
povos originais e do povo negro são elementos estruturantes da nossa realidade histórica.” [1]
Quantas Anastácias não foram capturadas e silenciadas com uma máscara de ferro, tendo sua ancestralidade negada e sua vida ceifada pelos horrores da exploração? Quantas Claúdias não foram arrastadas e mortas? De lá pra cá nunca existiu polícia cidadã ou polícia amiga, o que vemos é uma articulação repressora e exterminadora da polícia – civil e militar.
Precisamos mudar radicalmente a sociedade e não fazer uso das ferramentas do opressor, pois “as ferramentas do mestre nunca vão desmantelar a casa-grande” (Audre Lorde).

Não podemos reformar a polícia nesta sociedade que é capitalista,
racista e patriarcal. Se há um grupo de policiais que verdadeiramente é contra o tripé repressor de nossa sociedade eles devem sair da polícia, pois lá são e continuarão sendo cúmplices do extermínio do nosso povo.
O mesmo se aplica ao processo eleitoral, pois nenhuma eleição irá barrar o extermínio de negras e negros da periferia e de toda população pobre. A eleição como farsa, sempre teve o papel de eleger fantoches e supostos representantes. Obama nos Estados Unidos é só mais um exemplo de como esse processo é fraudulento e racista, pois a justiça, o governo Obama e
as forças repressivas norte americana continuam encarcerando a população negra, condenando a prisão perpétua e levando milhares negras/os e latinas/os para o corredor da morte. O ex-pantera negra Mumia-Abu Jamal é só mais um exemplo.
A ditadura civil-militar teve seu fim na década de 1980? Há um regime ditatorial e autoritário vigente, a ditadura não cessou para a periferia e todas as classes populares. As práticas repressivas continuam e o extermínio não dá sinais de parar para periferia. Os anos de 1990 deram continuidade ao derramamento de sangue no chão. Só para citar dois exemplos, as forças do Estado estiveram envolvidas no massacre do Carandiru (1992) e da chacina da Candelária (1993). O projeto de Estado brasileiro sempre foi genocida e racista, vivemos na democracia da morte
para o povo negro e pobre, em que o encarceramento e a pena de morte nos são oferecida pelo Estado.
A crescente militarização da sociedade é uma realidade. São mais UPPs, expansão massiva do Raio (Rondas de Ações Intensivas e Ostensivas), supostas armas “não letais” para o conjunto da guarda municipal e gestão militar nas escolas, como é o caso de Goiás, em que o governador Marconi Perillo (PSDB) propôs em meados deste ano um projeto de militarização de algumas escolas, trazendo mudanças na estrutura organizativa da escola, implementando o código disciplinar militar e criando algumas taxas. [2]
Racismo institucional, chacina e sequestros já fazem parte de nosso cotidiano. Forjamento de flagrantes em homens e mulheres da periferia já é prática corriqueira. Tudo que difere do padrão vigente, que é excludente e preconceituoso, em termos de raça, classe, sexualidade, comportamento e idade, já são estigmatizados e considerados indesejados.
Quando não nos matam cotidianamente com vários tiros de diversos calibres, nos matam com a ausência dos serviços básicos sociais, nos matam com a humilhação diária e com a precarização de tudo que é considerado “público”. Portanto perguntamos: “Cadê o que tu prometeu pra minha favela, pra minha periferia não vejo nada nela” (Mc Frank/FOME). O Estado aprofunda a segregação, faz uso do racismo institucional para humilhar os jovens da periferia. A polícia vem realizando uma espécie de blitz nas vias de acesso aos bairros periféricos, em que os “suspeitos”, de maioria negra, são obrigados a descer do ônibus. O assédio policial humilha, criminaliza e estigmatiza a população periférica negra e pobre.
A ordem para o controle social é abater. Na chacina da Messejana (São Miguel, Lagoa Redonda e Curió), no último dia 11 de novembro, onze periféricos foram mortos, são eles: Patrício, 16; Allison, Jardel, Marcelo s. Mendes, Alef, Marcelo S. Pereira, Erick, todos tinham 17; Pedro,
18; Jandson, 19; Elenildo, 41; Valmir, 37.Todo o grupo de extermínio que praticou a ação estava encapuzado, os mesmos arrombaram portas, arrastaram as vítimas para fora de casa e executaram. Nenhuma das vitimas tinham passagem pelo polícia pelos ditos crimes graves. Sete outras vítimas foram lesionadas a bala e/ou lesão corporal no momento da chacina. Um dos projetos de controle social, do programa “Crack é possível vencer” (uma unidade fixa), a UPP de Fortaleza, situada no São Miguel, um dos locais da chacina, não viu nenhuma movimentação mesmo com
todas as suas câmeras de segurança.
Outras chacinas também ocorreram nos últimos meses em outros Estados. Em Salvador, por exemplo, no dia 6 de fevereiro, 16 foram mortos na chacina do Cabula. A dita “segurança pública” da gestão de Rui Costa, do PT, executou sumariamente a juventude negra e pobre. Perseguir, capturar e
executar sempre fez parte do código da polícia, seja ela civil ou
militar.
A perseguição aos indígenas, quilombolas e periféricos, negras/os e pobres continua. No Ceará, diversas comunidades indígenas sofrem com o assédio policial nas áreas de retomadas. Os quilombolas do Cumbe, Aracati, foram despejados/as violentamente em agosto de 2013 pela PM/Cotar de uma área ocupada por eles/as para fins de recuperação ambiental, em
um local que antes era um viveiro de camarão.
As mulheres negras também são as que mais sofrem. Números indicam que houve um aumento de 54% em termos de homicídios (mapa da violência, 2013) praticados contra a mulher negra, enquanto em relação a mulher branca houve uma queda de 9,8%. Outro gravíssimo problema é na unidade prisional
feminina da região metropolitana de Fortaleza, Auri Moura Costa, o presídio hoje amontoa cerca de 700 mulheres e nos últimos cinco meses já foram registrados duas mortes (Ana Claúdia e Joelma de Souza).
O defasado sistema socioeducativo também abriga em sua maior parcela adolescentes negras e negros e pobres. Depois de um 2015 de muitas manifestações por parte dos jovens, por conta da superlotação, maus tratos e péssimas condições sanitárias, o pior ocorreu. O adolescente Márcio, 17, foi morto pelo BCPM no momento de uma manifestação no Centro “Socioeducativo” São Miguel e no C. “Socioeducativo” São Francisco, no dia 6 de novembro. O caso provavelmente será registrado como
auto de resistência, ou seja, resistência (do policial) seguida de morte. É uma forma de legalizar e legitimar a violência cometida pelas forças policiais, e sendo assim, quando registrado como auto de resistência, os homicídios realizados pelo braço armado do Estado acabam não sendo investigados. Algumas semanas depois da morte de Márcio, vários instrutores foram presos por conta de uma surra generalizada em um dos centros.
E os abusos continuam! O sequestro também faz parte do cardápio das forças policiais.  Foi o que ocorreu com o frentista João Paulo, 20, que não possui passagem pela polícia. Visto pela última vez no dia 30 de setembro na Av. Cônego de Castro, no Parque Santa Rosa, o mesmo aparece no referido dia em imagens de uma câmera de segurança sendo abordado por uma patrulha militar e sendo conduzido para um veículo de passeio. O grupo de
sequestro e extorsão foi “preso” e é formado por três policiais da
Força Tática de Apoio (FTA)/BPM de Maracanaú e um sargento da reserva da PM. João Paulo até agora não apareceu!

NOSSO CHÃO SAGRADO FOI MANCHADO DE SANGUE E A LUTA COTIDIANA COBRARÁ O EXTERMÍNIO DA POPULAÇÃO NEGRA E POBRE

O que deve ser exterminado é o preconceito racial dentro de nós, o discurso racista da extrema- direita e até de alguns setores da esquerda. Tanto direita como parte da esquerda defendem um projeto político hegemônico branco/eurocêntrico. Alguns setores afirmam que não há o racismo e outros enxergam como uma questão secundária. Para nós, da Organização Resistência Libertária [ORL-CAB], o debate e prática da luta antirracista não é secundário. Acreditamos que devemos descolonizar
a consciência e deixar a briga pelo poder centralizado do Estado de lado.
Muitos setores não querem discutir privilégios e acreditam que estão fazendo seu papel ao buscarem colocar algum representante nas cadeiras do legislativo ou em alguma secretaria sobre a questão racial. O Estado enquanto instrumento político tem suas bases cimentadas no capitalismo, no patriarcalismo, no racismo, na heteronormatividade e outras mil e uma opressões.
A reforma será sempre parcial, nunca devendo mexer nem um milímetro nas bases do Estado. ALUTA ANTIAUTORITÁRIA NEGRA [3] deve partir de baixo para cima, a partir de nossas experiências, vivências e práticas comunitárias em torno da igualdade entre os iguais e não de estruturas hierarquizadas, como o Estado, partidos e as relações econômicas.
Acreditamos na autoidentificação racial e entendemos que o reconhecimento enquanto negra e negro deve ser o combustível para o fortalecimento da luta específica, independente, autônoma e coletiva com os outros setores. Se nós não nos reconhecemos, o Estado, Polícia e todos os opressores nos reconhecem e nos discriminam. Não podemos aceitar essa máscara de ferro
sutil e violenta, não devemos nos silenciar! O projeto capitalista,
racista e machista nos retira tudo e sua consequência é sermos
exterminadas/os, capturadas/os e levadas/os para os presídios, sistema “socioeducativos”, tráfico, exploração infantil e o turismo sexual. Qual a diferença entre a relação do senhor de engenho com as negras e os negros do período escravocrata com os dias de hoje?
Nós, negras e negros, temos muito a dizer sobre tudo e em todos os espaços, e não só sobre a questão negra, afrodescendente. É
necessária a equidade racial em todos os lugares, mas sabemos dessa dificuldade, pois vivemos sob um projeto de limpeza social racista que nos quer ver mortas/os, trancafiadas/os e servindo de mercadoria sexual para o bel prazer do senhor. A real mudança desse quadro racista passa por nossas comunidades, nossos quilombos periféricos, seja na cidade ou no campo.
Devemos refletir nossos problemas e pensar a partir de nossas
possibilidades, não nos cabe fechar nossas consciências apenas as teorias eurocêntricas, sobretudo aquelas que pesam o histórico de dominação.
A luta antiautoritária negra não terá intermediação burocrática, já está se organizando na periferia e combaterá qualquer forma de subserviência. Nenhum partido nos forçará dar um passo atrás, a luta antirracista diz e dirá: Nenhum passo atrás! Reaja ou será mortx! (Campanha Reaja ou Será Mortx). Podemos até está no mesmo barco, mas nosso povo NEGRO continua sofrendo com o preconceito, discriminação e o racismo, mas estamos saindo dos porões dos navios negreiros para destruir os senhores que estão na parte superior dos vários “La Amistad”. [4]
Nós da Organização Resistência Libertária reafirmamos nosso
compromisso com xs de baixo e o nosso repudio a todas as formas de opressões. Por isso dizemos não a redução da maioridade penal e não ao extermínio da juventude negra e pobre. Lutaremos para impedir que a marcha fúnebre prossiga!

NOSSO SANGUE É NEGRO E VERMELHO E NOSSO CORPO É SINÔNIMO DE
RESISTÊNCIA!

ZUMBI E DANDARA SOMOS NÓS!!!

[1] Coletivo Editorial Sunguilar. Anarquismo e Revolução Negra, 2015.

[2] Passa Palavra, Goiás: comunidade se mobiliza contra militarização de
escola

[3] Lorenzo Kom ‘Boa Ervin. Falando de Racismo e libertação Negra

[4] Navio negreiro tomado por negros e negras no século XIX, no Oceano
Atlântico

resistencialibertaria.org [1]

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