[POA] MAiO subversivo: Atividades da biblioteca Kaos

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Panfleto Maio 1

Segundas 2,16 e 30: Leituras e trocas sobre saude e oficinas de preparação de remedios naturais.

Quinta 12 e 26: Devir Contrasexual. Experiências dissidentes

Domingo 1: 1 de mayo Anarquista. Contra o trabalho e toda forma de exploração. 14hs.

Quinta 5: 18hs. Escolas ocupadas em São Paulo. Projeção do video: “Acabou a Paz, isso vai virar o Chile”.

Segunda 9: Tudo o dia a partir das 9hs. Atividade informativa e solidaria sobre o caso de Rafael Braga Vieira preso no Rio.

Sabado 14: 16hs. Leitura coletiva dos comunicados do M.I.A

Quinta 19: 18hs: Projeção do video legendado ao português: “O deus que criaram é um ditador eterno” em solidariedade com Mônica e Francisco presxs nas jaulas espanholas.

Sabado 21: 16hs.Projeção do video legendado ao português “Projeto Fenix. O retorno das Células de Conspiração de Fogo” e apresentação do livro “Nosso dia chegara”.

Sabado 28: 16hs. Projeção do video. “A evolução do eco-terrorismo no Mexico”.

Domingo 29: 13hs. Leitura coletiva. “Na guerra social, ninguém esta so” e Amorço solidario.

Biblioteca Kaos. Rua Alberto Torres, 185. Cidade Baixa, Porto Alegre.

Todas as atividades são livres de alcool e drogas…

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[EUA] 1º de maio: Atacar a supremacia branca

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ATACAR A SUPREMACIA BRANCA

ATACAR A POLÍCIA

Era o que declarava o texto em negrito dos cartazes afixados pelo caminho
do percurso do desfile de 1º de maio do domingo. É também retratado um
antifascista mascarado em posição de combate contra um policial em Stone
Mountain, na Geórgia. Os policiais e fascistas atacados na Geórgia trazem
alegria para os nossos corações e rejuvenescem nosso desejo de revolta.
Contra o espetáculo da parada anual, afirmamos as rebeliões ferozes que
nos trouxeram aqui.

O território conhecido como Estados Unidos continua a entrar em erupção
contra as forças gêmeas do Estado e da supremacia branca em todas as suas
formas. Seja os comícios de Donald Trump que terminam com carros de
polícias quebrados e narizes quebrados, os encontros da KKK que nunca
escapam das botas antifascistas ou os incêndios em Baltimore e Ferguson.
Isso não está divorciado de uma longa história de rebelião nos Estados
Unidos, antes mesmo que houvesse tais coisas. Não descansaremos nunca,
até que a máquina colonial seja dilacerada para sempre.

Não nos satisfazemos em acreditar que esses cartazes vão despertar a
consciência das massas em preparação para A Revolução. Essas ações
devem ser feitas insignificantes através da repetição.

CHICAGO 1886

LOS ANGELES 1992

BALTIMORE 2015

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[Musica] Kataklysma – Libertação da Terra

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Um milhar de vezes mais grave do que imaginam e muito menos do mínimo de atenção do que deveria ter. Milhares de pesquisadores estão a exaustivamente divulgar estudos que denunciam a catástrofe global resultante das mudanças climáticas que está logo ali alguns passos adiante e envolverá a todxs nós em suas consequências graves. Alheia à pesquisas e estudos a Terra agoniza e denuncia por si só o ecocídio. Já não é mais sobre reduzir poluentes, é encerrar a parcela total das emissões. Não é mais parar o desmatamento, é encerrar todas estas atividades danosas e recompor o mais rápido os ecossistemas degradados. Não é mais cuidar dos rios e mares, é reviver seus elementos já mortos. Não é mais preservar as espécies, é desesperadamente tentar frear a desenfreada sexta extinção global massiva. Em outras palavras, é destruir as urbes e toda a civilização industrial.

90 por cento dos grandes peixes nos oceanos já se foram, há dez vezes mais plástico do que fitoplâncton nos oceanos, 97 por cento das florestas nativas foram destruídas, 98 por cento das pastagens nativas estão destruídas, as populações de anfíbios estão desmoronando, as populações de aves migratórias estão em colapso, as populações de molusco estão em colapso, as populações de peixes estão em colapso e assim por diante. Duzentas espécies são levadas à extinção a cada dia. Se não sabemos sobre estas graves estatísticas e tendências, deveríamos. Definitivamente isso não é sobre reduzir tolas taxas de emissões de poluentes em um tempo limite ou aplicar míseras medidas gradativas.  Nosso planeta limitado está diante do crescimento imparável de uma civilização extrativa de recursos naturais não-renováveis já escassos.  Os solos, as terras, os gelos, as águas, as florestas e o ar estão em seus momentos finais devido à violenta atividade industrial que trabalha massivamente para 7 bilhões de humanos. Não temos o mínimo suporte para tal estrutura durante muito tempo. A comunidade internacional de pesquisadores já projeta uma população de 9 bilhões de pessoas até 2050 e de 11 a 12 bilhões até 2100. Uma quantidade real e insuportável. Crescemos rapidamente e quanto mais aumentamos mais drástica se torna nossa situação climática/ambiental e menos recursos e condições temos para suprir os habitantes e a este sistema que está em declínio constante. O custo/energia aplicada para sustentar o sistema já é maior do que o custo/energia retornada. Esta discrepância significa o colapso iminente. Se hoje com nossa estrutura e população os “recursos” necessários para nossa sobrevivência e conservação do planeta estão escassos e em queda, o que será de nós quando a população quase duplicar daqui alguns anos? Minérios e combustíveis fósseis além de serem violentamente causadores diretos das mudanças climáticas já estão escassos e eles são vitais para o funcionamento da civilização em cada mínimo aspecto da sociedade. Eles precisam ter seu uso imediatamente encerrado se queremos uma real solução climática isenta de débeis mascaramentos. O pico na produção de petróleo ocorreu na década de 1970 e então desde lá apresenta queda constante. Produzir biocombustíveis em escala massiva é inviável por ter uma nocividade não muito diferente dos combustíveis fósseis e exigir grandes extensões de terras para monocultura e ainda mais desmatamento. É também pouco produtivo e ainda toma o espaço da produção de alimentos. A escassez destes recursos destrutivos além de gerarem crises que somente se intensificam contribuem também para o surgimento de conflitos e guerras, entretanto, já não são mais só estes recursos que estão a impulsionar estes cenários. Agora o básico para a vida está cada vez mais difícil de ser encontrado e por isso também gera estes problemas. A água está cada vez mais escassa devido à desertificação e poluição massiva e a produção de alimentos tem cada vez mais um custo elevado e uma safra em queda constante com previsão de diminuição de 25% até 2050 numa época em que a população mundial aumentará mais dois bilhões de acordo com estudos e fenômenos como desertificações, desflorestamentos, degelo e secas tornarão inabitáveis e improdutivas milhares de localidades ao redor do mundo além de contribuírem também com o não suprimento de grandes metrópoles que já enfrentam sérios problemas de abastecimento e gestão. Nesta época a comunidade científica internacional moderada/próxima a governos anuncia que a temperatura poderá subir até 2 graus célcios e a ala radical e independente diz ser até 4 graus célcios ou mais contribuindo então com o aumento massivo de eventos climáticos extremos e com a insuportabilidade de vida em vários cantos do mundo além de contribuir também com a extinção massiva de espécies que hoje está na casa das 150 a 200 por dia numa proporção 1.000 vezes acima do que naturalmente ocorre de acordo com pesquisas. No ritmo em que as emissões de poluentes prosseguem e aumentam a temperatura terrestre a vida das calotas polares e geleiras nas regiões mais frias do planeta possivelmente terá um fim definido na década de 2020/2030 e com isso poderá elevar o nível do mar submergindo as costas de todos os continentes do mundo e afetando mais de 200 milhões de pessoas em toda a terra. Além da elevação do nível do mar o derretimento do gelo no planeta também poderá nos levar à um peculiar processo através da hipótese da arma de clotratos. Este evento se trata do aumento da temperatura da terra e dos mares que consequentemente derrete as áreas extremas congeladas do planeta e as levam a liberar uma quantidade absurda de metano congelado há milhares de anos fazendo então com que a temperatura terrestre já bastante alta se eleve a um nível ainda mais drástico. Este processo é estudado por vários cientistas no mundo que dizem que dentro das calotas polares, geleiras e em suas profundezas há a maior quantidade de metano armazenado no planeta e são passíveis de fácil liberação caso ocorram  fortes aquecimentos.

Ao lado das indústrias os carros são os maiores emissores de poluentes no mundo e existe atualmente uma frota de mais de 1 bilhão de carros em todo o planeta e que em poucos anos dobrará de quantidade.  Isso é insuportável para a capacidade da Terra. A vida alienada à natureza criada nas urbes está a consumir todas as paisagens naturais necessárias para a plena regulamentação do clima/ambiente e estabilização saudável de seus ecossistemas. O urbanismo é a tomada da natureza pela civilização onde a coloca unicamente como um emaranhado de recursos a serem domesticados para servir a uma extração imparável para infinitamente prestar serviço à economia por meio de fábricas e indústrias na grande civilização mundial. A cultura civilizada é por lógica insustentável e burra. Poderia listar outros milhares de problemas que apontam para o fim logo ali emergido no meio de uma catástrofe global climática. Estes citados são somente alguns poucos.

Enquanto seguimos numa marcha planetária para a morte, ridículas conferências com patéticos líderes de Estado apoiados por ambientalistas de corporativistas redes mainstream de ativismo estão a ocorrer para definir miseráveis metas para daqui décadas num problema que é real e ocorre profundamente agora num seguimento crescente em curto período de tempo. Isso não significa a mínima solução. Não há mais o que se discutir se todos nós já sabemos plenamente quais são os problemas e de onde eles vêm. Na verdade há de agir agora e em inconformidade com os mecanismos que o próprio sistema nos oferece, há que tencionar conflitos fora dos seus próprios termos e valores através da única e verdadeira saída ecológica para salvar as florestas, rios, solos, geleiras, mares, animais e a nós mesmos. Há de utilizar o ecologismo radical/extremista. É necessário frear todo o processo industrial e destruir a atual lógica de progresso e modo de vida da qual adotamos. É possível que encontremos uma saída para nossos graves problemas na ecologia radical e ecologia profunda numa aliança com povos indígenas.

Basta de reformismos! Basta de tratar as consequências e ocultar as causas pelo bem do “progresso” e da maldita civilização! É necessário tencionar uma luta revolucionária pela libertação da terra e de nós mesmos! Para isso propaguem a cultura de resistência para suas comunidades e para além delas, formem eco-guerrilhas com seus grupos de afinidades, pratiquem sabotagens, apoiem biorregiões e ecoaldeias e coloquem toda a civilização e sua cultura em chamas!

https://www.youtube.com/watch?v=DcBcnuLSLq4

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[Musica] Kataklysma – Catecismo Revolucionário

Recebido no email:

Capa

ncita e conspira contra toda a ordem social existente desta apodrecida sociedade!

Solidariedade xs compas antiautoritárixs e combatentes da Nova Anarquia que encorajam a guerra social!

Solidariedade xs presxs políticxs da Grécia, xs compas da CCF, FAI/FRI e afins da nova guerrilha urbana.

Lado a lado com xs prófugxs caídxs e de pé na guerra internacional fora ou dentro das masmorras do estado pela dispersão do Novo que avança, a consolidação da organização informal!

Por uma viagem sem retorno, nenhum passo atrás!

Link: https://www.youtube.com/watch?v=jgNwXptjC_Y

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[Barcelona] Segundo comunicado de Individualidades Pela Dispersão do Caos – FAI/FRI

Retirado de ContraInfo:

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10 de Abril de 2016

“Sou amante da liberdade e só posso brindar o meu respeito e solidariedade aquelxs que, como eu, têm o valor e a dignidade de defender a sua própria vida com unhas e dentes “ – Claudio Lavazza

Ao passear pelas ruas desta metrópole morta chamada Barcelona quem esteja atentx pode fazer uma rápida análise da realidade vigente nesta como em outras cidades do mundo civilizado, nas ruas comerciais do centro tais como Paseo de Gracia, Portal del Angel ou Diagonal podemos observar como as massas aborregadas atestam cada centímetro do solo, como jovens e velhxs se idiotizam com tecnologia, como xs pobres e xs acomodadxs olham as mesmas montras, suspiram pelos mesmos objetos, usam a mesma moda e idolatram os mesmos ídolos sociais. No mesmo recanto podemos ver o luxo e o consumo mais absurdo enquanto a poucos metros, nalguma porta ou esquina, alguns/mas desgracadxs dormem entre papelão e lixo. Tudo isso acontece sob o olhar atento de centenas de câmaras de vigilância colocadas especialmente no centro e em áreas comerciais; exércitos de polícia também atestam as cidades, desde patrulhas de secretas a esquadrões de choque de metralhadora na mão, tudo isto para a segurança do cidadão/ã que felizmente se sente protegidx ao contemplar o estado policial.

Na sociedade de massas que se desenvolve no capitalismo pode-se estar cercado de milhões de pessoas e ao mesmo tempo sentires-te só e isoladx. Procura-se preencher o isolamento social e o vazio existencial – produzido pelo deserto da sociedade de massas – pela procura da aceitação, modas, pertença a “algo”, trabalho, ócio alienante, drogas e consumismo. Este isolamento social é constantemente confundido com individualismo, no entanto, que pessoa com uma consciência individualista toleraria o ataque que em si mesma a própria sociedade da obediência e das massas representa para x próprix indivíduo?

Após uma época de crise e agitação social – parecendo que tudo vai finalmente voltar ao normal – a vida é menos vivida do que nunca mas nada acontece porque x cidadão/ã dá graças por ainda quebrar as costas 8 horas ou mais no trabalho de merda, cobrando uma ninharia para continuar a pagar preços exorbitantes por alugar um quarto, comprar mercadorias ou simplesmente para continuar a comprar a merda que oferecem as montras. O/a cidadão/ã está convencidx de que “algo está a mudar” porque governa a cidade uma mulher, prefeita de um partido de esquerdas e progressista. Partidos que, aliás, foram incubados nos protestos de rua no período de convulsão, mostrando que a grande maioria da massa saíu à rua para reclamar mas que, apesar dos slogans incendiários e de terem nalguns casos chegado a aplaudir ou até mesmo participar nos motins, tiveram só uma momentânea frustração – ao verem o estado de bem-estar que lhes tinha sido prometido ir por água abaixo e basicamente tudo o que desejavam era terem mais uma vez a oportunidade de reviverem a sua antiga vida com as suas ilusões de trabalho, consumo, lazer estúpido e televisão. Aliás, esta nova normalidade já não é tão subtil como era dantes, este é a normalidade dos estados de emergência, o “nível de alerta 4 anti-terrorismo”, o encerramento das fronteiras, as macro – prisões a estourar, os militares patrulhando as ruas … o controle multiplicando-se em cada esquina da cidade. Uma normalidade que não aceitamos e da qual não vamos ser merxs espectadorxs.

Há muitxs anarquistas que se deixaram arrastar pelo espectacularidade das mobilizações de massas e das lutas de rua – sem parar para fazer uma análise da situação – cheixs de ilusões confiaram nas massas cidadãs e pensaram que a revolução estava ao virar da esquina. Anos mais tarde cada um/a de nós pode comprovar como estas mesmas massas se dirigiram às urnas para votar ou simplesmente seguiram a sua vida à primeira oportunidade que tiveram para recuperar um mínimo das miseráveis condições que tinham perdido, rastejando num servilismo voluntário ainda mais repugnante do que o que professavam antes. A tudo isto é necessário acrescentar que, após esta época de crise, o Estado não esquece nem perdoa aquelxs que quebraram a paz social e, portanto, neste momento, quando quase todo o panorama da luta foi desactivado e / ou recuperado, o aparelho policial atinge, com vários golpes, o entorno anarquista – a fim de incutir pânico e pô-los fora do caminho xs poucxs que ainda têm o desejo de continuar a luta. Assim, acreditamos que os principais fatores que influenciaram o sentimento atual de derrota do anarquismo no Estado espanhol foram, principalmente (entre outras razões) o fracasso das expectativas depositadas sobre “o povo” e os últimos golpes repressivos – para xs quais o meio anarquista não estava preparado.

Lamentavelmente para o Poder, permanecemos aqui e continuamos com o mesmo desejo (ou até mais) de manter o ataque até às últimas consequências contra o mundo do Poder e da sua sociedade de escravos consentidos – durante todo este período continuámos aqui a conspirar, atacando de diferentes formas, recolhendo recursos materiais e conhecimento técnico para a agudização da ofensiva anarquista. Temos assumido a repressão como algo inevitável, inerente à luta, há muito tempo já que deixamos de colocar as nossas vidas e futuro nas mãos da sociedade dxs servis e escravxs sorridentes que aceitam passiva ou ativamente que o existente se vá perpetuando.

Pouco nos importa que as condições não estejam maduras, aqui as condições somos nós que as escolhemos. Não importa que a maioria dos “anarquistas” tenham virado as costas à essência conflitual da anarquia e tenham optado por se submeter no mundo do medo, na paranóia ou rebaixando-se até posicionamentos reformistas e cidadanistas. Pouco importa que o Poder aponte as armas contra nós – nesta guerra nos recusamos a assumir um papel de vítima inocente, e assim, também apontaremos as nossas armas contra o poder e a sua civilização.

Tomamos posição ao lado dxs compas de todo o mundo que apostam no conflito permanente e multiforme, para viver a Anarquia aqui e agora, juntamos-nos a vós a internacional negra dos anarquistas da práxis e mais uma vez passamos ao ataque quotidiano e à recuperação das nossas vidas. Somente através do ataque anarquista multiforme somos capazes de experimentar sentimentos de liberdade num mundo enjaulado e a experimentação de liberdade merece o risco de prisão ou morte, risco que assumimos. À margem de diferentes tendências, posições e contextos compartilhamos o caminho com todxs aquelxs que optam pela coerência de levar a teoria a algo vivo e real, por isso compartilhamos cumplicidade com irmãos/ãs de todo o mundo – embora nunca tenhamos visto as suas caras, as suas ações, ataques e textos deram-nos a determinação e motivação para continuar na luta. Através da nova guerrilha urbana anarquista, da organização informal e do ataque difuso permanente, materializamos os nossos desejos e paixões em algo real e perigoso.

Por outro lado, e paralelamente, uma outra forma miserável se desenvolve, a que tenta transformar a anarquia na nova tendência social-democrata. Em toda a parte esta praga se espalha, sob diferentes nomes ou formas organizativas. Em Barcelona, cidade cheia de misérias pessoais e políticas, não poderia fugir à regra, aqui a ação direta, a sabotagem e ataques estão quase desaparecidos da linguagem e da prática, a coerência em qualquer projecto brilha pela sua ausência. Aqui, podem ser encontrados atos miseráveis de colaboracionismo com os media, discursos reformistas e pacificadores, colaboração aberta e clara com grupúsculos autoritários, esquerdistas e / ou patrioteiros, bem como “anarquistas” que votam ou pediram o voto, desfazendo-se em elogios a partidos políticos como as CUP ou Guayem …

Portanto, a nossa posição é clara em relação a todxs estxs cobardes e miseráveis: NÃO os reconhecemos como companheirxs, nem sequer como anarquistas, não nos importando nada o que eles tenham a dizer a nosso respeito e acerca dos nossos posicionamentos e ações. Podem manter os seus discursos de “poder popular” e o seu ativismo inofensivo de fim de semana, o seu radicalismo subcultural e o consumo de alternativismo (além do abuso de drogas e álcool) nas festas “auto-gestionadas” nas okupas, podendo continuar a jogar aos/às políticxs no seu micro-mundo da assembleia onde são “alguém” e rindo-se das graças do asco patriótico catalão.

Outrora, no âmbito anarquista, mesmo entre as suas tendências mais moderadas, eram aceites ou estavam generalizadas as práticas do saqueio, calote… em última análise, formas de recuperação da vida que ao mesmo tempo constituíam um ataque frontal contra a propriedade e contra o sistema em si mesmo.

Hoje em dia, no auge da coerência e da luta contra o estado / capital, a prática generalizada é a de se ir à procura de comida no lixo e viver em casas okupadas gratuitas – embora nalguns casos as casas estejam a cair aos pedaços – mas acima de tudo o que nestes dias é a cereja em cima do bolo são as fantásticas cooperativas e negócios “auto-gestionados”. Alguns/mas viram nesta gestão da miséria e sobrevivência das migalhas e sobras do capitalismo o novo evangelho anti-capitalista – quando na realidade estas práticas, além de não estarem fora da lógica do mercado livre, criando apenas um novo consumo “alternativo”, estão completamente vazias de discurso ofensivo contra o mundo do domínio e não representam ameaça alguma. Inclusivé a okupação – que antes se caracterizava pela sua combatividade – ficou vazia da sua essência de conflito e, até mesmo, de crítica contra a propriedade privada e do mundo que a produz.

Actualmente a okupação tornou-se um fim em si, cujo único objectivo é viver de graça dentro do capitalismo.

Que ninguém se equivoque: aquelxs que abertamente se posicionam em guerra contra o poder e a sua sociedade, incluíndo nós, não estamos livres de “pecado”. O ser anarquista coloca-nos em conflito com o existente, mas ainda assim vivendo dentro das margens do sistema de domínio e da sua sociedade, crescemos nele e nele aprendemos muitos dos valores, atitudes e papéis sociais que tentamos abolir. Não estamos imunes à influência do mundo dominante e é por isso que, ao mesmo tempo que levamos a batalha externa contra o poder, também travamos uma batalha interna connosco próprixs para nos desfazermos da lógica de dominação e dos seus valores. Além disso, quando dizemos que ser espectador é ser cúmplice é também aplicável a muitxs que só pelo mero facto de se considerarem anarquistas e compartilharem pensamentos e ideias subversivas já pensam que fazem “algo”. Simplesmente quantas vezes nos temos cruzado com pessoas que vestem de negro da cabeça aos pés, soltam discursos incendiários à esquerda e à direita, clamam pela revolta e a insurreição generalizada, e no momento da verdade o mais “ousado” que fizeram na sua vida foi um blog e desabafos na internet. A teoria sem prática converte-se em mera política, idealismo e charlatonice que morre na boca de quem o pronuncia.

Se há de procurar algum/a dxs responsáveis ou uma das principais causas da situação actual, devemos também olhar para nós mesmxs. Não é a repressão ou qualquer outra causa que perpetua a ordem existente mas sim as nossas decisões e actos, a maioria dos anarquistas são vítimas de suas próprias desculpas na hora de abordar o conflito.

Como anarquistas, entendemos como objectivo prioritário a destruição absoluta do poder existente – em qualquer das suas formas – e acreditamos que as práticas anarquistas devem ser dirigidas para esse objectivo assim como à criação de redes e estruturas que facilitem e tornem possível a agudização do conflito.

Limitar as expressões anárquicas a um simples activismo para calar a consciência, politicagem barata, ou uma extensão não-oficial dos serviços sociais do Estado, parece-nos desprezível.

Reivindicamos a responsabilidade da seguinte ação – demonstrando uma vez mais que o ataque continua a ser possível, apesar das circunstâncias adversas:

– Noite de 26 de Janeiro, um veículo da empresa de segurança Prosegur é incendiado na Avenida Coll del Portell mediante acendalhas de incêndio nos seus pneus dianteiros e traseiros, no bairro Vallcarca. O fogo, sempre imprevisível estendeu-se a outros veículos estacionados – segundo informam os meios do poder, 20 veículos foram totalmente queimados, outros 20 parcialmente destruídos , além de outros danos pessoais. Ainda que o nosso objetivo inicial fosse a furgoneta da empresa de segurança, não iremos lamentar a destruição do resto das máquinas, de facto regojizamos-nos com isso e reivindicamos a destruição total ou parcial dos 40 veículos. La “cultura” do automóvel, o seu estúpido culto e consumo, tão enraizado nas massas, realiza às expensas de cada um/a cada vez maior degradação e destruição da Natureza selvagem. Se elxs não têm consideração por este facto nós tampouco teremos consideração na hora de se queimar as suas odiosas máquinas.

A guerra já nos tinha sido declarada há muito tempo, agora é questão de tomar o caminho do conflito ou continuar a abaixar a cabeça, enquanto se mantém uma pose radical. As cidades oferecem oportunidades de ataque, difuso e constante, em todos os sítios. Para aquelxs que queiram romper com o imobilismo e a passividade em todos os sítios existem objectivos falíveis de serem atingidos. Para aquelxs que não querem fazer nada e continuar a serem expectadorxs da sua morte em vida, em todos os sítios haverá desculpas..

COM XS NOSSXS PRESXS PRESENTES E XS QUE TOMBARAM NA MEMÓRIA !!
PELA INTERNACIONAL NEGRA DE ANARQUISTAS DA PRÁXIS!!
PELA EXTENSÃO DO CAOS E DA ANARQUIA!!

Individualidades pela Dispersão do Caos – Federação Anarquista Informal/Frente Revolucionária Internacional

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[REPÚBLICA TCHECA] ANARQUISTA IGOR CHEVTSOV SERÁ JULGADO POR INCENDIAR A CASA DO MINISTRO DA DEFESA E PELOS GRAFFITIS

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Este será o primeiro julgamento dentro da operação policial Fênix e acontecerá em 26 e 27 de abril na Corte de Justiça da Cidade de Praga. Igor é acusado de atacar (possivelmente inventado) a casa do Ministro da Defesa da República Tcheca, Martin Stropnítski, com coquetéis molotov.
Primeiramente, a Corte de Justiça Distrital passou este caso para a Corte de Justiça Suprema por causa de “qualificação insuficiente” – segundo a Corte de Justiça Distrital eram evidentes as marcas de um ataque terrorista.
A casa que foi atacada é a moradia do Ministro da Defesa da República Tcheca, onde ele reside com a sua família; assim, foi “criada ameaça à vida do Ministro e à defesa do país”.
A Corte de Justiça Suprema aceitou esta argumentação e passou o caso para a Corte de Justiça da Cidade de Praga, onde ele, possivelmente, será qualificado como terrorista.
Durante o assim chamado ataque ninguém se feriu, inclusive, nem a casa foi atingida; além disso, o próprio Igor não poderia estar naquela hora e naquele local. No momento do incidente – de acordo com o relato que o filho do Ministro mencionou em seu primeiro testemunho – Igor não poderia estar fisicamente próximo da casa. Apesar disso, Igor ficou 3 meses preso em uma
prisão tcheca e somente em setembro de 2015 foi libertado com uma fiança.
Ele teve que concordar em não sair do país e semanalmente passar pela verificação de presença em uma delegacia local.
Caso Igor seja declarado culpado ele poderá ficar preso por 15 anos. Se você está em Praga ou vai para lá nestas datas, chame amigos, amigas, e vá apoiar este companheiro, amigo e  anarquista!

A solidariedade é a nossa arma!

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[FRANÇA] ATAQUE SIMBÓLICO CONTRA DOIS LOCAIS DO PARTIDO SOCIALISTA (PS)

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Ontem à noite, enquanto Hollande vomitava seu discurso na TV, o comitê do PS em Lille, assim como a residência parlamentar de Bernard Roman, eleito pelo PS, foram cobertos de tinta, em ato contra a “lei Trabalho”.
Por este ato, atacamos o Partido Socialista integralmente, seja sua maioria ou sua ala à esquerda, representada por Aubry. O PS, como todos os partidos, são apenas os gestores de nossa miséria. Que limpem tudo!
Continuemos o levante.

Fonte: https://lille.indymedia.org/spip.php?article29972

 

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[ESPANHA] PROÍBEM A PRISIONEIRA ANARQUISTA DE LER O LIVRO DE EMMA GOLDMAN “POR RAZÕES DE SEGURANÇA”

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A militante anarquista Noelia Cotelo, reclusa em Topas, Salamanca, leva mais de 8 anos na prisão. Foi presa para cumprir apenas 1 ANO e MEIO DE PRISÃO. O tempo restante corresponde a causas internas por não ter mostrado submissão perante as brutais violações de direitos que apresenta, copiosamente, o fascismo espanhol em todas instituições de
reclusão. A sua rebeldia e atitude frente aos torturadores geram um vendaval de solidariedade em diversos sítios do mundo. Recentemente, os carcereiros proibiram-na de receber o volume “Vivendo a minha vida”, de Emma Goldman, nascida na Lituânia e que foi uma mulher adiantada para a sua época. Desde a sua chegada a Nova York como costureira, aos 20 anos de idade, procedente da Rússia czarista até à sua passagem pelos enclaves
socialistas de Lower East Side de Manhattan, dedicou a sua vida aos ativismos a à agitação pública. Teve uma presença influente em acontecimentos políticos distantes, tal como a Revolução Russa e a Guerra Civil espanhola. “Vivendo a minha vida” é uma das grandes biografias do século e um fascinante relato de uma época de turbulências políticas e ideológicas. Os seus escritos e conferências abarcaram uma ampla variedade de temas, incluindo as prisões, o ateísmo, a liberdade de expressão, o militarismo, o capitalismo, o matrimônio, o amor livre, o controle da natalidade e a homossexualidade, desenvolvendo assim novas maneiras de incorporar a política de gênero no feminismo e no anarquismo.

A dispersão conhecida como “calesita”, na Argentina, levou Noelia a estar detida em várias cadeias do estado espanhol. Entre elas, Teixeiro, na Galícia; Brieva, em Ávila; Picasent, em Valência; Albolote em Granada; Soto Real, em Madrid; Mansilla de las Mulas, em León e Topas, em Salamanca. Numa delas, no centro penitenciário de Brieva, um carcereiro partiu-lhe o pulso, em 2013. Com o pulso partido, medicada com psicofármacos e algemada à cama, durante a madrugada, outro carcereiro
chamado Jesus – que tinha participado na agressão anterior – tentou abusar sexualmente dela. Noelia denunciou estes acontecimentos mas este ao ver-se surpreendido pela revolta das outras internas, fez uma contra-denúncia em que assegurava que foi esta que tentou agredi-lo. A denúncia desta violação, não só conseguiu que se agravara a sua situação na prisão, submetendo-a a um isolamento mais restrito, como
levou a que repartissem pelas demais internas a sua roupa e cobertores. Foi então que Noelia, pela sua denúncia de violações e torturas foi transferida para a cadeia de Albolote (Granada), a mais de 1000 km da sua terra, na Galícia. Começou, em seguida, outra greve de fome, como forma de luta ante os ataques que estava a sofrer em Albolote, estes relacionados com o tratamento desrespeitoso de uma guarda, problemas com o correio e
sanções sem sentido.
Perante os ataques seguidos à vida de Noelia através de golpes, da medicação forçada com metadona, descuido médico e submetendo-a ao “Ficheiro de Internos de Seguimento Especial” (FIES), tortura intensa e isolamento estrito, o coletivo Mujeres Libres da CNT Zaragoza, exigiu:

• que se investiguem os abusos sexuais sofridos por Noelia na cadeia de Brieva, assim como as lesões e torturas a que foi submetida e que se apurem responsabilidades.

• que não haja carcereiros homens nos módulos e cadeias de mulheres para que não se volte a repetir nunca nenhum episódio de violência machista, de humilhação, ou qualquer tipo de ataque sexual.

• que se termine com a impunidade e cumplicidades médicxs, de juízxs, psicólogxs, assistentes sociais e demais funcionárixs acólitos destas práticas.

• que se termine, de uma vez por todas, com os maus tratos e torturas como instrumento sistemático e quotidiano usado pelos carcereiros para fazerem funcionar a maquinaria penitenciária.

• que se termina com a dispersão como forma de chantagem da política fascista do Estado Espanhol.

• que desapareçam as cadeias e o sistema penal que o sustenta como castigo punitivo do Estado ao serviço do regime de dominação e exploração capitalista.

• a imediata libertação da companheira Noelia Cotelo.

O fascismo continua vivo na Espanha!

Sobre a proibição do livro, a mãe de Noelia, Lola Riveiro Lois, afirmou: “Não entendo como num estado democrático, como dizem ser a Espanha, proíbem aos/às presxs ter livros para ler. Hoje devolveram-me o livro, no qual está escrito “por razões de segurança”. Estão a anular totalmente os direitos dxs presxs e eu pergunto-me: isto é democracia, ou é mais tortura? Quero agradecer a todxs que com grande esforço me fizeram
chegar esses livros. Xs carcereirxs estão a querer ser justiceirxs. São a justiça e fazem o que lhes apetece. Eu não entendo porque não se pode ler livros, ainda mais livros que fazem parte do depósito legal”.
As proibições de aparência absurda; as leis repressivas; a perseguição feita a lutadorxs, sindicalistas, jornalistas e as cruéis cadeias espanholas, mostram que o fascismo continua robusto e a exercer toda a crueldade com o povo vulnerável. A Noelia é castigada pela luta incessante contra o regime monárquico-capitalista, onde os reis, políticos e juízxs conformam uma classe parasitária e opressora.
Assassinam elefantes e devastam seres humanos. Por isto lhes é perigoso o livro de Emma Goldman nas mãos de uma lutadora como Noelia. Porque foi Emma que disse: “uma mudança social real nunca foi levada a cabo sem uma revolução…

Revolução não é senão o pensamento levado à ação”.

Liberdade para Noelia!

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