Uruguai: A resistência está nas ruas

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A seguir, crônica sobre a manifestação realizada em Montevidéu, no dia 26 de setembro, contra as várias faces da repressão.

comunicado:

“Os golpes que foram sentidos são constantes e vividos todos os dias nos bairros. É da natureza da repressão […]. Não queremos tomar o poder, vamos contra o poder, e isso os desconcerta. Queremos tudo e não negociamos nada. Liberdade e auto-organização, respeito, apoio mútuo, reciprocidade. Abaixo os algozes, viva a ação direta. Tirem suas mãos de nossos companheiros!”

Assim terminava a segunda proclamação que as companheiras leram em frente ao prédio do Ministério do Interior. A raiva contra cada policial se sentia em cada palavra, em cada coração de cada companheirx. Durante toda a marcha da última quinta-feira, 26 de setembro, o canto contra a polícia, os políticos e os meios de comunicação foram sentidos alto e claro. Centenas de gargantas cantavam o refrão de uma música de uma banda companheira: “para desinformar eis os meios [mídia], para reprimir a polícia, para submeter o trabalho, para contaminar celulose e mineração”. Desde o início tambores e bateristas, bombas de som e grafite adornavam a marcha com a sua força, quebrando a agonia diária desta cidade anestesiada…Doble vallado. Policiais em formação com capacetes, escudos e protetores de perna. Chanchitas de retorno. Policiais com poderosos holofotes para filmar e fotografar os manifestantes de longe. Uma invasão policial que dava verdadeiro nojo. Do outro lado, nós: xs que lutam por um mundo sem oprimidos nem opressores, sem submissão, um mundo livre e solidário.

Em menos de um mês, a polícia efetuou mais de 30 prisões a companheirxs – 2 processados, 7 aguardando a condenação… Nossa solidariedade se faz carne, nossa luta vai tomar as ruas, xs companheirxs agitando as ruas de cada cidade, em cada bairro, dentro e fora de Montevidéu… e que foi-se chegando, ao centro do poder, a essa parte da região repugnantemente controlada. E foi-se chegando, para gritar alto que, contra repressão, nos opomos com nossa solidariedade e ação. Via-se na cara deles, se escutava em sua voz: estavam nervosos, porque como dizia a proclamação: “Não queremos tomar o poder, vamos contra o poder, e isso é desconcertante para eles”.

Saudações, companheirxs!

A-Infos Uruguai

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