Buenos Aires: Bombaço contra Escola Judicial

Untitled-1-873x1024

recebemos ao email e traduzimos:

Nossa é a convicção!

O ambiente que nos rodeia é asfixiante e qualquer pessoa que tenha sangue digno nas veias no lugar de água turva não poderia afirmar o contrario. A democracia gerenciada pela carrasca Cristina Kirchner, outrora disfarçada de progressista e defensora dos direitos humanos, começa a mostrar a outra cara da mesma moeda. Assim, a assunção do novo ministro de segurança, Alejandro Granados, abalado pelo narcotraficante Daniel Scioli não faz mais que fazer evidente o que já muitos sabemos, a democracia encarcera, tortura, persegue e assassina, e em isso, não tem nada a invejar outro regime político nenhum. Compartilhamos as palavras de Granado quando ele disse que estamos em guerra, e são elxs ou nós… Não vamos a nos alarmar frente a essas declarações, mas sim, aprofundar a luta que levamos adiante contra todo tipo de opressão ao individuo ou às comunidades livres.

Os bilhões invertidos em matéria de seguridade, seja mediante o Sistema de Identificação Biométrica, seja mediante os bilhões de câmaras de vigilância; seja nxs serventes policixs que custodiam e castigam nos bairros periféricos, não nos detém nem nos deterão. Dentro do complexo inimigo ao qual nos enfrentamos, consideramos à justiça um pilar fundamental, titular insubstituível da gestão da miséria. Desde empresários e políticos que solicitam e confeccionam as leis, até juízes, advogadxs e policias que as aplicam, passando por uma grande parte da sociedade que alenta a essas medidas, ou que com a sua vomitória indiferença é de todos modos cúmplice.

Hoje se midiatiza o debate sobre a baixa na idade de imputabilidade para xs menores, buscando assim legalizar e legitimar o que de todos modos acontece: crianças condenadas ao encerro, à violação, à vexação e à morte, nos campos de concentração da democracia, as chamadas cárceres. Sem duvida, num futuro bem próximo, veremos mais e mais juízes propinar anos e anos de condenações sobre as vidas de milhares de pessoas, muitas das quais, embora que longe de nossos valores ou princípios, ou sem poder ou querer escapar da roda do consumismo idiota, ao menos não decidem oferecer passivamente as costas para o chicote do amo.

Nesse contexto e pensando como mais um aporte na guerra que levamos contra toda autoridade imposta, é que na segunda-feira 16 de setembro, aproximadamente às 2 da madrugada, atacamos à Escola Judicial do Conselho da Magistratura do Poder Judicial da Nação, na rua Paraná, 386, à metros da Avenida Corrientes, onde os acéfalxs habitantes portenhxs passeiam de bares em teatros, de cinemas em bordéis, de resignação em covardia, a ruas onde xs turistxs se fotografam com o obelisco de fundo e levam os bons postais da Europa da America do Sul.

Para serem mais precisos, colocamos na porta do objetivo verificado um artefato caseiro composto de uma garrafa de plástico recheia com um litro e meio de nafta, à vez que em um dos seus lados acostamos 6 tubos bem fechados de aproximadamente 10 cm cada um, cheio de pólvora negra. O mecanismo de iniciação consistia em dois incensos, os quais pegaram a chama descendo até duas mechas comuns, que a sua vez iniciam todo um cinturão de fósforos com o qual rodeamos pela parte exterior da garrafa, provocando primeiro o fogo e logo a explosão. Os resultados, por mais que a imprensa o censurou, estão na vista de qualquer pessoa que deseja passar pelo lugar. Se contarmos como fabricamos nossa bomba, é para deixar claro que não faz falta exóticos materiais nem complexas técnicas para realizar essa classe de ataques.

Esta claro que jamais temos que deixar de lado a melhoria e o necessário conhecimento da manipulação e confecção de diversos explosivos e iniciadores, mas a informação esta para quem a procura, e, a inteligência fará o outro. É por isso que ao compartilhar o modo de fazer um simples artefato explosivo/incendiário, buscamos incitar a quem, no seu discurso adota uma postura confrontacional, mas que na sua pratica não faz muito mais do que faria qualquer filhx de vizinhx. A informação esta, se não se atua é porque não se quer, e ponto. Por outra parte, o fato de comunicar esse bombaço, não o vemos como uma parte separada de nosso fazer e sentir anarquista, mas, mais bem, como um matiz mais do mesmo, pois, praticamente a diário acontecem ações anarquistas (ilegalistas, vai a redundância) que não se comunicam por diferentes razões, que cada grupo ou individualidade tocara de analisar e tirar as suas conclusões.

Então, como já se tem dito varias vezes, o silencio não significa inação, só que dado a nossa análise, encontramos necessário comunicar essa ação direita. Também acreditamos na qualidade e não na quantidade, porque um ritmo frenético de ataques não consegue tapar a carência nas reflexões, aprofundamento de projeto ou pouco dialogo que pode dar-se, o qual nos leva a uma critica que gostaríamos de compartilhar, no concreto, ao projeto Federação Anarquista Informal/Frente Revolucionário Internacional (FAI/FRI). Buscamos com nossas opiniões aportar pontos de vistas para talvez de esse modo, combater a paralisia e a repetição nos lugares comuns, promovendo um debate sério entre quem o considerem oportuno. Em esses momentos há dezenas de células e grupos que dão forma à FAI/FRI ao redor do mundo, logo que essa proposta nascida na Itália faz aproximadamente dez anos atrás, e como resposta às injurias da Federação Anarquista Italiana, tomara novo impulso graças aos companheirxs da Conspiração das Células de Fogo.

Além das questões etimológicas de termos que nos resultam um tanto rechaçáveis (federação, frente), e considerando esse ponto não tão importante, porque como já têm dito os próprios companheirxs da CCF: “não temos o menor apego às palavras. A comunicação internacional acarreta novas formas e possibilidades de luta que, talvez requeiram novas palavras para nos expressarmos.”, quiséramos sinalar a pouca aproximação que, maiormente prima ao que a coordenação FAI/FRI deveria de ser. Exceto honrosas excepciones, não tem tido muitos comunicados que propuseram debate, e ainda menos que fossem respondidos, segundo nos consta a nós. Menos tem se visto realizadas campanhas de golpes contra um objetivo só em diferentes zonas, e lamentavelmente a maioria das reivindicações roçam a bravura e auto-referências, e não parece se se considera efetivo ou não firmar com tal ou qual sigla.

O de anarquistas não tem que nos quitar a estratégia, a audácia, a prudência, o poder estar um passo mais adiante do inimigo, historicamente, a carência de uma sigla em comum não impossibilitou coordenações e debate entre anarquistas de diferentes regiões, então, ao nutrir um imaginário Frente Internacional, nos perguntamos se não nos estaremos deixando levar outra vez pela espectacularidade em vez de pela seriedade e a contundência. Com isso ao que se aponta é a chamar as coisas pelo seu nome e a não fantasiar, certamente, existem grupos que coordenam e dão os seus golpes certeiros, mas demasiados casos são os que pareceram que o único que os une é a firma da FAI/FRI. Sempre atentos a essas questões, buscando a maneira de continuar a nossa guerra, não desde o medo ou o arrependimento, mas desde a evolução e a lucidez… Talvez o destino de todx anarquista seja a prisão ou o cemitério, não o sabemos, mas pensamos atrasar esse momento o mais que possamos, não por uma visão vitalista nem acomodatícia, mas porque somos felizes golpeando, atacando, conspirando, incendiando, não queremos mais mártires nem carniceirxs lhes comendo, queremos, como diziam companheirxs de outra tendência, mas dxs quais resgatamos a sua entrega e coragem, a realização da orgia dos sonhos, aqui e agora.

Não consideramos agregar mais pelo momento, veremos o que acontece a partir daquelas palavras que partem do respeito e do reconhecimento de quem sai a enfrentar ao inimigo e não ficam na seguridade do meramente teórico. Aproveitamos essa ocasião para enviar o nosso carinho aos companheirxs que foram encarcerados e torturadxs no Uruguai, atualmente na rua mas com fortes medias de seguimento e amedrontamento. Solidariedade ativa com Gabriel Pombo da Silva, preso na Espanha, Marco Camenish, preso na Suiza, Nicola Gai e Alfredo Cospito, presos na Italia, solidareidade ativa com Hans Niemeyer, Alberto Olivares, Freddy Fuentevilla, Marcelo Villarroel, Juan Aliste, presos no Chile, axs irmãxs encarceradxs na Grécia, e a todxs xs presxs dignxs nas celas argentinas. Muita força y amor pra Felicity Ryder e Diego Rios, ainda, no difícil que imaginamos deve ser a sua situação, esperamos que os cheguem essas palavras e saibam que não estão sós. Saudamos os distúrbios no Brasil, na Colômbia e no México! A conspiração pela vingança não se detém!

 VIVA A ANARQUIA!

This entry was posted in FAI/FRI, Guerra Social, Solidariedade. Bookmark the permalink.