Traduzido de Sin Banderas ni Fronteras:
O julgamento pela tentativa de escape de CCF está chegando ao seu fim. (Por Sin Banderas ni Fronteras)
Na audiência da sexta 17 de junho, uma das últimas “apologias” realizadas foi a do prisioneiro Fabio Dusko, acusado de colaborar com a tentativa de fuga de CCF. Fabio negou-se a responder as perguntas dos juízes e na sua declaração sinalou: “Estou orgulhoso de cooperar com Conspiração de Células de Fogo, e o faria de novo para recuperar a liberdade. Fugir da prisão é o dever de cada prisioneiro.”
O julgamento suspendeu-se para o dia 29 de junho. É importante sinalar que na legislação grega, a prisão preventiva tem um prazo máximo de 18 meses. Após isso, x prisioneirx pode sair á rua para esperar o julgamento. Para o caso da companheira Aggeliki Spiripoulou e outrxs acusadxs, o prazo se cumpre no dia 13 de julho. Diante disso, a juíza A. Yfanti fez de tudo para realizar um “julgamento Express” e sinalou que o processo já estaria terminado para o dia 10 de julho com condenas para xs acusadxs, buscando impedir sua saída nas ruas.
Para acelerar o julgamento- como se tem sinalado em atualizações anteriores- a juíza “leu” os informes judiciais com milhares de páginas em tempo Record, tentou realizar o julgamento sem abogadxs, sem acusadxs e sem público, e suspendeu outrxs julgamentos (como o julgamento contra membros da organização fascista “Amanhecer Dourado”) para manter sempre disponível a corte para o julgamento pelo plano de escape de CCF.
Que nenhum companheirx esteja só!
Declaração diante da corte da companheira Olga Economidou no julgamento pela tentativa de fuga de CCF.
[Traduzido por Sin Banderas Ni Fronteras desde RadioFragmata e de Cumplicidade desde Sin Banderas ni Fronteras]
Não vim para esta corte para pedir desculpas. Não estou devendo nada para vocês porque não me arrependi de nada. Se o tempo voltaria para trás milhares de vezes, a decisão seria a mesma. O desejo de liberdade não pode ser levado a julgamento nem pode ser encarcerado.
Sou anarquista revolucionaria, membrx da Conspiração de Células de Fogo e junto com meus companheiros assumimos a responsabilidade desde o momento no qual fomos arrestadxs. Da mesma forma, a organização assumiu a responsabilidade de nosso plano de fuga da prisão desde as celas da democracia e de todo o necessário para pô-lo na prática.
A conspiração de Células de Fogo não está sendo julgada pela primeira vez dentro destas salas especiais, já que a ação de CCF constitui uma parte viva da historia das organizações revolucionarias armadas que ainda continuam.
Este julgamento político é a resposta da dominação com o fim de enterrar sua própria resposta prática que é o conflito armado que escolhemos. No monopólio da violência sádica da autoridade, a guerrilha urbana anarquista é nossa própria resposta indispensável.
Nos tempos do totalitarismo, onde a autoridade penetrou em todos os aspectos da existência individual, o que prevalece hoje em dia é uma submissão tradicional, uma escravidão aveludada que se batizou como democracia e se transmite de geração em geração como uma tradição.
Se na ditadura se costumava impor o toque de queda, hoje, a democracia outorga um quilômetro de liberdade a Evi Statiri e o desterro em Salamina para Athena Tsakalou. As perseguições de familiares de presxs politicxs como aconteceu nos casos de Christos Polidoro, Athena Tsakalou e Evi Statiri são uma repetição das práticas fascistas que foram impostas pela junta militar contra xs familiares dxs presxs politicxs.
Se em algum momento foi o medo ás correntes de ferro, agora as jaulas de ouro do consumo, os falsos desejos e as necessidades artificiais são escolhidas de maneira voluntaria.
Se em algum momento tinha censura, hoje, nossas telas estão cheias de desinformação, mentiras, distorção e a ocultação seletiva de fatos em nome da liberdade de expressão. A força militar foi trocada pelo MAT democrático (polícia anti distúrbio grega), com o fim de defender os símbolos e os detentores do poder. Os tanques foram trocados pelos bancos para a preservação dos interesses do capital com o fim de estabelecer a tirania econômica.
Estas práticas de totalitarismo e os jogos de terror da repressão formaram a vida numa sociedade que está sendo governada pelo terrorismo sem fim dos mecanismos do estado. Toda resistencia moderada é ineficaz. A recuperação da liberdade será só através da violência revolucionaria. Por esta razão, a escolha da luta anarquista, da violência armada é mais oportuna que nunca.
Minha escolha de escapar foi e é ainda uma opção política consciente. É um ato de guerra com a finalidade de seguir com o que comecei. Para a continuação da ação revolucionaria da Conspiração de Células de Fogo.
Além disso, já escapei da sua moralidade hipócrita, das restrições e regras, da sua civilização que cheira a derrotismo e a morte. O caminho do ataque constante é a rota que escolhi e não existe passagem de volta…
Sem trégua. Sem arrependimento.
Olga Economidou,
Miembrx da Conspiração de Células de Fogo/FAI