[Espanha] Mês de solidariedade e luta pela okupação, de 19 de Novembro a 19 de Dezembro

Recebido no email e traduzido por A_N_A:

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Entendemos a okupação como uma ferramenta de luta cujo objetivo principal não é a criação de espaços onde se desenvolvam atividades lúdico-culturais, mas em verdade é uma estratégia de combate teórica e prática, ao atacar um dos pilares básicos da Democracia capitalista: a propriedade. Sua importância transcende ao puramente logístico ao facilitar a aproximação entre camaradas, gerar redes de afinidades, difusão e solidariedade, pontos de encontro onde debater, fazer autocrítica e compartilhar experiências. A okupação não é um fim, mas um meio que nos permite organizar e conspirar. Uma expressão tangível da ideia do “faça você mesmo”.

O poder tem se empenhado a fundo para eliminar qualquer projeto de autogestão, porque através deles se evidencia a capacidade das pessoas se auto-organizarem à margem do sistema. As estratégias utilizadas por eles têm sido muitas, desde formas de repressão mais cruas, como batidas, detenções, montagens policiais, etc., como também outras mais “amáveis” baseadas na via da negociação. Apesar das diferenças estéticas, o fim último de todas é o controle e a domesticação (DE NOSSAS IDEIAS E PRÁTICAS) dos movimentos sociais.

Faz muito tempo que a Prefeitura de Madrid, uma das autodenominadas “prefeituras da mudança” colocou em marcha uma campanha de acosso, intimidação e desgaste contra os centros sociais okupados da cidade. Mascarando suas reais intenções com uma atitude de diálogo, se emprega a chantagem para lograr a assimilação desses coletivos. O que nos vendem como um exercício de tolerância e entendimento, como um esforço de criação de tecido social, é, sem embargo, um intento de desmobilização e debilitamento de todxs aquelxs que não se encaixam. Utilizando mecanismos burocráticos como as revisões do estado dos edifícios ou a necessidade de inspeção das atividades desenvolvidas, a prefeitura oferece duas únicas opções: ou a regularização ou o despejo. Dá-se a possibilidade de continuar com as atividades dos centros sociais sempre e quando passem a ser supervisionados pela autoridade competente, ou se requer a cessão de outro espaço público. Como método de pressão, se utilizam de sanções administrativas, selos, identificações e visitas reiteradas da polícia municipal. O marco regulatório pelo qual se estabelecem as diretrizes da cessão de espaços públicos à coletivos da cidade, aprovado pela prefeitura em fevereiro de 2016, deita as bases para polarizar o movimento de okupação, uma vez mais, entre projetos legais e ilegais.

Como anarquistas, acreditamos que as okupações não podem se legalizar, posto que seu objetivo é justamente transcender todas as regras da estrutura política, social e econômica que nos impuseram. Aceitar suas normas significaria legitimar sua tutela. Nos posicionamos frontalmente contra a criação de espaços okupados sob o abrigo de qualquer instituição do Estado, e afastamos toda negociação, pacto ou diálogo que implique em renunciar total ou parcialmente aos nossos projetos de ação e enfrentamento direto.

Acreditamos no conflito. Acreditamos que quem quer derrotar o Estado não pode combatê-lo desde dentro. Por isso, chamamos à solidariedade com os centros sociais okupados ameaçados de despejo em Madrid e, por extensão, com todas as okupações que fazem frente ao poder, não cedendo ante suas ameaças.

A maneira para demonstrar apoio depende dos meios e das possibilidades que cada um tenha. Assim animamos, durante esse mês, e se é possível sua ampliação o tempo necessário, para que se realizem ações de todo o tipo e atividades que deem visibilidade ao nosso posicionamento e nossa determinação em não ceder nem ao Estado e nem as suas chantagens.

Multipliquemos as ideias e práticas antiautoritárias de solidariedade e luta.

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[Grécia] Ilha de Creta: Reivindicação de responsabilidade por ataque incendiário a veículo diplomático

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[Curitiba-PR] Livro traz à tona história obscura sobre o nazismo na América do Sul

Retirado de A_N_A:

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Uma colônia menonita no interior do Paraguai que tem a paz perturbada com a nazificação de alguns dos seus moradores nos anos 1930 e 1940. Parece argumento de filme, mas este é o ponto de partida do livro Entre a Suástica e a Cruz – A fé menonita e a tentação totalitária no Paraguai do historiador curitibano Wilson Maske. A obra, fruto da tese de doutorado do autor, foi lançada no último dia 22 de novembro, em Curitiba (PR).

Entre a Suástica e a Cruz relata um fato real ocorrido na colônia de Fernheim, no Paraguai, no período entre 1933 e 1945, quando um grupo de jovens (os völkisch) guiados por um líder carismático tenta transformar sua vida e a de sua comunidade pela adoção dos princípios radicais do nacional-socialismo. Mas, como a ideologia nazista tinha características inconciliáveis com a doutrina menonita, fortemente assentada em valores cristãos e pacifistas, o movimento encontrou resistência até ser totalmente sufocado dentro da colônia.

O relato apresentado por Wilson Maske no livro Entre a Suástica e a Cruz é entendido como um episódio único na História. Este fato torna a leitura ainda mais instigante e cheia de detalhes curiosos a serem desvendados pelos capítulos.

À primeira vista, o caso se mostra como uma simples querela religiosa. Posteriormente, percebe-se que o fato tem raízes bem mais profundas do que a princípio se imaginara e que remontam a características da sociedade germânica, à qual a comunidade menonita está ligada. “Pode-se até dizer que o evento de Fernheim repete em escala micro, o drama que se desenrolou na Alemanha nesse mesmo período, no qual os nazistas assumiram o governo do país e estabeleceram uma ditadura totalitária. Mas, diferentemente do que ocorrera na Alemanha, a pequena comunidade de Fernheim percebeu a forte contradição entre nazismo e cristianismo, enfrentou o movimento völkisch e derrotou-o”, narra Maske.

Sob a justificativa de resgatar a juventude “rebelde” e desestimulada da colônia de Fernheim, professores locais, liderados por Fritz Kliewer, iniciaram um trabalho de divulgação do nacional-socialismo designado de Movimento Völkisch. Aos poucos o movimento dividiu a colônia e passou a inquietar os menonitas adultos e anciãos. Kliewer chegou a ser diretor da escola de Fernheim e a colocar no comando administrativo da colônia outro seguidor da ideologia nazista. “Os menonitas tradicionais passaram a enxergar o perigo nazista como algo anti-cristão e buscaram ajuda junto ao governo paraguaio e ao Comitê Menonita da América do Norte”, relata Maske.

Num momento da história em que a civilização vive uma crise humanitária movida pela intolerância religiosa e racial, a leitura de Entre a Cruz e a Suástica se torna ainda mais interessante.

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Solidariedade para os Kaingang e pequenos agricultores presos e perseguidos na região de Sananduva (RS)

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No sábado 19 de novembro, a liderança Kaingang, Ireni Franco foi preso em Sananduva. No dia seguinte, domingo 20 de novembro, plantações de trigo que pertencem a fazendeiros locais da região foram queimadas. Diante disso, o nojento vice-prefeito da cidade, Leovir Fidêncio Antunes Benedetti, sob as ordens da FARSUL, decretou o estado “calamidade pública” na região por “causa dos conflitos entre indigenas e agricultores”.

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Na quarta feira 23 de novembro, uma mega operação da polícia militar e federal, 8 kaingang e 3 agricultores foram presos nos municipios de Sananduva e Cacique Doble. A operação, parecida á “operação Kandóia” que aconteceu em novembro de 2014, contou com a mobilização de helicópteros, cavalaria etc, toda a força repressiva foi utilizada para reprimir e perseguir as comunidades Kaingang que lutam por suas terras que lhes foram usurpadas há mais de 500 anos. Todas as suas casas foram reviradas pelos porcos e todos eles foram levados para um centro comunitário onde foram obrigados a se deitar de cabeça no chão enquanto os porcos identificavam os rostros dos kaingang que deveriam ir sob custódia. 8 foram levados até a sede da policia federal. Como os porcos só tinham 6 mandatos de prisão, 2 foram libertados, entre os presos encontra-se a mãe do cacique que foi golpeada e violentada pelos porcos. Os 6 Kaingang e os 3 agricultores foram encaminhados pela penitenciaria de Lagoa Vermelha onde ficam até agora. Os porcos estão procurando a vários Kaingang que não conseguiram pegar na sua mega operação, entre eles, os filhos de Ireni, lideranças de Passo Grande da Forquilha…

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De acordo com os mandados da Polícia Federal, expedidos pela Justiça Estadual de Sananduva, os Kaingang e os agricultores são acusados pelos crimes de ameaça, extorsão, organização criminosa e dano ao patrimônio contra fazendeiros da região.

Desde aquí, mandamos todo nosso apoio e nossa solidariedade para os Kaingang e os agricultores que foram presos e os que estão perseguidos. Nossa cumplicidade na luta violenta pela retomada das suas terras!

Morte ao latifúndio!

Pela libertação da terra, ação direta!

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Guilherme Irish está vivo !!!

Nota de Cumplicidade

Com raiva recebemos a noticia do assassinato de Guilherme, jovem anarquista que participava das ocupações de universidades em Góias. Com cumplicidade, recebemos os gestos rebeldes dxs seus companheirxs que nos esquentam o coração ao ascender as barricadas que lembram que Guilherme está presente agora nelas e que o estará em cada pedra atirada, em cada ocupação e em cada revolta.

Por uma memória combativa! Guilherme Irish Presente!

 

Guilherme Irish está vivo !!!

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Os ventos agitam os ares, a paisagem se transforma a cada momento, o que agora é vida pulsante num instante vira terra ou carvão. Nós nos esforçamos para o que sucumba e se incinere sejam todos muros do domínio, do controle e seus engenheiros. Mas muitas vezes a luta contra toda forma de dominação nos cobra caro. Ameaças, agressões, prisões, sangue e morte.

Xs amantes da liberdade, xs anarquistas, querem tomar as rédeas de suas vidas em suas próprias mãos. Guilherme Irish foi um destes e esbarrou num dos primeiros muros que constroem em nossa volta: a autoridade da família patriarcal.

No dia 15 de novembro em uma terça-feira pela tarde Guilherme Irish foi perseguido, baleado e executado pelo seu pai na cidade de Goiânia, por sua desobediência, sua insubmissão, na esquina da Rua 25A e Avenida República Líbano o sopro da vida abandonou seu corpo. Em seguida seu pai se suicida.

Guilherme Irish foi assassinado pelo que era, pelo que buscava, por desejar que ninguém seja seu senhor se não seus próprios anseios e necessidades. Reconhecemos esta fortaleza em Guilherme Irish que se manterá vivo, pois não será esquecido.

Mensageirxs da Revolta.

A seguir somamos o texto escrito por algum cúmplice de Guilherme.

Camarada Guilherme Irish vai estar presente!

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Pela luta, interna e externa. Contra o fascismo cotidiano, enrustido na sociedade e principalmente do estado.

Sua morte brutal e prematura, reflete o discurso de ódio alimentado diariamente pela imprensa, corroborado pelos liberais de direita e pessoas que se recusam debater ou aceitar o diferente. Intolerância só gera desgraças.

Querido por todos nos mais diferentes fronts de batalha, nos sarais e rodas de conversa, o camarada soube pelo o que lutar, com convicção e determinação. Anarquista nato. Enfrentou o fascismo do estado e seu braço armado, alem de lidar com a estrutura repressiva e hierárquica da família.

Todos que destilam ódio e aplaudem a violência como única solução para os embates políticos, tem as mãos sujas de sangue. A cultura do ódio pode muitas vezes seduzir as mentes mais fracas.

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Certamente o Camarada Irish, estará presente nas barricadas, nas resistência e nos momentos lúdicos de celebração. Em sua última luta, a qual ajudou com firmeza, tanto na UFG [Universidade Federal de Goiás] quanto em todas ocupações e atos de rua contra o desmonte da educação pública, ele que estudava para ser professor, certamente vai inspirar e dar força aos que continuam na luta.

Essas densas tormentas um dia vão passar e vocês donos do poder, pagarão dobrado!

Nota:

O estudante de matemática na UFG, conhecido por Guilherme Irish, foi assassinado com quatro tiros pelo próprio pai na última terça-feira (15/11). Ele era anarquista, adepto da tática black bloc e participante ativo das ocupações de escolas e faculdades em Goiânia.

O pai, um engenheiro civil de boas condições financeiras de 60 anos, não aceitava que o filho participasse do movimento, já havia ameaçando entregá-lo para a polícia e até mesmo de morte. O homem que não tinha posse de arma, chegou a ir armado em duas manifestações contra a privatização do ensino público em Goiás e a PEC 241 (55), perseguir Guilherme e ameaçar outros militantes.

Um crime de ódio, motivado por intolerância política. Guilherme de apenas 20 anos, foi pego por uma emboscada armada pelo pai, quando saía de casa rumo a Ocupação do Campus 2 da UFG, que sofria risco de reintegração de posse.

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Palavras do companheiro eco-anarquista Marco Camenish sobre sua situação atual.

Recebido no email e traduzido

Traduzido do inglês pra o espanhol por Sin Banderas Ni Fronteras e do espanhol pro português por Cumplicidade.

Como se falou na atualização do dia 26/06/2016, o “trabalho externo” (fora da prisão) que deve durar seis meses começou na área de Zurich em 1eiro de setembro.

Meu novo endereço é : mc, c / o Kasama, Militärstrasse 87 / A, CH-8004 Zürich

Com o objetivo de proteger a minha esfera privada ( em construção) e a do entorno sócio-político mais próximo meu, não vou publicar informações sobre meu novo campo de vida, por exemplo, onde eu fico, minha casa, lugar do trabalho, etc. Que por agora nem sequer deveria ser de “interesse público”.

Obviamente, isso não se aplica axs compas mais próximos a mi e também é obvio que vou seguir dando informação sobre a trajetória da minha “libertação” ( e, em particular sobre os possíveis “contratempos”…)

Como já falei pra as publicações de solidariedade do movimento, nesta etapa da minha “reclusão”, tenho bastante “livre” acesso à informação, redes, etc. Como consequência já não preciso de “autorização” para receber suas publicações gratuitas em solidariedade com xs presxs como acontecia até agora e lhes peço que suspendam o envio destas.

Por esta expressão de solidariedade, e, em geral por toda sua firme solidariedade revolucionaria, muito consistente e constante além dos movimentos contra a repressão do domínio, uma vez mais quero expressar meu mais sincero respeito e meu mais profundo agradecimento.
Por suposto que com a consciência do fato de que a solidariedade revolucionaria nunca pode ser posta em prática com um espírito de “prestar um serviço”, que é unidirecional, e pelo tanto enquanto prisioneiro especificamente anarquista espero que minha contribuição em solidariedade (…) e minha relação de solidariedade com a luta revolucionaria tenham sido, sejam e serão suficientes inclusive só um pouco para o profundamente recíproco espírito da solidariedade e pertença revolucionaria.

Sempre resistindo, sempre aportando, sempre em solidariedade (inclusive estando em silêncio…:-))

Marco Camenisch, inicios de setembro de 2016,  Zurich, Suiza.

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[Porto Alegre] Portas da paroquia São Pedro queimadas no bairro Floresta

Recebido no email:

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Comunicado

A terra costuma, de tempos em tempos, fazer rebrotar rebeldemente aquilo que se pensava extinto.
São brotos de raízes rebeldes e sementes que se espalham com o vento.

Aqui, esta terra já cansada, conheceu o projeto da civilização ocidental a poucos 500 e tantos anos e, desde então as empreiteiras do domínio tem drenado toda a vida disponível para executar seus desejos.
Para cada navio de expedição e conquista, chegavam com eles os objetos de adoração, a mística que, ao serviço do poder, pretendia dominar mentes, corpos e espíritos.

Em cada novo povoado o projeto civilizatório tentou se impor: a igreja no centro, omnipresente, um mercado, um governo, uma cadeia… Missa, sermão, leis e castigos. A tarefa educativa da igreja soube muito bem vigiar e punir. O espancamento em praça pública e as execuções eram espetáculos que afirmavam a norma: “faz o que digo ou te arrebento”.

Seu projeto se implantou com mentiras, fogo e bala
Falar a língua, escutar as vozes, se tornou proibido
E à aquelxs que se resistiam, arrancavam-lhes língua e orelhas
Acaso queriam que não ouvíssemos as vozes do mundo que nos rodeava?
Essas vozes nem sempre humanas…

O motor da civilização é a violência, o terror e a obrigação que busca o benefício de alguns provocando o sofrimento do resto. O olho conquistador, opressor, hoje burguês, transforma tudo o que vê em objeto de desejo, de possessão e benefício, assegurando para si o privilegio e a dominação.

O mundo inteiro se consome no interesse das elites. Se produz, se consome, se morre, sem ser donos das vontades e destinos.
O carrasco, fala em moral e bem-estar. Educa no “bom viver” e oferece a salvação. Com sua boca nojenta devora tudo o que pode, e assim devora, as vidas.
Fala de paz. Fabrica armas.
Fala em bem-estar. Envenena com seus negócios.
Fala em liberdade e impõe a escravidão da obediência.

Porém o sangue dxs guerreirxs correu em rios e córregos e alimentou a terra calada. E em cada pedra, cada rio, cada árvore está escrito o inominável…

Hoje, festejamos pelos nossxs mortxs, festejamos com nossxs antepassadxs. Suas vidas nos acompanham, seus passos são os nossos. Festejamos suas vidas combativas e rebeldes, as pontas de lanças que perfuraram os olhos dos conquistadores portugueses, franceses, ingleses e espanhóis, civilizadxs. Celebramos suas rebeldias contra a inquisição, as insurreições contra os inmigxs civilizadorxs. Sua vingança é a nossa. Festejamos sua memória através das chamas que provocamos nas portas duma igreja. A mesma Igreja civilizadora de faz 500 anos, símbolo da moral civilizatória e cidadã …porque sabemos que o deus que criaram é um ditador eterno…

Guerra contra a civilização e seu Estado…

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[EUA] AÇÃO ANTICOLONIAL E ANTIFASCISTA: “TORNE IMPOSSÍVEL PARA ESSE SISTEMA GOVERNAR EM TERRA ROUBADA”

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Para aqueles que estão surpresos com os resultados desse espetáculo tumultuado, bem-vindos à “América” que sempre conhecemos. Essa é a ofuscante “Grandeza da América” que hoje foi fortalecida pela direita nacionalista islamofóbica e anti-imigrantes.

Não é surpresa que um demagogo misógino fascista e elitista possa ser nomeado como líder de um sistema político, econômico e social construído sobre o capitalismo, o colonialismo, a supremacia branca, o hétero-patriarcado, a escravidão e o genocídio. Não se trata de nada excepcional. É o que este país sempre representou. Afinal, esta é uma terra roubada construída com vidas roubadas.

Aquela pequena segurança sentida como recompensa por se ser branco ou aquela de estar alguns poucos degraus acima na hierarquia sócio-econômica é um véu que causa um degrau sutil de separação que permite a que as pessoas deslizem – ou dirijam em velocidade constante – passando direto por aqueles reduzidos números de sofridos que encaramos durante o regime neoliberal anterior.

Os últimos 8 anos não foram um alívio para os imigrantes. A
administração Obama é responsável por deportar mais pessoas que qualquer outro regime na história dos EUA. Entre 2009 e 2015, Obama deportou à força mais de 2,5 milhões de pessoas, o que perfaz uma soma maior do que o total de deportações de todos os presidentes americanos do século 20.
As comunidades Tohono O’odham foram fortemente militarizadas e bisseccionadas pela fronteira colonial EUA/México. Vilas inteiras foram deslocadas e locais sagrados foram profanados. Isto será combinado à “Muralha de fronteira” que Trump ameaça erguer. Não foi nenhum descanso de 8 anos para aqueles que foram bombardeados e atacados por drones que, no Afeganistão, significou o assassinato de vidas inocentes 90% das vezes.

Vamos somar a isso as encarcerações e assassinatos impunes por parte da polícia das vidas de negros e pardos. Oito anos não mudaram a violência racial do Estado, enfurecida por proclamações obscenas de uma sociedade “pós-racial” em face do fato de que os negros têm sido alvejados pela polícia 2,5 mais vezes do que os brancos.

Além disso, soma-se que os povos indígenas são “o grupo racial com maior probabilidade de ser morto pela polícia” nos EUA, e acrescentando as taxas desproporcionais que mulheres indígenas sofrem ataques sexuais e assassinatos, o quadro se torna ainda mais claro de o quanto esses problemas são sistêmicos.

Embora o regime anterior reconhecesse a ameaça do aquecimento global, reduzindo as emissões de carbono cortando carvão, enquanto declarava aberta a temporada livre para o Fracking e permitindo à indústria nuclear de continuar o ataque tóxico ao nosso futuro não constituíram atos de “sustentabilidade”. O objetivo do império dos EUA é sustentar
domínio político e econômico, seu objetivo sempre foi movido por sua guerra ecocida contra a Mãe Terra, também conhecida como colonialismo de recursos. Até mesmo a agenda filantrópica inócua da indústria teria nos levado a uma transição de um capitalismo branco para aquele de tipo verde. Mas, nesta guerra contra a Mãe Terra, será que podemos arriscar táticas de reciclagem ineficaz na esperança de que ações simbólicas mudarão as mentes dos nossos opressores? Especialmente quando Trump declarou que a mudança do clima é um embuste?

Mas são dois lados da mesma moeda. As ações e atitudes fascistas, islamofóbicas, anti-imigrantes, antinegros, anti-indígenas e misóginas representam um sistema, não apenas uma pessoa ou partido.

Existe um discurso sobre o mal menor e uma crítica que diz haver alguma esperança nisso, mas esses temas foram usados para nos espancar a carne, de modo que nossas peles já não mais cicatrizam. É como se os nossos corpos fossem a terra profanada com cada ciclo de nosso abusador. No caso da política eleitoreira, o ciclo não é ameaçado, nem tampouco o abusador. A única preocupação é o quanto o véu cobre as feridas. A questão não é ver o abuso, é ver o efeito que move a zona de conforto para quase perturbadora. Esse processo é altamente objetificante, e
muitos de nós acabam fazendo o papel, ainda que ser objetificado seja preocupante, a alternativa é tornar-se invisível, desconhecido e não existente. Mas as lutas de resistência definham qu ando são alimentadas apenas com a dieta do reconhecimento. Isso é algo que a contínua luta global contra o fascismo sabe muito bem.

Movimentos recentes como o Black Lives Matter (Vidas de Negros Importam) – particularmente os levantes como aqueles de Baltimore e Milwaukee) e as lutas por terras e águas sagradas como a resistência NoDAPL (Acampamento do Guerreiro Vermelho, Red Warrior Camp), tocaram alguns nervos da dominação e exploração colonial dos EUA.

Desde lutar por nossas vidas contra o terrorismo da polícia até o
pessoal LGBTQI2-S devolvendo os ataques de fascistas, desde defender as terras e águas sagradas dos desenvolvimentos de infraestrutura corporativos facilitados pela violência do Estado e o colonialismo de recursos, esses momentos e movimentos são resultado de uma resistência contínua que tem sido mantida por centenas de anos nestas terras.

Paramos de falar em esperança quando precisamos nos concentrar na sobrevivência.

Enquanto os reformistas estão mais interessados em prolongar a agonia, começamos a nos preparar para compreender que o sofrimento vai piorar.
Não para desistir de nosso poder, mas como afirmação de nossa capacidade de melhorar em nossos próprios termos. Começamos a preparar nossos espíritos, mentes e corpos para essa compreensão. Nós nos reconectamos com a compreensão de que nunca tivemos outra escolha a não ser lutar. Que a colonização sempre foi uma guerra.

Que somos sobreviventes de sua brutalidade. Que nunca paramos de lutar.

Compreendemos a diferença entre poder sobre e poder com. Que há mais poder no poder do povo do que na escolha de qual sistema vai governá-lo. Que nenhum político nunca poderá representar os modos de vida indígena no contexto do sistema político estabelecido pelo colonialismo. Que a política representativa/eleitoreira é uma oposição à libertação da opressão colonial. Que as lutas de nossos ancestrais, que defenderam a Mãe Terra e os seus seres com orações e armas nas mãos, são a mesma luta que levamos adiante hoje.

Trump pesou sobre a fragilidade do colonialismo de assentamento durante esse espetáculo e venceu. Mas é essa mesma fragilidade que simultaneamente mostra o quanto aqueles que historicamente mais se beneficiaram desse sistema estão desesperados e amedrontados.

Lorenzo Komboa Ervin afirmou, _“PRECISAMOS TORNAR IMPOSSÍVEL AO TRUMP GOVERNAR O PAÍS, E PRECISAMOS COLOCAR O PODER NAS MÃOS DAS PESSOAS NAS RUAS.”_

Abrace o seu papel nessas lutas e organize-se. Somos ingovernáveis e precisamos tornar impossível para esse sistema nos governar sobre terra roubada e ocupada.

Fonte:
http://www.indigenousaction.org/anti-colonial-anti-fascist-action/

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