[EUA-MÉXICO] DIA DE AÇÃO INTERNACIONAL PELA SAÚDE E LIBERDADE DE MUMIA ABU-JAMAL

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Na quarta-feira 7 DE SETEMBRO será um dia de ação internacional para exigir um tratamento imediato para Mumia Abu-Jamal com as novas drogas antivirais que podem curar a Hepatite C, uma enfermidade que ele padece junto com quase 6.000 presos no Estado da Pensilvânia e milhares mais nas prisões dos Estados Unidos.
No dia 31 de agosto, o juiz federal Robert Mariani se negou a ordenar dito tratamento por um tecnicismo, ao responder à demanda apresentada há mais de um ano pelos advogados Robert Boyle e Bret Grote. No seu parecer, o juiz Mariani, o que presidiu a audiência sobre o caso em dezembro de 2015, diz que a demanda nomeia pessoas que não têm a autoridade de implementar um mandato judicial, quando deveria nomear os
membros do Comitê de Atenção à Hepatite C do Departamento de Correções (DOC) do Estado da Pensilvânia. De acordo com o juiz, só este Comitê tem autoridade para atuar.
Por outro lado, o parecer do juiz mantêm que o DOC violou a Oitava Emenda da Constituição Federal que proíbe os castigos cruéis e inusuais, ao negar-lhe tratamento a Mumia e a outros presos que padecem Hepatite C Ativa.
A Campanha para Levar Mumia a Casa descreve o parecer como “mais um exemplo das contorções e acrobacias que se tem utilizado desde há muitos anos para negar justiça a Mumia e a milhares de outros acusados.”
Noelle Hanrahan da Rádio Prisão pergunta: “Como é possível que o DOC não seja responsável? Eles estabeleceram o Comitê de Atenção à Hepatite C e aprovaram suas recomendações. Como é possível que o juiz permita que o DOC evite sua obrigação constitucional para dar atenção médica aos presos, relegando sua responsabilidade a um subcomitê?”
O advogado Robert Boyle enfatiza que durante todo o processo o
Departamento de Correções nunca disse que às pessoas solicitadas lhes falta a autoridade para implantar uma ordem da Corte. Também afirma que a existência do Comitê só foi revelada ao final da audiência de dezembro. O grupo se reúne em segredo e toma suas decisões secretamente.
No entanto, Boyle destaca a importância de que o juiz Mariani tenha encontrado que o Departamento de Correções está negando às pessoas a adequada atenção à saúde, garantida pela Oitava Emenda da Constituição dos Estados Unidos. Em seu informe, Mariani diz que o DOC se mostrou “deliberadamente indiferente” aos riscos conhecidos associados com a Hepatite C não tratada.

De acordo com o protocolo do DOC, um preso tem que estar perto da morte antes de receber o tratamento com os novos antivirais. Tem que ter cirrose e hipertensão portal, ou seja, o fígado tem que está tão calcificado que o sangue não possa entrar e as veias do peito e a garganta comecem a se romper.
Na audiência de dezembro de 2015, se estabeleceu que Mumia tem fibrose (fígado danificado) e que há uma probabilidade de 63% de que tenha cirrose. Considera-se que tenha o vírus de Hepatite C desde que recebeu uma transfusão de sangue na noite de sua detenção em 9 de dezembro de 1981, quando foi baleado e surrado a ponto de beirar a morte.
No momento da audiência, apenas 5 presos no Estado da Pensilvânia estavam recebendo o tratamento, e agora, são aproximadamente 30. A empresa Gilead recebe US$ 1.000,00 dólares por pílula da droga Sovaldi. Na Índia, no entanto, um país que não vive sob a tirania das leis de patente, a mesma pílula custa de US$ 3 a US$ 10 dólares. Para a droga Sovaldi, um tratamento de 12 semanas custa US$ 84.500,00 enquanto o
tratamento inteiro para o antiviral Harvoni, também produzido por Gilead, custa US$ 94.500,00.
Em uma conferência de imprensa, o advogado Bret Grote citou Mariani com relação ao protocolo do DOC: “[Este] alarga o sofrimento dos que foram diagnosticados com Hepatite C crônica e permite que a progressão da enfermidade se acelere para apresentar uma ameaça maior de cirrose, câncer do fígado e a morte do réu com a doença” em violação da Oitava Emenda.”
Ainda que a equipe legal esteja decepcionada que a Corte não tenha emitido um mandato judicial neste momento, opina Grote que o informe de Mariani “marca um poderoso precedente a favor do senhor Abu-Jamal.”
Explica que o juiz determinou que “os pacientes encarcerados que padecem de Hepatite C merecem tratamento com os novos medicamentos que curam a doença e que o protocolo atual do DOC viola a Constituição.”
E o que opina Mumia Abu-Jamal? Em uma mensagem gravada para a Rádio Prisão em 1º de setembro diz: “É um começo e um bom começo que um juiz federal reconheça que o que tem feito o Estado da Pensilvânia durante anos, não apenas é injusto, como também cruel. Anti-constitucional. Uma violação fundamental de uma equidade fundamental e do direito humano à vida. Então, é um começo e um bom começo. E queremos um bom final.”
Na Filadélfia, o Comitê Internacional da Família e Amigos de Mumia Abu-Jamal (ICFFMAJ), a Campanha para Levar Mumia para Casa, a organização MOVE e a Coalizão Mumia Abu-Jamal de NYC levarão a cabo uma conferência de imprensa e protesto em 7 de setembro para exigir tratamento imediato para Mumia. Também haverá ações em outras cidades do mundo.
Na Cidade do México nos somamos à demanda. Convidamos a todos para mostrar seu apoio por sua saúde e liberdade em um ato que acontecerá nas imediações da embaixada dos Estados Unidos na quarta-feira, 7 de setembro, ao meio-dia. Também atuaremos em solidariedade com as greves contra a escravidão nas prisões dos Estados Unidos, que acontecerão a partir de 9 de setembro em comemoração à rebelião e repressão no penal
de Attica em 1971. Dizemos NÃO à importação ao México do monstruoso sistema carcerário desse país.
Para assinar uma petição em apoio ao tratamento para Mumia, consultem:
https://campaigns.organizefor. org/petitions/life-saving-
treatment-now-for-mumia-abu- jamal [1]
Saúde e liberdade para Mumia! Tratamento imediato para sua Hepatite C! Presas e presos políticos, liberdade! Não à escravidão! Morte à prisão!

Imagem: Compa Colibri.

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amigosdemumiamx.wordpress.com [2]

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[Chile] Atualização do caso PDI

Retirado de ContraInfo:

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“Implícitas à estrutura social as jaulas fornecem ao Estado a legitimidade do castigador, querendo este ser regulador das relações antagónicas – a partir das quais a incutida moral dos cidadãos define o modo de atuar dos indivíduos na base dos interesses do poder – nas quais quem transgride essas normas e/ou se posicione em confronto com qualquer forma de poder/domínio e/ou autoridade cairá nas suas goelas”
Palavras de Natalia Alvarado, Nataly Casanova e Mª Paz, quando se completavam 5 anos após o assassinato de 81 chavalxs numa prisão do Estado Chileno (San Miguel)

A 18 de Agosto, no infame centro de justiça de Santiago, realizou-se uma nova jornada de preparação do julgamento oral do denominado Caso PDI” em que a acusação procurava apresentar novas provas no sentido de se ampliar a gama de “provas incriminatórias” com o fim de perpetuar o sequestro dxs nossxs companheirxs; numa reviravolta inesperada para a acusação muita provas foram rejeitadas, por diferentes motivos, tendo como consequência que se pedisse o adiamento do fim da preparação do julgamento oral para 22 de Agosto – com o objetivo de revisar/entregar novos elementos de prova.

A dia 22 de Agosto, concretizou-se, de facto, uma nova audiência de preparação do julgamento oral – sendo já a última deste tipo – e onde se fixou a acusação final que de uma forma detalhada é:

– homicídio frustrado, pedindo-se 15 anos.
– Posse de dispositivo incendiário, pedindo-se 5 anos.
– Premeditação, pedindo-se 3 anos.

O que soma 23 anos de sequestro para cada um/uma dxs nossxs companheirxs.

Na iminência da execução do julgamento oral, a chamada será sempre para se multiplicarem as ações solidárias pelxs presxs anárquicos que enfrentam a miséria desta vida!

LIBERDADE IMEDIATA PARA MANUEL, MARIA PAZ, NATÁLIA, AMARU, FELIPE!

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[HOLANDA] REALIZADO JULGAMENTO DE EXTRADIÇÃO DA ANARQUISTA ACUSADA DE EXPROPRIAÇÃO BANCÁRIA EM AACHEN

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Na quinta-feira, 1º DE SETEMBRO, foi realizado em Amsterdam o julgamento sobre a extradição de nossa amiga e companheira acusada de uma expropriação bancária em Aachen (Alemanha) em 2013. O julgamento aconteceu de portas fechadas, não havia mei os de comunicação presentes na sala (apesar de alguns jornalistas decepcionados estavam esperando do lado de fora, expressando seu mal-estar e insultando as companheiras presentes no edifício). A sentença será emitida em duas semanas. Se o tribunal decidir que a companheira tem que ser entregue na Alemanha, ela será imediatamente detida e encarcerada à espera de sua extradição.
Durante a tarde do mesmo dia, foram penduradas faixas e distribuídos mil panfletos em toda Amsterdam, em solidariedade com nossa companheira. Continuamos nos solidarizando com ela e as outras duas pessoas processadas pelo Ministério Público de Aachen, acusadas de expropriar um banco em Aachen em 2014.

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[TURQUIA] PRISIONEIRO ANARQUISTA ŞEVKET ASLAN EM GREVE DE FOME HÁ 37 DIAS

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25 DE AGOSTO DE 2016: O ramo da Associação de Direitos Humanos (IHD) de Istambul manteve uma conferência de imprensa sobre a situação do prisioneiro anarquista Şevket Aslan, que está em greve de fome na prisão de Yenişakran, em İzmir-Aliağa, há 37 dias._

“PRISIONEIROS ANARQUISTAS NÃO ESTÃO SOZINHOS”
O advogado de Aslan, Gökhan Soysal, mencionou que as condições de saúde de seu cliente estão piorando a cada dia e que ele visitará Aslan na primeira oportunidade.  Mercan Doğan, do jornal anarquista de Meydan disse que Aslan entrou em greve de fome indefinida devido à sua identidade política não ser reconhecida, e suas demandas não estão sendo aceitas. Doğan também disse: “É o 37° dia da indefinida e irreversível greve de fome. É medicamente certo que problemas de saúde irrecuperáveis podem ocorrer quando alguém entra em greve de fome por tanto tempo. A situação da saúde de Aslan tornar-se-á mais crítica com cada dia que se passa_” e adicionou que a administração da prisão que será responsável pelo que acontecer.
Observando o aumento da tortura e maus tratos do prisioneiro após a declaração do estado de emergência, Doğan disse que “_A administração da prisão não reconhece a greve de fome indefinida e irreversível de Aslan. Nenhuma de suas petições sobre o assunto estão sendo respondidas. Assim, a solidariedade jurídica de advogados está sendo impedida.”
Doğan, em conclusão, exigiu o reconhecimento da greve de fome de Aslan pela administração da prisão e terminou dizendo “PRISIONEIROS ANARQUISTAS NÃO ESTÃO SOZINHOS, CORAÇÕES REVOLUCIONÁRIOS VÃO DESTRUIR AS CELAS.”

Fonte: http://www.ozgurgelecek1.net/guncel-haberler/21683-anarist-tutsak-37-guenduer-aclk-grevinde.html

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[EUA] GREVE DE PRESOS NOS EUA EM 9 DE SETEMBRO CONTRA AS FÁBRICAS CORPORATIVAS PRISIONAIS E O SISTEMA PENITENCIÁRIO. ABOLIÇÃO JÁ!

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Xs companheiras da Cruz Negra Anarquista nos EUA conseguiram angariar apoios e promover uma Greve Geral nas prisões estadunidenses e em uma data muito significativa como o 9 de setembro, o Aniversário da famosa Rebelião de Attica, e onde já se juntaram centenas de grupos em todo o país. Ademais, fizeram com uma reivindicação anarquista ancestral, como é a sua abolição, incluindo no debate as causas de sua ampla utilização pelo sistema, as suas verdadeiras motiv ações e propondo alternativas; justiça e reparação em vez de punição.
Greve nas prisões? O sistema prisional só pode ser visto como uma extensão do sistema de dominação e exploração, formado por uma estrutura de dissuasão e outra coercitiva. A situação de assédio estrutural das minorias, a violência institucionalizada e generalizada, e o peculiar sistema judicial trouxeram o patamar de conflito para níveis não vistos desde os anos 70 com a Guerra do Vietnã. E com 2,5 milhões de pessoas tratadas como mer cadoria escrava e sofrendo diariamente as agressões do “Encarceramento Corporativo” em que são obrigados a trabalhar. A greve é mais do que justificada, como evidencia a adesão de
todos os tipos de organizações e grupos a convocatória.
Destacamos que desde a Terceira Greve de Prisioneiros da Califórnia em 2013, apoiada por 30.000 prisioneiros, e as Greves de Guantánamo “Gitmo Hunger Strike” no mesmo ano, que durou mais de 200 dias, não víamos uma organização nacional tão poderosa .
Fiquem atentos, não esperem vê-la anunciada na TV.
Saúde e Abaixo os muros das Prisões!
Fonte:
http://tarcoteca.blogspot.com.br/2016/08/manufacturas-carcelarias-corporativas.html

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[POLÔNIA] FOI PRORROGADA A PRISÃO PREVENTIVA DOS 3 COMPANHEIROS ANARQUISTAS DE WARSAW

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No dia 18 DE AGOSTO o Tribunal decidiu aceitar a petição da promotoria e ampliou a detenção de nossos três companheiros, que permanecerão encarcerados durante os próximos três meses. Todos eles se encontram em prisão solitária (N-Type em polonês) e são considerados como prisioneiros de alta periculosidade. A data do julgamento ainda se desconhece.

RECORDANDO…
Em 23 de maio passado a polícia deteve em Varsóvia três anarquistas, com a suposta acusação de incendiar um veículo policial. Na sequência, os três foram transferidos para prisão preventiva, onde permanecerão pelos próximos três meses, aguardando julgamento. Eles enfrentam acusações que somam até oito anos de prisão. Os meios de comunicação estão falando muito do caso nos últimos dias, com políticos e “experts” falando
n a TV. As fotos e vídeos das pessoas detidas caminhando com algemas nas mãos e nos pés se transmitem até no transporte público.

Mais infos: wawa3.noblogs.org

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[ESPANHA-ALEMANHA] OUTRO COMPANHEIRO DE BARCELONA ENCARCERADO PELO CASO DE EXPROPRIAÇÕES A BANCOS ALEMÃES

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Na madrugada do dia 21 de junho passado, os _Mossos d’ Esquadra_ [polícia da Catalunha] arrebentava a porta da casa de um companheiro anarquista de Barcelona, onde vivia com sua companheira e outros companheiros. Todos eles foram despertados e ameaçados por armas de fogo e algemados durante horas enquanto a polícia registrava e saqueava o domicílio situado no bairro do Eixample.
Finalmente, o companheiro foi detido e transferido para Madrid, onde a Audiência Nacional ditou seu encarceramento preventivo com base em uma Ordem Europeia de Detenção e Entrega emitida pela Promotoria de Aachen, que o acusa de ter participado na expropriação da agência bancária do Pax Bank ocorrida em novembro de 2014, a mesma ação pela qual se encontra encarcerada a companheira detida em 13 de abril em Carmel. Neste caso, no entanto, a polícia decidiu prescindir da encenação e a esp etacularidade midiática que utilizou na operação de abril, sem emitir nenhuma nota de imprensa nem avisar à mídia da operação.
De acordo com o que averiguamos, a ordem de detenção se baseia na suposta coincidência entre um rastro de material genético encontrado no Pax Bank de Aachen e uma mostra de DNA que os_ Mossos_ tomaram ao companheiro simulando um controle de alcoolemia. Neste falso controle, a polícia o havia feito soprar e uma vez acabada a prova, se havia ficado com o bico
para extrair o perfil genético do companheiro a partir da saliva restante.
Depois de uma relativamente breve reclusão na prisão madrilenha de Soto de Real, o companheiro foi transferido à prisão de Aachen – estado federal de Nordrhein Westfallen (oeste da Alemanha) – onde se encontra em condições similares à companheira detida em abril: uma hora diária de pátio, convivência no mesmo módulo com outros prisioneiros preventivos, umas poucas horas de visita ao mês, impossibilidade de chamar pelo telefone a suas pessoas próximas, e todas as comunicaç ões interferidas. Especialmente vulnerante é o formato das visitas, que acontecem na presença dos agentes da unidade policial encarregada da investigação do caso e uma intérprete que traduz a conversação de forma simultânea.
Ainda assim, esta não é a primeira vez que o companheiro se enfrenta às dificuldades do castigo e da institucionalização carcerária. Seu encarceramento atual se soma a uma condenação anterior de mais de uma década em Portugal – de onde é originário – durante a qual se destacou por sua denúncia dos abusos e das violações dos direitos dos presos, participando nas greves de fome, organizando-se com outros reclusos para
melhorar suas condições de vida, animand o ao abandono das drogas com as quais a instituição tem submetida a população encarcerada e criando pessoalmente uma volumosa biblioteca libertária com a que fomentava a conscientização e a formação política dos presos, dando assim continuidade à profissão de livreiro que havia desenvolvido antes de ser preso. Sua atitude solidária e combativa o pôs repetidamente no alvo da
instituição e de seus castigos, sendo em última instância processado como um dos 25 denunciados pelo conhecido motim de Caxias¹. Uma vez na rua, o companheiro se mudou para Barcelona, onde se podia vê-lo participar frequentemente nos ateneus, nas mobilizações de rua e nas atividades do
movimento libertário.
Agora enfrenta, junto com a companheira detida em abril, o futuro julgamento no qual se julgará sua suposta participação na expropriação bancária de novembro de 2014. Recordamos que com ele já são três pessoas processadas pelo que a polícia alemã descreve como uma “série de roubos” ocorridos em Aachen entre 2012 e 2014, incluindo a companheira holandesa que se encontra em liberdade provisória à espera do julgamento que acontecerá em setembro, quando se decidirá se é novamente extraditada a Alemanha, onde já cumpriu vários meses de prisão preventiva acusada de haver levado a cabo uma expropriação em 2013.

Que vá para elas toda nossa força e solidariedade, todo o apoio e
respeito para quem é perseguido em nome da ordem capitalista e seus fundamentos: a exploração entre iguais e a submissão de toda a vida, as relações sociais e os territórios à lógica cega do lucro, a conversão de dinheiro em mais dinheiro, e o lucro de uns poucos sobre o empobrecimento do resto.
Liberdade para as acusadas de ter expropriado bancos na Alemanha!

Liberdade para todas a lutadoras encarceradas e perseguidas!

[1] Neste motim, acontecido em março de 1996, a onda ascendente de lutas protagonizadas pelos reclusos das prisões portuguesas durante os anos 90 chegou a um ponto culminante e eclodiu em um protesto generalizado no centro penitenciário de Caxias, um dos mais superlotados de Portugal, e onde o não cumprimento dos direitos promulgados após o derrocamento da
ditadura era mais potente. O protesto, que reclamava pouco mais que a aplicação destes direitos mínimos constitucionais, foi afogada à base de selvage ns surras contra os 180 grevistas que haviam participado da mobilização.

Mais infos em _Solidaridad Rebel_: solidaritatrebel.noblogs.org

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[POA] Okupa Figueira: Vivenciar a anarquia e auto-gestão, mobilizar alternativas à normatividade

Retirado de ContraInfo

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As raízes que quebram o concreto de um bairro no meio de uma civilização. Resistente, sensível. Uma árvore que vive há 150 anos observando os cursos de vidas que passaram por ela, cada mudança da sociedade em que vive. A figueira agora, habita um espaço que, sem pedir alguma autorização, abre caminhos para o surgimento de uma vida que respeita a inquietação de nossos corpos e mentes, que fomenta ideias e que resiste em meio a uma cidade hostil e fria que é Porto Alegre, em um país hostil e frio que denominaram Brasil. Nós escolhemos não esperar mais para colocar em prática ideias que nos atormentavam enquanto sobrevivíamos isolades na vida cotidiana. Sabemos que resistir à uma sociedade machista, patriarcal, hetero-normativa, racista e classista é viver em guerra. Viver em guerra em um mundo dominado por homens, que tentam sufocar e silenciar todos os dias nossas vivências. Optamos por não sermos subjugades. Não sermos submisses. Nem ao estado, nem aos homens, nem ao capitalismo. Construímos então, uma barricada. Um refúgio em meio ao concreto cinza. Um lugar de experiências e processos, vivenciando a anarkia e a auto-gestão, mobilizando possibilidades de alternativas à normatividade.
Resistimos.

Essa carta é dirigida à todas as mulheres, cis e trans, homens trans, bixa, monstra, sapatão, que queiram se juntar ao espaço e construi-lo com o que puderem, seja uma troka de ideia, uma oficina, uma atividade, ou até mesmo uma visita.

A figueira é um espaço exclusivo, no qual não entram homens cis.

figueira.squat.net

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