[Uruguai] Comunicado do centro social autônomo La Solidaria com relação a notificação de desalojo recebido em 30 de outubro de 2015

Recebido ao email:

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No dia 30 de outubro chegou às portas do centro social autônomo La Solidaria uma notificação de desalojo. Segundo diz a apresentação do mencionado documento – que insta a desalojar o imóvel em um prazo de 15 dias -, a casa onde funciona dito espaço estaria “precariamente” ocupada por um “grupo anarquista”. Esse grupo seria responsável de ter invadido com violência o edifício em questão, de ter ameaçado e atacado aos donos de dito edifício e também da deterioração do edifício e as pragas de roedores na quadra. Os anteriores donos, A Igreja Evangélica Alemã, haviam brindado provas – que constam no informe apresentado junto com a denúncia – de todas estas coisas, mas, não obstante, haviam tolerado a ocupação. No entanto, tudo mudou porque o edifício, ocupado faz 3 anos, havia sido vendido a uma cidadã chilena nacionalizada uruguaia que teria a vontade de seguir os processos judiciais necessários para recuperar o imóvel. O domicílio da nova proprietária que consta na notificação é um escritório do World Trade Center de Montevidéu.

Um pouco de história.
La Solidaria é um espaço autônomo localizado na rua Daniel Fernández Crespo 1813, quase Cerro Largo. Funciona aí desde o ano de 2012, quando o local foi ocupado por um grupo de pessoas com a ideia de construir um centro social que funcionasse com valores opostos aos que cotidianamente nos impõem as relações mediadas pelo Capital e o Estado. Esses valores que decidimos encarnar eram a solidariedade, a autogestão, a horizontalidade e a autonomia. Desde que abriu suas portas, La Solidaria se caracterizou por ser um espaço aberto e de construção, assim como um lugar de encontro para diferentes grupos e pessoas que não tinham onde projetar suas ideias e compartilhar suas preocupações acerca da realidade atual. Suas portas, sempre abertas, deram lugar a toda classe de projetos e atividades – todas gratuitas -, como por exemplo várias feiras do livro internacionais, oficinas de disciplinas que vão desde as artes marciais e o teatro até a linguagem de sinais, o tango e a expressão plástica. Funcionaram ou funcionam ali vários projetos de rádio comunitária ou alternativa, bibliotecas sociais, cafés e tertúlias sobre temáticas várias, assim como projetos de luta, como a Regional Sul da Assembleia Nacional Permanente em Defesa da Terra, da Água, e dos Bens Naturais, a Coordenação pelo fechamento do zoológico de Villa Dolores, a Coordenação contra Monsanto, Plenária Memória e Justiça e o Movimento Independente de Esquizodrama e Esquizoanalisis Libertário, entre outros muitos grupos ou projetos contrários ao atual sistema de opressão. Na atualidade, La Solidaria mantêm suas portas abertas e funciona a nível local como um lugar de características únicas, reconhecido e aceito pelos moradores, que com frequência se aproximam para brindar seu apoio, informar-se ou participar livremente do espaço.

Um pouco (mais) de história…
Antes de instalar-se o projeto atual, a casa onde funciona La Solidaria pertenceu a (ou esteve em poder de) pelo menos dois grupos religiosos diferentes, que a utilizavam para benefício de suas congregações ou – nos últimos tempos e antes de ser inabilitados pelo INAU – como “lar” infantil. As condições em que estava o edifício eram desastrosas: totalmente destruído e sem conexão de saneamento; foi necessário repará-lo e adaptá-lo para poder dar-lhe vida novamente. Seus donos originais, que cobravam por seus serviços de lar/cárcere, não colocavam o dinheiro para melhorar as condições da construção, nem tampouco o usavam para cumprir com suas obrigações tributárias. O edifício, portanto, estava em ruína em todos os sentidos. No momento de efetuar a ocupação – que foi pacífica -, o único que funcionava ali era uma biblioteca-arquivo de tendência anarquista, que estava instalada com total consentimento de seus donos originais e ocupava só um cômodo da casa, o único que estava em condições de habitabilidade.

O pastor mentiroso.
O líder da Igreja Evangélica Alemã – a antiga proprietária do edifício -, Armin Ilhe, visitou os ocupantes em mais de uma oportunidade e manifestou seu acordo com o projeto. Durante todo o primeiro ano, o contato entre as partes foi fluido. Não obstante, de um momento a outro decidiu reclamar a propriedade. Nesse contexto se deu a primeira tentativa de desalojo, totalmente ilegal e sem ordem judicial, que abriria a porta de um conflito entre a congregação proprietária e os possuidores, de fato. O senhor Ilhe tentaria, em mais de uma oportunidade, vitimizar-se para gerar pressão, mas ao final, desgastado por uma luta que não poderia manter e prejudicava sua imagem, desistiria. Ademais, o movimento social acompanhou a reclamação dos ocupantes repudiando aos proprietários e suas manobras desleais. Um detalhe não menor: a primeira tentativa de desalojo coincidiu exatamente com a realização de uma das maiores grandes marchas em rechaço da mega-mineradora e do mega-projeto Aratirí, justo onde se juntava o núcleo de Montevidéu que convocava e organizava a marcha.

Governo progressista, repressão fascista.
Esse mesmo ano, mas no mês de agosto se registraria a segunda tentativa clara de intimidação ou desalojo ilegal. Na tarde de 24 de agosto, previamente à mobilização em memória do massacre de Jacinto Vera no Hospital Filtro, doze ativistas que saiam de La Solidaria seriam detidas por policiais particulares sem nenhum tipo de ordem. Este procedimento continuaria por vários dias mais e algumas delas seriam novamente sequestradas de forma irregular para serem levadas a declarar. Previamente, dois ativistas que estavam de passagem pela cidade haviam sido detidos e processados sem nenhuma prova, em relação aos distúrbios ocorridos em uma mobilização oficialista. Este novo ataque, então, se configurava como o terceiro e mais contundente dos dirigidos diretamente ao espaço. Uma vez mais se resistiu e as mobilizações em repúdio não se fizeram esperar.

Especulação, repressão e capitalismo progre.
Então, agora, em 2015 e em meio de diversos conflitos e uma autêntica perseguição e caça às bruxas dirigida contra diversos ativistas e organizações sociais, La Solidaria volta a estar no meio da tormenta. Mas, o quê é que se esconde detrás desta manobra? O bairro de Cordón Norte, como quase todos os bairros centrais, estão atualmente sendo cenário de um ataque silencioso, mas letal: é o ataque do desenvolvimento em sua forma mais obscena, a do urbanismo e da especulação imobiliária. Qualquer metro quadrado de um bairro central aumenta progressivamente de valor, e isso faz com que os tubarões imobiliários se lancem desesperados por qualquer migalha. Os trabalhadores e marginalizados que viviam nestes bairros enfeiavam a cidade e complicavam a dinâmica de consumo pensada para os turistas e os filhos das classes acomodadas. As antigas casas de pátio – como La Solidaria – estorvam um planejamento urbano que prefere construir módulos horizontais para encerrar consumidores alienados a preços ridículos antes que manter um desenho inclinado a alojar um tecido social diverso e móvel, capaz de organizar-se e protestar contra aquilo que o prejudica. Nesse plano, um centro social como La Solidaria é uma clara pedra no sapato.

Definitivamente.
Esta notificação, estas denúncias e este processo que começa não é outra coisa que um ataque mais do sistema a nós, que desde um começo, nos colocamos em oposição total a seus projetos e desígnios. Não é nada mais que um golpe em uma peleja que reconhecemos, assumimos e escolhemos dar já faz tempo e que, se bem nos expõe, também nos irmana com muitos mais lutadores e lutadoras que escolheram encarar o poder. Nos golpearam, mas que o saibam: somos bons pugilistas e devolveremos todos os golpes.

Não ao desalojo de La Solidaria!

                  Que tirem suas mãos de nossos centros sociais!

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[ESPANHA] ENDEREÇO DE QUIQUE, ANARQUISTA ENCARCERADO NA OPERAÇÃO PANDORA II

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Recebido no email:

Nesta sexta-feira, 30 de outubro, passaram a disposição do juiz Juan Pablo González da Audiência Nacional responsável pela segunda fase da Operação Pandora os nove anarquistas detidos dois dias antes na Catalunha, durante uma megaoperação policial. Finalmente oito foram postos em liberdade (6 deles mediante pagamento de fiança) e um foi enviado à prisão incondicional.
Este é o seu endereço. Escreva para ele, apoie, que ele saiba que não está sozinho.

Enrique Costoya Allegue
CP Madrid V Soto del Real
Ctra M-609, km 3,5 Módulo 15
28791 Soto del Real (Madrid)
Espanha 

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[ARGENTINA] BUENOS AIRES: CONFIRA A PROGRAMAÇÃO DA FEIRA DO LIVRO E DIFUSÃO ANARQUISTA

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NESTE FINAL DE SEMANA, 7 E 8 DE NOVEMBRO, DAS 12 ÀS 19 HORAS, ACONTECE A FEIRA DO LIVRO E DIFUSÃO ANARQUISTA, NO ANFITEATRO DO PARQUE LEZAMA, EM
BUENOS AIRES. CONFIRA ABAIXO A PROGRAMAÇÃO DO EVENTO

• SÁBADO, 7 DE NOVEMBRO
12h – Abertura da Feira
13h – Apresentação de espaços, coletivos, projetos, individualidades
14h – Palestra: “O passado anarquista visto por anarquistas”, Pascual Muñoz
15h – Palestra/Apresentação do livro “Revolução Anarquista na
Manchúria”, Emilio Crisi
16h – Palestra: “Um olhar sobre o anarquismo espanhol”, Miguel
Amorós
17h – Palestra: “A necessidade da anarquia”, Aníbal D´auria
18h – Palestra/Apresentação do livro “Vida e obra de Rodolfo
González Pacheco”, Ediciones Anarquía, Bahía Blanca
19h ­– Apresentação do livro “Ovelha Negra”, Biblioteca Alberto
Ghiraldo

• DOMINGO, 8 DE NOVEMBRO
12h – Palestra: Editoras
13h – Apresentação da publicação “Rebelião”, Grupo Rebelión
14h – Palestra informativa sobre o bloqueio da Monsanto e situação atual em Jáchal
15h – Palestra: “Antidesenvolvimentismo”, Miguel Amorós
16h – Palestra: “Os anarquistas e as eleições”, Biblioteca Gramínea
17h – Palestra/Apresentação do fanzine: “Experiências de encontro entre mulheres se liberando do terrorismo sexual”, Grupo Liberatorias
18h – Apresentação/Performance: “La Pandilla Ácrata”
19h – Fechamento

FEIRA DO LIVRO E DIFUSÃO ANARQUISTA
Cidade de Buenos Aires
7 e 8 de novembro
Anfiteatro do Parque Lezama
fdlabsas.noblogs.org [1]

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[ESPANHA] EM LIBERDADE OITO DOS NOVE ANARQUISTAS DETIDOS EM BARCELONA

Nota de Cumplicidade:

No dia 28 de outubro, a policia catalã invadiu diversos espaços de tendência libertaria e anarquista assim como também casas particulares nas cidades de Barcelona e Manresa. Os porcos entraram nos espaços quebrando portas e derrubando bibliotecas, levando a 10 companheirxs que estão sendo indiciados por pertencer à “organização” “terrorista” GAC (Grupos Anarquistas Coordenados, autores do livro “Contra A democracia”). Paralelamente, a prisão preventiva de Monica Caballero e Francisco Solar foi prorrogada de mais dois anos . 9 pessoas foram detidas (parece que mais uma pessoa pertencendo à CNT Barcelona também foi presa) 8 saem pagando uma fiança. Desde esse território, onde a “lei antiterrorismo” acaba de ser aprovada no Senado (com essa lei, basta publicar um artigo ou um “post” que fala “mal” do estado para apodrecer na prisão durante 12 anos e ou mesmo ou bem pior por quem será acusado de participar de “movimentos sociais”), mandamos axs companheirxs presxs em Espanha muita força e muito carinho sem fronteira para Monica e Francisco. Que a solidariedade combativa se expanda! Abaixo todos os muros da prisão!

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[ESPANHA] EM LIBERDADE OITO DOS NOVE ANARQUISTAS DETIDOS EM BARCELONA

O juiz da Audiência Nacional Juan Pablo González deixou nesta sexta-feira (30) em liberdade oito dos nove detidos na manhã da última quarta-feira (28) em Barcelona por seu pertencimento aos “Grupos Anarquistas Coordenados (GAC)”, ainda que a todos eles seja imputado o delito de pertencer a organização terrorista.
Para evitar a prisão, seis dos oito que ficaram em liberdade tiveram que garantir previamente uma fiança de 5.000 euros, em cinco dos casos, e de 4.000 euros, um sexto, com o que no total pagaram 29.000 euros por meio de transferências bancárias.
Os outros dois aos quais não colocaram nenhum tipo de fiança, o
magistrado impôs como medidas cautelares a retirada do passaporte e o comparecimento periódico no tribunal mais próximo a seu domicílio.
Tanto o único que ingressou em prisão incondicional como aos oito que ficaram em liberdade, o juiz imputa o delito de pertencer a organização terrorista por integrar os “GAC”, e considera-os responsáveis por ações de terrorismo de tipo “anarquista insurrecionalista”.

Fonte: Mídia Internacional

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Estado espanhol: Prorrogada a prisão preventiva de Mónica e Francisco

índice

Retirado de ContraInfo

Na terça-feira, 27 de Outubro, ocorreu o vis-à-vis onde iria ser decidido se prorrogavam a prisão preventiva a Mónica e Francisco ou se, pelo contrário, os punham em liberdade à espera de julgamento. No final, a prisão preventiva foi prorrogada.

Apesar da legislação espanhola contemplar os dois anos como período máximo em que uma pessoa pode permanecer em prisão preventiva, o Estado tem a possibilidade de a alargar (argumentando com algum tipo de excepcionalidade no caso) durante dois anos mais, e já o fez.

Há dois anos, a 13 de Novembro de 2013. foram detidxs juntamente com mais três pçessoas, em relação às quais o caso ficou arquivado. Mónica e Francisco estão à espera de julgamento, acusadxs de pertencer a organização terrorista, de estragos e de conspiração.

No mesmo dia em que saíu esta resolução, detêm 9 pessoas num novo golpe ao anarquismo, em Barcelona e Manresa, com dez buscas em várias casas e locais. Perante isto só nos resta encaixar os golpes e seguir para a frente, demonstrando-lhe que não estamos sós e que não conseguirão parar-nos.

PODERÃO NOS DETER, MAS NÃO NOS PARAR.

LIBERDADE ANARQUISTAS PRESXS!

SOLIDARIEDADE COM OS DETIDOS!

QUEREMOS XS NOSSXS COMPANHEIRXS NA RUA, JÁ!

 

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6ta feira do livro anarquista acontece em Porto Alegre

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Este ano, a sexta edição Feira do Livro Anarquista de Porto Alegre acontecerá nos dias 11, 12 e 13 de dezembro. Com a proposta de ser um espaço de debates, oficinas, apresentações, exposições, partilhas e convivências, para fortalecer e difundir as ideias anarquistas e também levantar questionamentos, provocar reflexões sobre os caminhos do anarquismo na complexidade do mundo atual.

Convidamos à todas as pessoas e coletivos interessadxs para trazerem suas publicações, livros, fanzines, arte, entre outras, para participarem da organização da FLAPOA VI e a todxs que quiserem colaborar com propostas de atividades para os dias da feira. Não há formatos nem temáticas predeterminadas para as atividades, o limite é a criatividade de cada umx!

Também convidamos a quem quiser colaborar com as artes para os cartazes de divulgação da FLAPOA VI. As artes dos cartazes serão também utilizadas para a produção de camisetas em serigrafia durante a feira. Receberemos todo tipo de arte, sem restrições. Somente iremos observar alguns critérios práticos, como a resolução da arte para impressão.

Para quem vem de longe, e precisar de alojamento, envie email para a organização da flapoa.

Prazo para o envio das propostas de atividades e artes dos cartazes: 15 de novembro de 2015.

Envie suas propostas e artes, ou tire dúvidas, no email:flapoa@libertar.se

E acompanhe as novidades sobre a feira no blog: flapoa.libertar.se

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[México] ataque incendiário explosivo em duas concessionárias de Ecatepec

Retirado de ContraInfo:

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Quem vingará esta terra?
Esta terra que cospe sangue
esta terra que chora e geme
entre tempestades …
cada vez mais cinza.

Nós não celebramos genocídios. Que vivam os corações indomáveis.

Cansados de aguardar as condições materiais favoráveis ​​(que nunca irão chegar), lançamos-nos ao nada, envoltos em sentimentos de ódio, tristeza, raiva e vingança.

Hoje, 12 de Outubro de 2015, cobiçados pelas sombras, sob o céu estrelado que já quase não se consegue ver, saímos às ruas para descarregar a nossa raiva num pequeno ataque, que é apenas simbólico em comparação com o ultraje milenar que têm feito contra a terra, ar, mares e rios, contra a vida selvagem e grupos étnicos diferentes dos seus.

Escolhemos este lugar e esta data porque para nós são profundamente significativos, não esquecer o massacre genocida que implica a colonização da América pelo Ocidente, não só contra grupos humanos já habitavam estas terras (milénios antes que nos “descobriram”), mas também contra a nossa bela Coatlicue. O 12 de Outubro é, por conseguinte, o dia em que trouxeram a pior maldição de todas: a civilização, o dia em que começou este pesadelo nojento chamado progresso, o sistema tecno-industrial é um monstro insaciável devorando a vida e reduzindo-a a cinzas, massas cinzentas urbanizadas que materializam o cenário necessário para manter esta forma de vida cobarde, fastidiosa e que nos deixa insatisfeitos, carecendo de sentido, primeiro que tudo.

Queimamos os seus carros, não queremos o seu espectáculo ou a sua mercadoria, não queremos continuar a colaborar com o envenenamento do nosso templo (a natureza), através das suas máquinas de fumaça e da sua normalidade de assassinos.

Atacar uma minúscula manifestação deste sistema tecno-industrial nausiabundo, representa para nós o sentido da nossa vida, o desafogo da nossas lágrimas e ira, não encontramos outra maneira mais digna de viver que a existência no conflito, empenhar o nosso alento e concentrar as nossas mais selvagens e indomáveis paixões no ataque a todas as formas de dominação e domesticação.

As árvores, os rios, as montanhas, os montes nossos avós pedem-nos vingança – os promotores do sistema tecno-industrial arrasam tudo no seu caminho e querem-nos pacíficos, calados e tranquilos em trabalho de merda por dinheiro de merda para comprar comida e diversões de merda. Perdemos a vida tentando ganhá-la e perpetuamos um sistema de pesadelo que nem mesmo o inferno com todos os seus demónios a aguentaria. Construímos um mundo artificial baseado em dor e sofrimento, matando tudo por diversão em nome do progresso. O inferno são estas cidades imundas de cimento, onde reina a angústia e tristeza, onde nos adoecem com químicos na comida e água, onde as medicinas envenenam o nosso corpo, onde destroem por diversão; e onde tu segues com a tua vida como se nada se tivesse passado, como se não soubesses de nada, lendo as notícias para não te inteirares de nada, sabendo que o nosso planeta está a morrer, que os nossos irmãos animais não-humanxs estão a extinguir-se, que populações inteiras são massacradas, que trabalhamos para enriquecer porcos milionários que lucram com a miséria, que as prisões engordam-se de inocentes e que tu podes ser o próximo, que existimos graças à devastação à nossa volta, que comemos o tormento de outros seres vivos, que torturamos em nome das putas da ciência e tecnologia, que a vida que nos têm querido impor certamente não é digna de ser vivida. Nós aceitaremos ser escravos satisfeitos, como muitos aceitam.

Não há palavras dignas nem exatas para descrever o que sentimos, odiamos até vomitar esses promotores de toda esta miséria (e não têm ideia de quanto), se disser que me mataria para que eles também morram, ficaria muito aquém ainda. Só temos que dar a vida para matar os seus juízes, seus polícias, soldados e escravos que, mesmo sabendo toda esta merda vão felizes e contentes servir e trabalhar.

Pronunciamos-nos pela agudização do conflito, no aqui e agora, não acreditamos de forma alguma na construção de organizações – que criam posições rígidas e determinísticos e também têm o ânimo de continuar a permitir a curto prazo a perpetuidade sistémica mediante o politicamente correcto; eles tendem a mudar a nossa cabeça até ao reconhecimento da “autoridade” de qualquer tipo. Sabemos que a todo o momento nos acompanha a sombra do “pior” no sentido estrito do reconhecimento diário de nossa existência como um confronto. No entanto, igualmente discorrendo na maior das alegrias, sem medo a tudo com que nos confrontamos e conhecendo dia a dia novas maneiras de desafiar a normalidade e a monotonia inteira. Não aceitamos condições de nenhum tipo. Nesta sociedade tecno-industrial, não temos na nossa boca qualquer solução dogmática para melhorar o existente; mas, mesmo assim, ansiamos destruir as suas esperanças de progresso. Não é porque neguemos a existência, na mente de alguns e algumas, de um desejo utópico, mas porque cada vez que actuamos realizamos o inimaginável da melhor maneira possível; sem esquecer que estamos sempre em guerra constante. Ansiamos a destruição de tudo o que envolve a civilização moderna, mas também sob nenhuma circunstância ou em qualquer momento aceitamos a imposição que ameaça aquelxs que querem ser livres de qualquer gaiola ou algema, quer provenham de qualquer grupo ou individualidade, sob qualquer modelo ou temporalidade que seja. Este é o nosso modo de vida e não renunciaremos a ele.

Nós queremos massas, nem um movimento com poder popular, queremos a destruição de tudo o que representa a realidade feita pelo sistema existente, inclusive nós.

Sentimos a dor e a dor nos faz sentir vivos, a dor que sente a Terra e o nosso mundo como um todo ao olhar para o que lhe/nos temos feito.

Pelo nada e a destruição de tudo, pela vingança de tudo e todxs, Guerra à normalidade. Destrói o que te destrói.

Reivindicamos o ataque explosivo incendiário em duas concessionárias Fiat (e Crhysler), na manhã de 12 de Outubro, numa das principais avenidas do município de Ecatepec.

Senti a infâmia da espécie nas minhas entranhas. Senti a raiva subir implacável para minhas têmporas, mordendo os meus braços. Eu senti que a única maneira de ser bom é ser feroz, que o incêndio e a matança são a verdade, há que mudar o sangue dos odres podres. Compreendi, naquele instante, a grandeza do gesto anarquista e admirei o júbilo magnífico com que a dinamite troveja e rasga o vil formigueiro humano.”
-Rafael Barret

É hora de saberem que não há nenhuma lei que respeitemos, se temos de lutar atacaremos os seus pescoços, se tivermos de nos confrontar mataremos os seus cães, se tivermos de morrer morrerão eles primeiro
-Punky Mauri

Tlauele iknoyotl!

P.S: Haha!

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Cidade do México: Ataques aos Instituto de Ciências Nucleares (UNAM) e Centro de Investigação em Computação (IPN)

Retirado de ContraInfo:

Dois objetivos foram atacados na Cidade do México antes da lua nova:

 Segunda – feira, 5 de Outubro: Durante a noite colocamos um explosivo artesanal na entrada do Instituto de Ciências Nucleares (ICN) da UNAM, em plena Cidade Universitária. Enquanto os guardas ouviam cumbias, escapulimos-nos por entre as sombras e conseguimos deixar o dispositivo sem problemas.

O ICN é o berço dos físicos mais proeminentes da UNAM e de outras universidades, os que persistem em desenvolver e perpetuar a Morte Tecnológica, mais conhecida como “Ciência Nuclear”.

Quarta-feira, 7 de Outubro: De manhã, abandonámos um livro-bomba  – na entrada do Centro de Investigação em Computação (CIC) – dirigido à comunidade do IPN (na delegação Gustavo A. Madero); enquanto os polícias da banca e da indústria resguardavam o instituto, estávamos a sair tranquilamente, abandonando o explosivo sem pressa.

O CIC é um dos centros mais importantes do país, especializado em informática, engenharia, inteligência artificial e tudo o que tem a ver com a artificialidade, acérrima inimiga da natureza selvagem. Dentro das suas instalações, também se esconde uma quantidade considerável de aberrantes tecno-lerdos, do Sistema Nacional de Investigadores (SNI).

Guerreando ao lado de tudo o que é Selvagem
Contra o sistema tecnológico

Círculo Eco-extremista de Terrorismo e Sabotagem.

 

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