[Grecia] Declaração de Athena Tsakalos, mãe dxs membrxs presxs da CCF Gerasimos e Christos Tsakalos, no julgamento pelo plano de fuga frustrado da CCF

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Não escolhi o silencio, o  mesmo que eu expresso em muitas ocasiões porque todxs interpretam o silencio como lhe convêm. Preferi fazer esta declaração pessoal. E a chamo de pessoal porque não pertenço a nenhum lugar: Só pertenço a mim mesma.
Chega um momento em que se dá uma olhada para trás, aos anos de sua vida, e se da conta que deixou de viver muito menos que já viveu; é dizer, sim tudo vai bem. Isso é uma sensação estranha mas intensa que me fez, e faz me dizer a mim mesmo para ser sincera. Não na forma simples em que frequentemente pensamos, senão de uma maneira essencial, mas profunda.
Não gosto de dizer: Para onde vai este mundo? É algo que nós – pessoas de certa idade – frequentemente fazemos, mas tal frase esconde uma sorte inocente que eu não quero aceitar. Prefiro perguntar para mim mesma: Como caminhas tu por este mundo?
Na verdade tudo que quero é caminhar entre pessoas de uma forma consoladora. É muito importante ser capaz de consolar as pessoas, especialmente aos teus mais próximxs; ser capaz de dizer a eles quando estão passando por momentos difíceis: Eu estou de pé por ti; Ficarei sempre contigo. Nada mais. Esse é meu único desejo, e me alegra cada vez que eu posso fazer isso.
Assim, quando Aggeliki tocou a porta de minha casa, foi exatamente o que fiz. E foi com grande prazer para mim ser capaz de oferecer refúgio, mesmo sendo por um curto espaço de tempo. Pela forma como  é o mundo, o único lugar aonde eu quero viver é um lugar de desafio.
Assumindo isso, ao longo de séculos, as pessoas tem tentado viver, senão uma vida de felicidades, ao menos uma vida alegre, sua história até hoje mostra seu fracasso. Os livros de história, já são oficiais e inspecionados, os livros secretos são difíceis de conseguir, mostram que as pessoas fracassaram.  Pode que as condições de sobrevivência e as normas de vida melhoram – embora o “melhor” é relativo, já que este não é o caso de algumas partes da Terra – mas a dor, o horror das guerras, a fome e a opressão continua crescendo.
Claro que há uma diferença; uma diferença de pesadelo. Hoje em dia, a morte já não é causada só pelo combate mano a mano nos campos de batalha, ou mesmo de uma distância determinada por uma arma de fogo, que pode se ver o corpo caindo e escutar o grito de dor, e para além do desumano que você se tenha se tornado, esta visão e som te deixa uma marca particular dentro de você, que em algum ponto poderia te fazer não querer guerras nunca mais. Nos campos de batalha de hoje em dia, nos encontramos na era das bombas inteligentes, e pode-se reter a “sua inocência” pressionado um botão traz mais assassinatos em massa, essa é a diferença.

Faz algum tempo, mais de 10.000 crianças refugiadas que viajavam sozinhas têm desaparecido na Europa nos últimos 18-24 messes. Existe o medo de que muitxs delxs se tornaram vítimas de exploração por redes do crime organizado…

As 62 pessoas mais ricas do mundo acumulam tanta riqueza como a metade da população do planeta…
Os produtos da terra são suficientes para alimentar a toda sua população, embora milhões de pessoas, milhões de crianças morrem de fome.
Alguns, muito poucxs como estas 62 pessoas as mais ricas do planeta, poderiam dizer: “todas estas coisas sob a vida alegre não são mais que uma armadilha preparada por muitos para serem atraidxs até ela, porque todo o cuidado com o mundo é um jogo, um jogo de morte. Não só é dinheiro o que importa; também temos um montão; o que importa é a habilidade para usar teu poder para jogar o jogo com o mundo inteiro; para de repente, conduzir a milhares  de pessoas á morte; para aterrorizar populações inteiras com guerras, a fome e doenças, enquanto nós entediamos; porque isso também depende de nós, causar doenças, garça os cientistas. De alguma forma somos uma espécie de deuses; xs deuses são sempre todx poderosxs.”
E isto é um crime, mas também é certo que não há deuses sem adoradores, os deuses não podem viver por si solos, querem seus fiéis caminhado em silêncio ao redor de seus jardins, prontos para cumprirem suas ordens – todas suas ordens, inclusive se significar matar uns ou outrxs. Porém, sempre estão aqueles cujo o sangue resistiu a primeira rebelião de Adão e Eva.
Está quase na hora de dizer: depois de tanto sangue humano regando o solo da Terra a cada dia, traz todo este lamento cobrindo o ar da Terra, senão há uma troca de caminho para a espécie humana, se a mente humana não for cruzada por um relâmpago em algum momento, pelo que vemos tudo de maneira diferente… então sem dúvida  será uma decisão valente se  as pessoas finalmente disseram: “durante muitos séculos, não temos sido capazes de encontrar alegria; poderíamos admitir também como espécie não somos capazes de algo assim; poderíamos admitir nosso fracasso e deixar com tranquilidade; os deixando ser xs últimxs dxs humanxs; deixando admitir que só as árvores merecem a vida, a continuidade, a eternidade, já que estão livres do instinto da guerra e do horror.
Ultimamente tudo o que eu quero fazer é plantar árvores. E alguém poderia me perguntar: mas de verdade este é teu mais profundo desejo? Não, eu não fiz bem; Sigo determinada pela habilidade  para ver tão longe  quanto eu posso ver  com meus olhos, para manter fora de minha mente as coisas, tomando o prazer nas pequenas alegrias; más quando abro os olhos de minha mente  a um modo mundial, e vejo que uma pequena parte tem alegria na vida das pessoas, digo uma vez mais: se um sonho não se interpor nas vidas das pessoas, se não houver troca de rumo para a espécie humana, somente as arvores merecem a continuidade, a vida, a eternidade.

Athena Tsakalos

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