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Nossa raiva não se contém com as balas da polícia, com as prisões do Estado, com as mentiras da imprensa. Nossos mortos não serão esquecidos, seu espírito combativo foi disseminado para tomar a justiça em nossas mãos.
Nochixtlán e Oaxaca resistiram como foi com a região do Istmo,
demonstrando aos poderosos que não os tememos, que os afrontaremos, os derrotaremos; na fria Mixteca não se descuida da frente de batalha. Apesar da dor que invade o povo, se sabe que a pior memória para os mortos em batalha é abandonar a guerra.
Retirar um bloqueio e suas barricadas incita à colocação de mais
fechamentos, mais gente nas avenidas, estradas, povoados e na luta. As regiões se mantém alertas, a solidariedade nos mostra que a luta está viva. O intento de ocupação do Estado pelas forças federais só aguça a tensão e aviva a rebeldia.
O Estado pisca os olhos para o magistério depois do massacre. Os meios de comunicação o aplaudem, nós os condenamos. Não confiamos em nenhum diálogo com as autoridades, menos ainda agora que a CNTE logrou um pacto, depois de uma brutal matança de gente que se solidarizou e os apoiou. O sangue de nossos mortos não pode ser negociado por uma reforma, nem sequer pela destituição de políticos de Secretarias e Governança.
Tampouco permitiremos que políticos audazes se montem sobre a desgraça. As renuncias, a presença, o apoio destes sujeitos – agora – não os quita as traições já feitas e as que seguramente já tem planejadas. A organização por colônia, bairro, grupos e afinidades é necessária para impedir o oportunismo e a liderança que tanto anseiam os doentes de poder.
A batalha contra o Estado deve se dar desde todas as frentes. A rua é nossa mas temos que ganhar a midiática e a ideológica, fortalecer a resistência, organizar a raiva, difundir e expandir a revolta é o caminho; e não só em Oaxaca – que se encha de marchas, barricadas e protestos – mas também em outras latitudes. O conflito é necessário, a suave paz do Estado tem que ser rompida.
O assedio às forças federais concentradas em diversos pontos deve se fazer latente, a chegada de mais reforços é um fato e o objetivo é claro: a pacificação pelas armas do povo oaxaquenho. Mas não claudicaremos, aprendemos que a repressão não deve incitar-nos medo, pelo contrário, deve abonar nosso máximo ideal: a liberdade.