[ESTADO ESPANHOL] ATUALIZAÇÃO SOBRE A SITUAÇÃO DE MÓNICA CABALLERO E FRANCISCO SOLAR

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Já se passaram quase dois longos anos desde que os anarquistas Mónica e
Francisco foram encarcerados e acusados de pertencerem à organização terrorista, estragos e conspiração. Durante este tempo enfrentaram as celas de isolamento de diferentes cárceres espanhóis, o regime FIES e a dispersão, reafirmando-se sempre nas ideias e assinalando uma vez mais o abismo insuperável que existe entre o mundo que nós anarquistas almejamos
e o que o poder impõe.
Dois anos são suficientes para muita coisa. Houve tempo, por exemplo, para realizar mais duas operações antiterroristas, “Pandora” e “Piñata”, conectando os três casos através das siglas GAC-FAI-FRI e processando a um total de mais 25 companheiros, de diferentes partes da península, por terrorismo. Houve tempo também para entender o desafio da prisão, o da
solidariedade e de estreitar os vínculos entre companheiros. Mas além do tempo, de suas possibilidades, e de todas as tentativas para conseguir a liberdade dos companheiros, Mónica e Francisco continuam hoje em dia em prisão preventiva (ambos nos cárceres de Astúrias) a espera de julgamento.
Apesar de que a legislação espanhola contempla os dois anos como o tempo máximo que uma pessoa pode permanecer em prisão preventiva, o Estado tem a possibilidade de prolongar esse tempo (argumentando algum tipo de excepcionalidade no caso) durante dois anos mais, e desta forma, alguém pode passar até quatro anos nos cárceres espanhóis sem ter sido julgado.
Dado que fica um mês para que se cumpram os dois anos e todavia não há data para o julgamento, tudo indica que ao final que este será adiado. Neste caso, a Audiência Nacional tem que pronunciar-se sobre se reiteram sua decisão de mantê-los encarcerados e portanto prorrogar suas prisões preventivas por mais dois anos (e o julgamento poderia ser em qualquer momento desses dois anos adicionados) ou se pelo contrário saiam em
liberdade à espera de julgamento. Para isso, teriam que ser transladados em algum momento à Madri e comparecer na Audiência Nacional; será nesse momento e nesse lugar que decidirão sobre a possível liberdade provisória de nossos companheiros. Este comparecimento, a portas fechadas,
poderia ser no próximo 13 de novembro, como data limite, ou antes.
Ainda que a fase de instrução tenha finalizado em junho e tudo parecia encaminhado para que neste outono se realizasse o julgamento, a recente petição de um informe por uma das partes da acusação particular, poderia provocar, se aceita, que o caso retroceda à fase de instrução até que se resolva sobre este novo informe, o que dilataria ainda mais o prazo para a data do julgamento. Agora mesmo, também está pendente da
aceitação ou recusa desta petição. Recordemos que há, da parte da Promotoria do Estado, duas acusações particulares que serão apresentadas no julgamento contra nossos companheiros; o Município de Zaragoza e uma testemunha da explosão na Basílica do Pilar que alega danos em um ouvido.

Seja quando for, Mónica e Francisco arriscam muitos anos de cárcere nesse julgamento. Ainda que não se saiba a quantidade exata de anos que lhes pedirá o promotor, já que não saiu o relatório de acusação ainda, os delitos que lhes imputam implicam num pedido de longo tempo de condenação.
No entanto, no terreno alheio ao legal há muitas interrogações, mas não é exagerado afirmar, que neste esforço contra a prisão, a atitude e a solidariedade podem fazer vacilar em seus objetivos, os representantes do Estado, sempre que consigamos manter presente o apoio a nossos companheiros e a firme decisão de continuar a luta. Como tantos fizeram antes, como tantos seguem fazendo, seguiremos sendo cúmplices de todos aqueles que se
lançam ao conflito contra a dominação, à incertidão da anarquia, sem mais certezas que as próprias paixões.

QUE CONTINUE A LUTA, QUE SE EXPANDA A SOLIDARIEDADE!

LIBERDADE PARA MÓNICA E FRANCISCO!

LIBERDADE PARA TODXS XS ANARQUISTAS PRESXS!

ATÉ O FIM DA OBEDIÊNCIA!

Alguns(mas) anarquistas. Barcelona, outubro de 2015.

O endereço atual dos companheiros é:
MÓNICA CABALLERO SEPÚLVEDA
FRANCISCO SOLAR DOMÍNGUEZ
C.P. Villabona-Asturias
Finca Tabladiello s/n
33422 Villabona-Llanera
Astúrias – Espanha

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