Recebido no email:
Manifesto do Movimento Insurgente Anarquista sobre a ação:
“Nós temos essa fantasia que os nossos interesses e os interesses dos super-ricos são os mesmos – como se, de alguma maneira, os ricos eventualmente ficarão tão cheios que explodirão, e os doces choverão para o resto de nós. Como se eles fossem um tipo de piñata de benevolência. Mas eis a verdade sobre as piñatas: Elas não se quebram sozinhas. Você tem que bater nelas com um bastão.”
O recente ataque à uma agência bancária do Bradesco ressaltou certa dúvida na mídia corporativa joseense. De fato, a bomba alocada no terceiro caixa não explodiu. A intenção, de longe, como noticiado em certos veículos, era a apoderação do vosso podre dinheiro. Afinal, uma bomba de 5 litros de gasolina, com óleo e aditivos, jamais explodiria um caixa eletrônico.
Nossa intenção era queimar um dos inúmeros templos do Capital que hoje se erguem como tentáculos em toda esquina.
Na noite do dia 13 de Setembro, incendiamos novamente uma agência bancária. Desta vez, Itaú. Banco que apenas no segundo trimestre de 2015 obteve um lucro pornográfico de R$ 5,9 bilhões.
Ao que parece, lucrar em cima de juros e especulação do trabalho alheio, é a única coisa que de fato continua a mover a já enferrujada engrenagem da superestrutura capitalista. Insanidade de nossos tempos onde a crise recai sobre os mais fracos, enquanto os de cima festejam às nossas custas. Ao ataque em cima das classes baixas, chamam de “ajuste”. Ao ataque às classes altas, chamam de “terrorismo”.
Como se não bastasse a gerência fantoche de Dilma Rousseff atacar os trabalhadores com duras medidas de austeridade, desinvestimento e cortes em programas sociais, ainda temos de engolir um congresso lotado de ratos e vermes – parasitas de todas as estirpes – enchendo o bucho de dinheiro provindo do lobby de corporações, empresas, bancos e do agronegócio. Engravatados agindo em prol de interesses excusos aos anseios do povo. À isto, costumam chamar de “democracia”.
A democracia representativa – capitalizada e financeirizada até a raíz – nada mais é do que a analogia de um jantar canibal: a cada 4 anos, votamos para escolher com qual molho seremos comidos vivos.
Ao governo pelego, cínico e traidor de Dilma Rousseff, ressaltamos: Não há golpe a caminho. Sua gerência beneficia justamente os setores que depuseram Jango e Getúlio no século passado. Não há o que temer, visto que os setores golpistas de outrora agora estão muito bem saciados, ainda mais protegidos sob o manto de um “governo social”. Não há sequer uma democracia a ser defendida. O regime político das quebradas, periferias e favelas do Brasil sempre foi o militar; a ditadura. Não queremos escolher o molho. Queremos sair do forno e decapitar o cozinheiro.
O Estado, ao visualizar o futuro colapso do sistema capitalista não tão distante, inicia sua jogada, como em um tabuleiro de xadrez, colocando os cavalos e peões a protegerem o Rei. Do Brasil à Espanha – passando pela Itália, Irlanda, Portugal ou Grécia – o que se vê é o desespero das classes dominantes a posicionar o aparato de repressão mais uma vez em posição de ataque contra a juventude e os trabalhadores.
A lei antiterrorismo que hoje é pautada em congresso, não está muito longe do que a alguns anos atrás costumavam chamar de censura. Em nome da “segurança”, mais uma vez atiram na liberdade. É mais uma tentativa de calar aqueles que não aceitam o jugo de ferro da austeridade, resultante da festa inacabável dos de cima. Se somos terroristas por queimarmos uma agência bancária? Sim, somos. Porém não mais terroristas que aqueles, sob ordem direta do Estado, chacinam negros e pobres na periferia. Não mais terroristas que aqueles que batem em professores ou grevistas. Não mais terroristas que aqueles que vendem gás lacrimogêneo, mísseis ou armas para o cruel regime sionista de Israel. O verdadeiro terror é imposto de cima para baixo, a partir daqueles que de fato possuem instrumento e dinheiro para aplicar o terror como método de dominação social e financeira.
Queimar uma agência bancária, meus camaradas, nada mais do que é a reação direta de décadas daquilo que vocês costumam chamar de “paz social”, à qual nós preferimos denominar “silêncio dos oprimidos”.
É evidente que isso teria hora para acabar.
Continuaremos a incendiar e sabotar tudo aquilo que represente o sustentáculo da vossa fortaleza, erguida sob sangue e suor alheio. De bancos à palácios de Reis; das Corporações às casas de Senadores, Prefeitos ou Presidentes.
Porém, ressaltamos que a ideia de destruir a superestrutura e colocar em seu lugar uma nova ordem social baseada na igualdade e liberdade, a partir da simples queima de agências bancárias, não é algo factível. Temos ciência de que tais ações constituem apenas um clamor, um grito de desespero às massas dormentes que tentam olhar para cima com o sonho de um dia se tornarem chefes ou patrões, enquanto a realidade é que embaixo, seus pés estarão sempre amarrados em correntes de ferro.
Há uma célebre frase de Henry Ford, um dos patronos do atual sistema capitalista, que declama: “É satisfatório que as pessoas não entendam o sistema bancário ou monetário, pois do contrário, creio que haveria uma revolução amanhã de manhã.”
Iniciaremos nossa jornada de ataques às corporações e bancos, causando o máximo de dano com o mínimo de risco. O alvo da revolução e do caos edificante não é o trabalhador ou a senhora que limpa o chão do burguês por algumas migalhas, mas sim contra o sistema que permite a existência deste tipo de relação desigual.
Alguns podem argumentar que, ao incendiar um banco, estamos ao mesmo tempo causando dano aos de cima e aos de baixo, ao privar os segundos de acesso à processos rotineiros que exigem uma agência bancária. À estes, apresentamos a História e sua cruel verdade: mudanças estruturais exigem sacrifício.
Aos que se inspirarem em nossas ações, conclamamos que se organizem regionalmente e iniciem suas ações. Duas pessoas e alguns litros de gasolina podem impor à ordem social um caos que mil ou cem mil pessoas pacíficas e obedientes jamais o fariam.
Organizem-se em células autônomas do MIA ou qualquer outra insurgência revolucionária. Façam do fogo e da pólvora o vosso grito de guerra.
Ademais, não dêem ouvidos aos âncoras de mídias subservientes ao imperialismo – todos filhos de alma daqueles que um dia chacinaram indígenas em solo brasileiro. Acumuladores de ouro e capital, indiretos genocidas que matam a pauladas o supremo elo de humanidade que ainda nos resta: a Verdade.
A mídia sempre atacará aos subversivos com todo o seu arsenal midiático. Basta folhear alguns jornais ou assistir à alguns minutos de qualquer canal de televisão para observar que seus patrocinadores logo explicam a coqueluche raivosa de certos âncoras. Quase como cães de guarda, fazem o possível para manter intocada a imagem de Bancos, Empresas ou até nações, que continuam a financiar os meios de comunicação no Brasil, em um tipo de relação que muito lembra o feudalismo.
Clamamos: Não confiais em Reis, Pastores, Mídias ou Banqueiros. Toda a autoridade representa um entre centenas de pilares que sustentam nossa miséria.
O ataque de hoje dá início ao longo ciclo de uma futura guerrilha urbana, prolongada e anarquista, que se inicia no Brasil como fogo de palha.
A única verdade e o único Deus reside em ti e em tudo que de vivo há em nosso redor.
A riqueza, a burguesia e o Estado são apenas tigres de papel.
Não mais guerras entre povos para enriquecer vermes em bunkers de outro continente!
Não mais suor para encher o bolso de parasitas! Faremos das bombas e sabotagens nossa única voz perante as injustiças!
MOVIMENTO INSURGENTE ANARQUISTA
13 de Setembro de 2015