Espanha: Os 5 anarquistas de Sabadell completam 100 dias na prisão

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Xavier Gonzalez foi preso em Sabadell, na Operação Bandeira Negra do Tribunal Superior. Os cinco detidos permanecem na prisão no mesmo regime que terroristas.

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As cinco pessoas presas na Operação Bandeira Negra, contra o grupo anarquista Bandeira Negra, liderada pelo Tribunal Superior, permanecem detidos. Entre eles, Xavier González, preso em um prédio do bairro de Gracia em Sabadell, em 15 de maio. Gonzalez está na prisão de Navalcarnero. Completa 100 dias de detenção, realizada em uma operação com muitas interrogações. González foi detido em uma casa que ocupava no bairro de Gracia, enquanto dezenas de Mossos d’Esquadra [tipo de polícia regional da Catalunha] registravam, sob a ordem do Tribunal Superior, o Ateneu Llibertari de Sabadell. O Ateneu, propriedade da CNT, é o local de reunião do 15M local, bem como outras entidades, tais como a Xarxa d’Intercanvi de Sabadell ou o coletivo Amazigh. Os Mossos registraram o local durante toda a manhã e levaram documentos, mas não prenderam ninguém. Posteriormente, o registro do Ateneu, os ocupantes definiram como ilegal essa prática sem a presença de um oficial de justiça ou os proprietários; não deu em grande coisa e as coisas voltaram ao normal. Os Mossos não encontraram nenhuma informação relevante. González foi preso em Sabadell e o restante em outros municípios como Avinyonet del Penedès. Foram transferidos para Madri na quarta-feira e na sexta-feira disponibilizados ao Tribunal Nacional para interrogatório pelo juiz Santiago Pedraz, que decretou a prisão por risco de fuga. Foram acusados de adesão à grupo terrorista, porte de substâncias explosivas, apologia ao terrorismo e recrutamento e doutrinação, além da “possibilidade” de estar por trás de incidentes em diversas manifestações anticapitalistas, greves e revoltas. Os Mossos acrescentaram que o grupo preparava ações de guerrilha urbana.

O polêmico auto de Pedraz

O auto de prisão é considerado pouco rigoroso pela defesa e simpatizantes do anarquismo, que o consideram vago, cheio de juízos de valor e exemplos de perseguição política à essa ideologia. Pedraz se baseia em comentários feitos em redes sociais pelos cinco detidos, principalmente no Facebook. Tampouco indica a relação entre os detidos e tumultos ou incidentes violentos. Apesar das dúvidas, os prisioneiros pegam 100 dias de prisão em um duro regime penitenciário. Além disso, com o passar do tempo várias plataformas web são criadas, exigindo a libertação dos detidos e fazendo algumas manifestações, tanto em Sabadell como em Barcelona ou Madri.

Regime FIES: a prisão dentro da prisão

Em meados de junho, os cinco presos foram dispersos, cada um para uma prisão diferente: Brieva (Ávila), Estremera (Madri VII), Alcalá Meco (Madri II), Aranjuez (Madri VI) e Navalcarnero (Madri IV). Segundo garante o advogado Manuel Galera, que defende Xabier González – conhecido como ‘Edu’ – foi solicitado amparo ao Tribunal Constitucional, mas a autorização ainda está pendente. Galera pede a liberdade para González. Afirma que falou com ele em junho e seu ânimo era “baixo”. Falará novamente em setembro. González está em regime de confinamento FIES 3, para grupos armados, os mesmos usados há anos para os presos da ETA. O que é o FIES? É um arquivo criado pelas Instituições Penitenciárias: “Fichero de Internos de Especial Seguimiento” (Registro de Presos sob Especial Investigação). Foi originalmente criado para evitar motins, tentativas de rebelião e tentativas de suicídio nas prisões. Mas, na prática, constitui um sistema penitenciário que limita visitas, roupas ou livros que podem receber os prisioneiros ou suas comunicações, que são também intervindas… A população carcerária, bem como familiares e outras entidades de defesa dos direitos humanos, rejeitaram o FIES desde a sua criação. Até que em 2009 foi declarado “nulo de direito” pelo Tribunal Supremo. Mas, apesar disso, tem continuado a funcionar (por meio de várias alterações introduzidas pelo Ministério da Justiça), por exemplo, no caso dos cinco anarquistas de Barcelona.

Endereço prisional dos 5 anarquistas de Sabadell:

• Yolanda Fernandez Fernandez CP Brieva Ctra. de Vicolozano 05194 Brieva (Ávila)

• Xabier González Sola C.P. Madrid IV, Navalcarnero Ctra. N-V, km. 27.7 28600 – Navalcarnero – Madrid

• Silvia Muñoz Layunta C.P. Estremera – Madrid VII Ctra. M-241, km 5.750 28595 – Estremera (Madrid)

• Juan José Garrido Marcos Centro Penitenciario Madrid II, Alcalá de Henares Ctra Alcalá-Meco, Km. 4,5, 28805 – Alcalá de Henares (Madrid)

• José Carlos Recio Minguez Centro Penitenciario Madrid VI, Aranjuez Ctra. Nacional 400, Madrid-Toledo, km. 28 28300 – Aranjuez (Madrid)

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