O Estado é a maneira errada de fazer as coisas

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Retirado de Recife-Resiste:

01 de outubro de 2014

Em quem você vai votar? Chegados os tempos de eleição, nos esforçamos para organizar os nossos pensamentos para explicar os motivos dessa pergunta não nos fazer o menor sentido. O nosso objetivo é simples de ser entendido, porém difícil de ser realizado. Queremos demonstrar que o Estado é a maneira errada de fazer as coisas. Para isso falaremos muito – mas não o suficiente – e, em alguns momentos, de forma um pouco chata. Se serve de desculpa, esse foi o único caminho que encontramos.

É recorrente na história que se pense que o mundo vivido é o único possível. Essa é uma noção que tem muita força atualmente: muitos sustentam não haver a possibilidade de uma transformação radical da sociedade. Claro que nos opomos a isso. Ao contrário do que ocorre com aqueles que se esforçam para legitimar as dominações, queremos refletir criticamente sobre o Estado, perceber os aspectos negativos dessa forma de nos organizarmos para que assim possamos encontrar outras realidades. Em um mundo em que as relações de opressões aparecem como naturais e eternas, a crítica coloca em movimento, estimula. Nessa disputa por uma concepção de sociedade mais livre, é central ver através da história que as formas como nos constituímos carregam certo grau de arbitrariedade. Ou seja, conhecemos suficientes maneiras de nos organizarmos para saber que nenhuma é a única possível. Podem nos chamar de ignorantes ou de ingênuos, mas esperamos sim que o(s) mundo(s) seja(m) diferente(s). Aqui negação e esperança se completam em uma dança que busca sair dos limites do tablado.

O que é o Estado?                                                                 

O nosso ponto de partida é o poder. De forma resumida é possível afirmar que a unidade básica do Estado é o poder político, ou seja, a capacidade de impor coercitivamente a vontade de umas pessoas sobre a de outras. O que fundamenta o Estado é a possibilidade de uns exercerem um poder-sobre outros. É muito claro que esse poder coercitivo não faz parte da “natureza humana” pelo simples motivo de que existiram muitas sociedades que se recusaram a se organizar assim. Não sendo natural que isso ocorra, ele só pode ser entendido através das suas ocorrências. O Estado é, portanto, uma forma histórica de organização social – dentre as muitas possíveis.

Porém, o poder coercitivo não ocorre somente no Estado, portanto, precisamos de algo mais para nos referir a esse grande monstro. Não é possível igualar os dois conceitos. Para falarmos do Estado, propriamente dito, é necessário que estejamos nos deparando com estruturas específicas. A característica principal do Estado é ser uma instância separada da coletividade e o fato de ser instituído com o intuito de assegurar constantemente essa separação. A forma que assume ao realizar isso é uma estrutura burocrática e hierárquica. Como nos faz lembrar o termo burocracia, ele tende a suprimir aquilo que é proclamado como seus objetivos, ou seja, possui uma inércia e uma lógica própria que dominam as finalidades para as quais elas deveriam servir. As evidências se invertem: o que podia ser visto como um conjunto de instituições a serviço da sociedade, transforma-se numa sociedade a serviço das instituições. A polícia com seus cassetetes que gritam “ordem!” independente do quão justo é um protesto, é uma boa imagem para essa deturpação. Nesse esforço de auto-manutenção, é fundamental que seja respeitada uma estrutura de mando e de obediência que fica clara na diferença que tem entre o presidente e a faxineira servidora pública.

Nos perdoem por ainda estarmos trabalhando em termos bastante abstratos. Uma aproximação com uma teoria crítica do Estado contextualizada historicamente é possível de ser feita olhando para a relação necessária dele com o capitalismo. O Estado exerce no capitalismo o papel de garantidor da dominação de classe ao servir como agente coercitivo de manutenção do trabalho assalariado. Essa é uma longa discussão, mas, tentando tornar mais simples o complexo, podemos dizer que no capitalismo a propriedade privada é central porque possibilita a dominação daqueles que não possuem os meios de fazer as coisas. O trabalhador que não possui os meios de produzir é dominado de forma não pessoal, já que como não possui a propriedade tem que se submeter ao trabalho assalariado. A garantia dessa propriedade não é exercida pelo dominador, mas é cedida ao Estado. Focando essa explicação no que mais nos interessa, é possível afirmar que a existência do Estado como uma instância separada da sociedade depende das relações capitalistas e serve para mantê-la. Para tanto o Estado deixa sempre presente a ameaça de recorrer à violência para que a reprodução do capitalismo ocorra. Somente a ele cabe a violência legítima e essa é uma ameaça que paira sobre todos aqueles que questionam as relações de dominação.
E onde ficamos nós nessa abstração toda? Nos cabe o papel de cidadãos – mais uma abstração. Nossas particularidades, nossos jeitos, nossos cheiros são esquecidos para que o Estado consiga nos controlar com suas políticas públicas. Para eles somos números que ganham características mais definidas se tivermos dinheiro e boas relações. Um juiz não olha do mesmo jeito para o negro e para o filho do seu amigo do golfe. Para nós cabe somente o papel de votar a cada quatro anos, porque qualquer tentativa de tornar a política cotidiana pode ser considerada perigosa. Votamos e escolhemos “representantes”. Mesmo que eles quisessem não conseguiriam nos representar, pois não existe essa massa indefinida chamada “eleitores”. Existem pessoas díspares e mutáveis que ao escolher um candidato nunca poderão saber como ele irá atuar nos próximos quatro anos em questões tão variadas quanto as que um governante manda. Ou seja, a eleição é mais uma mentira para nos dar a impressão de que temos alguma escolha em um mundo baseado justamente no controle das nossas vontades.

Em busca da autonomia

Nessa configuração tão complexa o Estado se separa do social virando uma instituição que tenta monopolizar o político. Só se fala de política nas eleições e nós nos negamos a isso. Defendemos a autonomia, ou seja, que as pessoas se envolvam diretamente na organização das suas vidas cotidianas. Isso como indivíduos e como coletividades. A pessoa se forma no seu estar no mundo e nas suas interações, portanto nunca deve ser pensado isoladamente. Aqui inserimos a dimensão social da autonomia. Para a sua realização em um mundo instituído de forma a fortalecer as dominações como o nosso é importante ressaltar a capacidade instituinte das ações coletivas. As coletividades conseguem sim mudar a realidade. Detrás do que aí está e parece tão sólido, existe sempre o pulsar criativo.

É nessa potencia criadora que nos confiamos ao pensar como transformar o mundo. O que fazer para mudar o mundo? Rompê-lo de tantas formas quanto pudermos e tentar expandir e multiplicar as fissuras e promover a sua confluência; assim nos disseram e nos parece fazer sentido. Um milhão de picadas de abelhas. A emancipação depende da recusa, do desobedecer. Porém não estamos apenas nos distanciando das estruturas de poder, estamos criando novas práticas cotidianas. O Não deve ser seguido por um outro-fazer, uma outra atividade que nos torne ativos.

A construção dessas fissuras nega a ideia de pureza, ou seja, elas estão permeadas por contradições. A noção de autonomia muitas vezes defende uma externalidade radical para com o Estado e o capitalismo, porém isso é problemático por não dar conta das complexidades da nossa realidade. Cria-se dessa forma uma dicotomia entre autonomia e institucionalização que se baseia em estados ideais impossíveis de serem estabelecidos. A simples marginalização não é suficiente para mudar o mundo porque pode servir de alguma forma para as estruturas opressivas. Além disso, muitas vezes as fissuras são atividades em tempo parcial que são intercaladas com a dura necessidade de vender a força de trabalho para garantir a sobrevivência. Paradoxo? Infelizmente a vida está cheia deles. Porém, isso não significa se curvar, pois mesmo quando seja lunático continuaremos exigindo o
impossível.

Sabemos que o contato com o Estado nos faz adotar certos modos de relações sociais que reforçam as características opressivas elencadas acima. As leis fazem parte da coesão social capitalista e de sua racionalidade, portanto, invariavelmente seremos considerados criminosos. Isso não nos paralisa e nem tampouco faz com que buscamos sempre realizar ações ilegais, pois sabemos que acima de tudo essa é uma questão de escolha tática.

Como já deve estar claro não se trata de conquistar o Estado nem com armas nem com votos. Não vamos cometer o mesmo erro de achar que o Estado pode ser um instrumento neutro para facilitar as transformações. Ele é a maneira errada de fazer as coisas e a boa vontade nunca conseguirá superar isso. A instrução na conquista do poder inevitavelmente se converte em uma instrução no próprio poder. Vemos cotidianamente os partidos e candidatos mais bem intencionados fazerem concessões absurdas para garantir o sucesso próprio. Esse é um caminho de difícil retorno. A centralidade do Estado na transformação faz com que se reforce cada vez mais a soberania do Estado. Um dos motivos que justifica essa defesa é que existe um grande peso das estruturas e das formas de comportamento herdadas. Outros fatores que podemos apontar são a separação dos funcionários estatais que tendem a se manter assim e as pressões para assegurar a economia – que geralmente não é considerada como deveria, ou seja, como um sistema de exploração. Não nos interessam os partidos políticos, pois a transformação através dos olhos do Estado ou de uma organização centrada no Estado só pode ser feita em nome de outros, para o “benefício das pessoas”, não uma transformação feita pelas próprias pessoas. Porém isso é uma relação em que alguns mandam e outros obedecem – justamente do que queremos nos afastar – porque agir em benefício de alguém envolve invariavelmente um grau de repressão da autonomia desses sujeitos.

Se trata, portanto, de uma transformação da vida cotidiana em um caminho que não terá fim, mas que se esforçará sempre por terminar as opressões. Essa é a única maneira de manter em uso o conceito de revolução, pois os que se centram no Estado demonstraram quão facilmente a ditadura pode esquecer do proletariado. No lugar de um grande acontecimento, pensamos em um longo processo. Ela é, portanto, uma revolução não-instrumental, não é um meio para chegar a um fim, já que todo o caminho é igualmente importante. Essa é também uma transformação sem certezas, pois não existe nada no mundo que garanta seu triunfo, ela depende de um eterno esforço dos seus sujeitos. Isso implica em uma constante auto-crítica para garantir que o caminho que está sendo construído leve realmente para mais perto da autonomia.

Terminamos agradecendo a todos aqueles que já disseram e vivenciaram antes de nós as mesmas coisas: os autonomistas, os anarquistas e, principalmente, os sem identidades de todas as partes do mundo.
E a pergunta que fica depois disso tudo é: por que continuar se contentando em votar no menos pior?
AA (Autônomos Anônimos)

 

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[RJ] Foi concedido o beneficio de trabalho extramuros para Rafael Braga Viera.

Retirado de CNA-RIO:

O morador de rua, Rafael Braga, conseguiu sua primeira vitória na justiça na noite

desta quarta-feira (08/10). A juíza Ana Paula Filgueiras Massa Ramos, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro(TJRJ), concedeu o benefício de trabalho extramuros para Rafael Braga Vieira.

Segundo a decisão, Rafael Braga Vieira tem requisitos legais para obter o benefício, como ficha de transcrição disciplinar e relatório social.

Rafael Braga Vieira vai trabalhar no escritório de advocacia João Tancredo, no Centro da cidade, como auxiliar de serviços gerais. A carga horária será de nove horas, das 9h às 18h, de segunda a sexta-feira. O trabalho será fiscalizado pelo SCIF.

– Link da decisão na íntegra: http://goo.gl/CtMotI

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[SP-Interior] OKUPAÇÃO LAMA NEGRA

Recebimos no email o seguinte texto desde Atibaia, um texto que comunica a vivencia anarquica de alguns companheirxs…

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OKUPAÇÃO LAMA NEGRA

Esta que percebemos como uma zona autônoma que foi temporária. E para xs corajosxs ou covardes, sim ela existiu…E a partir destes passos amadurecemos proporcionando a acensão do pensamento, dos sentires, nos tornando mais fortes e incomodativas aos olhos de um conservadorismo que nos causam asco.

Potencialidades koletivas transcendem quando xs individuxs são capazes de buscar a convicção em si mesmx e aflorar a sensibilidade de que a luta pela anarquia não termina, não cessa, mais sim que vai adelante e que enfrenta o inimigo em si mesmx, além de enfrentar toda a moral e os cárceres que a cerca e xs mesmxs envolvidxs são xs que a fazem. Aki como compas ansiamos por uma zona temporal ou não que nos possibilitasse vivenciar experiências horizontais, de repropriação de nossas vidas, da expropriação dos rekursos que fazem os seres acreditarem que estão vivendo “dignamente” e assim a experimentamos nos decorrer de um ano com a contribuição dxs envolvidxs, dxs que somaram, porque também somos nômades, rebeldes, insubmissxs como tantxs também o são e da mesma forma ainda somos poucxs.

Nesta mesma localidade Atibaia-SP existiu a okupa Casa Reciclada que resistiu durante 8 anos, hoje a casa também cheia de vida trás outro contexto, tornando se uma “causa ganha”…da mesma forma foi punk, anarka, dadaísta e para xs que também compartilharam junto a ela sabem que a mesma também agregou luta em uma caminhada contraria a essa existente, ambas junto de suas atividades, livroteka, contra cultura também tocaram aquelxs que de certa forma questionam uma existência apaziguadora, sufocante.

Okupas surgem, damos vida a fábricas, casas, propriedades do estado. As mesmas resistem e com o tempo caem deixando de existir…Mais ainda estamos vivxs relembrando sempre a memória dxs também caidxs, dxs que se foram lutando, não somente dentro de okupas que são nossos campos fertéis, mais também com suas ações, conspirações…e que essa mesma nunca se desvaneça. Conspiração és necessária, é a arma que nos coloca em estado de agitação, de alerta, de combate…

Aki com água captada, fogão a lenha, banheiro seko e a luz de velas a casa Lama Negra resistiu. e isso é o básico vivenciado em um cotidiano onde nossas rupturas se fortalecem, onde o conflito com a sociedade atual se faz maior. Uma sociedade desigual, capitalista, opressiva não deve ser ignorada jamais. Ataque ao capital e suas estruturas de dominação, morte aos estados, pela natureza, POR NÓS ANARK@S desta geração debiloide. Por uma liberdade talvez até utópica a nós mesmxs, mais que a sentimos em nossos corações e que por isso a praticamos, relembrando que o inimigx sempre nos observa.

Em memória e distancia que aproximam a tantxs que lutam, nas ruas, contra toda uma estrutura que insiste em esmagar nossos desejos, pelos camaradas em greve de fome no México, pelxs hermanxs que diante da opressão do estado Chileno ainda insistem e resistem em suas revoltas dignos de todo apoio mútuo, solidariedade e as ultimas publicações Tierra y tempestad e Kataklismx que kom os ventos que trazem a primavera chegam em mãos dakelxs não esquecidxs, suas palavras são o alimento que nutrem nossos corpos.

PARA QUE A CHAMA NUNCA SE APAGUE. LIVRES E SELVAGENS…VIVA LA ANARQUIA !

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Atualizações sobre xs presxs no México+ Solidariedade Explosiva+ texto de Amélie e Fallon em solidariedade com a greve de fome + comunicado da publicação Destrua a prisão…

Retirado de CNA RIO e ContraInfo:

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Atualizações sobre xs presxs no México

Jorge Mario González: Se encontra tranquilo, fisicamente tem fadiga e náusea, as

autoridades da Torre Médica continuam pressionando-o para colocar soro intravenoso e ele se nega.

Carlos López Marín: Continua na área de ingresso, separado do resto da população do penal. Perdeu cerca de 4 kilos. As autoridades do penal continuam pressionando-o para que termine a greve; inclusive lhe ofereceram melhoras nas condições de sua reclusão.
Fernando Bárcenas: Apresenta fadiga e náuseas. Se encontra estável.

Abraham Cortés: Dado que iniciou a greve com baixo peso, os médicos solidários que o examinaram indicam que lhe darão especial acompanhamento, pois além disso se encontrava doente do estômago antes de iniciar a greve.

Atividades solidárias

Na madrugada de 2 de outubro uma faixa em solidariedade com a greve de fome foi colocada em frente a Torre Médica de Tepepan onde se encontra Mario González. Além disso gritaram palavras de ordem e se colocou outra faixa sobre uma ponte.

Em 7 de outubro realizou-se uma concentração em solidariedade com a greve de fome dos presos anarquistas na entrada do presídio Varonil Norte. Às 2h30 abriram faixas e começou o comício, primeiro no exterior das grades de entrada e depois frente as catracas da entrada do presídio para exigir que a equipe médica pudesse entrar para ver os companheiros Fernando e Abraham, depois de uns minutos o diretor do penal saiu para falar com os companheiros que permaneciam frente ao local gritando palavras de ordem, depois de uns minutos foi permitida a entrada do médico para examinar os companheiros, enquanto esperávamos informações sobre o estado de nossos companheiros, distribuímos panfletos com informações da greve e sobre os casos. O médico nos informou que eles se encontram bem, fortes aos 6 dias da greve de fome, ainda que sua situação seja algo delicada pois eles começaram a greve com baixo peso; Abraham acabava de sair de um quadro de gastroenterite que fez com que perdesse peso algumas semanas antes do início da greve. O médico comentou que fora essa situação se encontram bem. Ambos se encontram em uma cela sós e por esse lado estão tranquilos, estão levantando-os à 1 ou 2 da madrugada e depois às 5 para “examiná-los” ainda que entendem que também é uma forma de pressão ao evitar que durmam bem.

Fernando teve uma discussão com o médico do penal e saiu irritado da consulta. Mandam o seguinte texto a respeito:

6 de outubro de 2014

Médico 2º turno

Perguntou o porquê da greve de fome, depois perguntou por agrupações estudantis do 68, eu respondi que não sabia e começou a dizer que somos droga e que nada mais vamos fazer que provocações às manifestações, eu não respondi, mas continuou acusando-me e respondi (Fer) que eu não havia estado no 68, que eu não vinha pelo do 2 de outubro e saí para não cair em provocações e imediatamente um guarda me disse que me fixasse onde estava, que estava na prisão e nisso o médico voltou a falar a Fer e eu lhe pedi um momento para tranquilizar-me e ele disse que não, o guarda o empurrou e o submeteu tomando-me pelo pescoço e me colocou na entrada do consultório, mas antes me deu uma joelhada no lado esquerdo.

Fernando Bárcenas Castillo

Abraham Cortés Avila

O médico solidário saiu com a informação de que a equipe médica pode passar a visitar aos companheiros as vezes que seja necessário. A concentração se deu por encerrada ao sair o médico e ao terminar a hora de visita do penal.

Próxima atividade

Domingo, 12 de outubro, 5h. Caminhada anti-carcerária, da Torre Médica de Tepepan ao Presídio Oriente.

 

[México, D.F] Solidariedade explosiva com xs presxs anarquistas

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Como parte das actividades em solidariedade com xs presxs, decidimos atacar quem colaborou com a detenção de vários dxs nossxs companheirxs. É de todxs conhecido o trabalho de espionagem realizado pelos corpos de segurança da universidade, em coloboração com o sistema judicial mexicano.
Em relação aos factos ocorridos na Cidade Universitária, a 30 de Setembro de 2014, só queremos dizer que não deixaremos de sair à rua, propagando a ação anti-autoritária, até que xs nossxs companheirxs pisem de novo as ruas e destruamos esta sociedade de exploração na sua totalidade.

LIBERDADE AXS PRESXS ANARQUISTAS! LIBERDADE AGORA!

MARIO GONZALEZ, ABRAHAM CORTES, FERNANDO BARCENAS, CARLOS LOPEZ,

AMELIE PELLETIER, FALLON POISSON

SE AS SUAS LEIS LIMITAM A NOSSA LIBERDADE, AS NOSSAS AÇÕES LIMITARÃO AS SUAS VIDAS!

 Texto de Amelie e Fallon em solidariedade com a greve de fome de presos anarquistas.

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Ontem à noite, sexta-feira (3 de outubro), um enorme grafite apareceu na parede da sala de jantar C do presídio de Santa Marta, onde estamos sequestradas. O grafite expressa nossa solidariedade com os companheiros anarquistas Abraham, Fernando, Mario e Carlos em greve de fome por tempo indeterminado. Desde sexta-feira, as nossas companheiras presas não deixam de comentar sobre a obra visível. É muito diferente das pichações de “eu te amo” habitual nos corredores da prisão! Tem um caráter de confronto, rompendo com a passividade cotidiana. O objetivo foi alcançado! É uma maneira de instigar a discussão e assim criar oportunidades para a reflexão dentro da cadeia. É uma das maneiras que temos aqui de atacar a paz social e a pacificação. Desde nossa perspectiva, há muitas maneiras de lutar e assumir uma postura que negue a autoridade.

A intenção não é de reclamar a inocência de ninguém, mas gerar contextos de conflitos e de ruptura com a ordem estabelecida. Sabemos também que a iniciativa dos companheiros em greve de fome foi feita midiática dentro do contexto do 2 de outubro nos meios de comunicação de massa, que sabemos não é a intenção dos compas, no entanto, nos recusamos a utilizar os canais de mídia massivos e menos ainda para expor um discurso de inocência.

Em solidariedade com os compas em greve de fome!

Nem culpados nem inocentes!

 Prisão Feminina de Santa Marta.

Amélie e Fallon

 Comunicado em solidariedade com os presos anarquistas em Greve deFome

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A Carlos López, Fernando Bárcenas, Mario Gonzáles e Abraham Cortés

Saudações companheiros! Novamente nos encontramos neste caminho de luta e de vida que escolhemos, onde os aromas e desejos de solidariedade se deslocam intransigentemente sobre os ventos de liberdade que se estende atéos esconderijos mais obscuros desta pútrida civilização.   Acompanhamos atentos a decisão de greve de fome que iniciaram desde o 1º deoutubro, entendemos este ato – como bem o afirmam – não como uma tentativade vitimização senão como uma resposta consequente da luta. Sem dúvidaalguma os passos que estão dando fixam um avanço na solidariedade anárquicae na luta anticarcerária de dentro das masmorras do Poder. Se como dizem,não há intenção alguma de ganhar algum benefício frente aos carcereirxs, oque se vai ganhar é nada mais nem nada menos que dignidade e experiência, éa unidade entre xs rebeldes enjauladxs e a difusão do pensamento e atorefratário da firmeza de nossas convicções antiautoritárias, é fazer que asvísceras sintam a fome da luta para ir não por um pouco do que osreformistas e agachados pensam que é a liberdade, senão que de uma vez portodas nossas mandíbulas devorem com força este podre mundo encarcerado parasaciar nossos famintos seres de Anarquia, Amor e Liberdade. Este é obenefício.

 Ânimo companheirxs!   Presxs em guerra à rua!

 Solidariedade com Amellie e Fallon!   Solidariedade com Alejandro López ante as ameaças de morte e xsrepresaliadxs do 2 de outubro em Oaxaca!   Solidariedade com Nikos Maziotis, Pola Roupa e demais companheirxsanarquistas presxs na Grécia, Itália, Rússia, Chile, Estados Unidos e oresto do planeta!   Frente ao avanço repressivo, Inteligência!

Publicação Destrua as Prisões   México, 8 de outubro de 2014

 

 

 

 

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$hile: Somos Ataque, somos fogo contra o Estado

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Retirado de ContraInfo:

Vimos de todos os lados…

Vimos do ataque às esquadras da polícia, aos quartéis policiais e prisionais, aos centros de diversão dos poderosos, às igrejas e instituições do estado-capital. Temos vindo a fabricar dispositivos explosivos, conhecemos os seus usos e consequências na hora de actuar, sabemos quando agir, há anos que vimos das práticas e lógicas da conspiração.

Organizamos-nos informalmente, sem lideranças e reivindicando a autonomia, forjando redes clandestinas que a repressão não conseguirá detectar. Continuaremos, porque nunca parámos …

Perante o dispositivo explosivo detonado recentemente no Subcentro – que ocasionou diversos ferimentos em várixs transeuntes – sem sermos juízes, apresentamos e defendemos aqui a nossa posição.

Nas ações que temos perpetuado, nas cumplicidades que temos materializado, nos ataques que outrxs companheirxs levaram a cabo – aos e às quais não conhecemos pessoalmente, mas com xs quais compartilhamos, de forma anónima, o caminho da ação direta – sempre se tem identificado claramente o inimigo.

Inimigo é quem detém o poder ou quem se arma em sua defesa, passando a ser alvo e objectivo dos ataques, mas não quem aprova ou sucumbe passivamente perante o domínio.

Não somos parte da cidadania – na medida em que esta se deixa submeter e perpetua a ordem – mas isso não equipara o papel da cidadania com o papel dos poderosos, o do escravo com o do amo. Não é a cidadania em geral, nem qualquer transeunte o objectivo das nossas ações.

Entendemos o ataque e a auto-defesa como um acto que desafia e procura atingir toda a engrenagem que nos tenta submeter – assim como também nos proteger e resguardar perante a ofensiva de qualquer força repressiva – independentemente do uniforme que vistam.

Quem decida assumir a violência, para defender dos poderosos a região, posiciona-se no campo de batalha e deve assumir o custo disso, mas isto, como bem o explicam outrxs companheirxs por aí, não é um combate nem um golpe que se dê às cegas, sem ter claramente noção de quem se atinge.

A possibilidade de que circule um poderoso ou um civil qualquer não pode ser deixada ao acaso: a ação transgressora tem golpes precisos que sabem encontrar no objectivo tanto a infraestrutura do poder e da repressão como xs sujeitos que a exercem.

É o Estado e as suas políticas de Terror quem considera as vidas como simples números nas estatísticas das suas parcelas de poder, por ele avança devorando e esmagando impassível, nós nos distanciamos daquele em projecções e ideias, mas sobretudo em práticas, que inegavelmente nos diferenciam. Perante isto não deve restar espaço para dúvidas.

Ansiamos e accionamos pelo combate ao inimigo e à sua destruição, armamos-nos de meios para o alcançar, utilizamos e reivindicamos o uso da violência para fazer frente à autoridade, mas os nossos golpes não procuram causar dano a qualquer um ou uma que simplesmente transite pela cidade. Aquilo suporia que qualquer pessoa, pelo simples facto de circular, é cúmplice e colaboradora do poder, sem se ter absolutamente nenhum fundamento para sustentar o referido. Essas não são as nossas formas, nem o fundamento, nem o horizonte do caminho de ação direta que percorremos há anos.

Do mesmo modo que não deixamos à sorte a nossa segurança – aprendendo com as técnicas de avanço do inimigo – tampouco deixamos ao acaso a segurança de quem possa vaguear nas proximidades dos nossos alvos de ataque. Assim, não confiamos ou delegamos no bom trabalho do inimigo o cuidado com qualquer civil, tanto na evacuação como no isolamento da área. Não somos indiferentes à dor ou dano que um simples transeunte possa receber.

Não são xs cidadãos ou cidadãs quem deve temer pelas nossas ações. Se sentirem terror deve ser pela miséria de vida que o Estado impõe, através de cada uma das engrenagens que compõem a sua maquinaria de destruição, pelo gatilho fácil da polícia, pela criminalização de qualquer conduta que saia dos padrões fixados como normais, pelas asfixias económicas que levam ao suicídio ou a ele pelo avanço do controlo social. Daqui quem deve temer os nossos actos, relativamente a cada aspecto das suas vidas e segurança, são os representantes do domínio…estamos a acercar-nos.

Não escrevemos para nos demarcarmos da utilização da violência, mas para reivindicar o uso que lhe temos dado, deixando claras as nossas posições na luta insurrecional, posições essas que não contemplam o ataque a civis.

A chamada é para agir, na cumplicidade dos afins, proliferando os grupos de ataque, accionando pela libertação, mas tendo claro quais os nossos objectivos a difundir e o inimigo a atacar. As nossas práticas são parte da mensagem. Os nossos golpes devem ser precisos, sem medo, mas sem imprecisões.

Terrorista é o Estado.

Saudamos os últimos ataques a igrejas e quartéis policiais.

Contra toda a forma de poder, pela Anarquia e pela Libertação Total… Continuamos a crescer…

Núcleos de Ataque pela Libertação

[14 de Setembro de 2014]

Noticias relacionadas: http://cumplicidade.noblogs.org/?p=1522

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[Chile] Companheirxs presxs após atentado á estação do metro Las Condes

Nota de Cumplicidade :

Sobre os últimos acontecimentos no Chile.

No dia 8 de setembro, ao meio dia, explode uma bomba dentro da estação de metro Las Condes em Santiago. Mais de 14 pessoas acabaram feridas após a explosão. Durante mais de duas semanas, a mídia corporativa goza deste show sensacionalista para fazer especulações sobre os autores dos fatos. Companheirxs anarquistas da região também acabaram se posicionando ao respeito (aqui). No dia 18 de setembro, um comunicado reivindicando o ataque saiu na pagina de contra informação Contra Info (aqui) assumindo o ataque e as suas consequências, assinado como Célula Conspiracion del Fuego- Chile. No mesmo dia, três pessoas foram detidas e no dia 23 foram formalizadas. Pelo qual reproduzimos aqui a nota da CNA-POA e convidamos as pessoas, grupos e individualidades a se solidarizar com xs companheirxs e contra toda essa onda de repressão e perseguição que atinge xs anarquistas no Chile. Além de nossas diferenças com a realização do ataque à estação de metro, reconhecemos no atuar do estado chileno, uma tentativa de calar os rebeldes. Pois, sabemos que ao se tornar realmente perigosos para o estado chileno, xs anarquistas e os espaços nos quais se desenvolvem, se voltaram também os seus principais inimigos… Mandamos então, muita força e carinho para todxs xs que, frente à perseguição e a prisão, ficam com os passos firmes no caminho tormentoso da anarquia…

Companheirxs presxs após atentado á estação do metro Las Condes

No día 18 de setembro, Juan Flores, Nataly Casanova y Guillermo Duran foram detidos pela polícia que os acusa dos últimos ataques na cidade de Santiago, reivindicados pela Conspiração internacional pela vingança (ataque a duas estações policiais) e pela Conspiração Células do Fogo-Chile (ataque a estação do metro Las Condes).

No dia 23 de setembro, elxs foram formalizados dentro da lei antiterrorista, com as seguintes acusações:

  • Juan Flores: 5 cargos como autor do atentado ao vagão do metro Los Dominicos e ao Subcentro, as duas reivindicadas pela Conspiração Células do Fogo-Chile, Autor da dupla ação simultânea contra dois postos policiais reivindicada pela Conspiração internacional pela vingança, e Porte e elaboração de explosivos para ações terroristas.
  • Nataly Casanova:Acusada de dois cargos: 1 participante da ação contra um vagão do metro Los Dominicos.2. Porte e fabricação de material explosivo para ações terroristas.
  • Guillermo Duran:Acusado de Porte e fabricação de material explosivo para ações terroristas

O juiz René Cerda, estabeleceu prisão preventiva para Nataly e Juan, Prisão Domiciliar noturna para Guillermo e um prazo de 10 meses para o fiscal puder investigar o caso. Porém hoje, o arresto domiciliar noturno contra Guillermo foi modificado e ele ficou no arresto domiciliar total.

As evidencias apresentadas contra xs companheiros são imagens das câmeras de vigilância, um cartão do metro que teria sido usada para o transporte dentro do metro, e finalmente, uma suposta mostra de DNA do Juan y da Nataly encontrada nos restos duma mochila que ficou no vagão atacado na estação Los Dominicos.
Nataly ta detida na carcel de San Miguel, Juan na Carcel Santiago 1° e Guillerme na sua morada.

Anularam o juízo contra Victor Montoya

No 10 de setembro, a decidiu anular o juízo contra Victor Montoya no qual foi liberado da acusação de terrorismo pelo atentado ao retém da policia Viscachas. Ele vai enfrentar novamente um julgamento terrorista pelo Estado Chileno numa mostra de vingança e caça de bruxas após dos ataques ao metro Las Condes.

 

Força, apoio, solidariedade e anarquia com os companheirxs seqüestradxs pelo estado chileno!
Solidariedade sem fronteiras!

 

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[Mexico] Presos anarquistas declaram greve de fome indefinida. Solidariedade!

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Aos povos do mundo

Axs oprimidxs

Impulsionados por um sentimento de rebeldia e um declarado rechaço e verdadeiro repúdio a todos os mecanismos de controle, entre eles o sistema penitenciário, nós, indivíduos anarquistas e libertários, em nossa condição de presos sequestrados pelo Estado mexicano decidimos exercer uma das poucas ferramentas de luta das que nos podemos valer na reclusão: a greve de fome, a partir de hoje, 1º de outubro, a um ano das detenções do 2 de outubro de 2013, a 10 meses do sequestro de Fernando Bárcenas e 9 meses do de Amelie, Carlos e Fallon.

Para nós a greve não é sinônimo de debilidade, muito menos buscamos cair em uma postura de vitimização, pelo contrário, a assumimos como uma alternativa de luta que consideramos propícia para acionar em uma lógica de protesto e insubmissão ante o encarceramento de nossos corpos e pela humilhação, isolamento e frustração que significa o estar reclusos nestes centros de terror. Optamos por passar à ação antes que aceitar o cárcere como algo “normal”.

O Estado busca formar cidadãos dóceis e servis para manter seu estabelecimento “ordem social” e poder assim sustentar a estrutura de produção capitalista que só é benéfica à classe dominante. As prisões tem um papel primordial na configuração destes bons cidadãos. É a sociedade burguesa a que na realidade se busca que o/a presx se readapte.

Rechaçamos a suposta função reintegradora que a prisão pode trazer a nossas vidas. Não só não a consideramos útil, senão que é amplamente prejudicial. É por isso que nós decidimos seguir com nossas lutas para destruí-la, começando com pequenas ações de negação e desconhecimento de sua influência em nossas vidas.

Declaramos esta greve de fome indefinida, sem petição ou demanda alguma. Não buscamos melhoras no cárcere ou em nossas condições, simplesmente se trata de desconhecer sua função em nossas vidas, atuando de maneira coordenada e solidária.

Desde nossa ação acompanhamos o protesto do 2 de outubro, a 46 anos do genocídio em Tlatelolco, sem esquecer nem perdoar e fazendo a guerra até o fim da opressão.

Nunca deixaremos de aspirar a nossa liberdade!

Não abandonaremos a luta por ela!

Jorge Mario González García (Torre Médica do Reclusório de Tepepan)
Carlos López “El Chivo” (Reclusório Oriente)
Fernando Bárcenas Castillo (Reclusório Norte)
Abraham Cortes Ávila (Reclusório Norte)
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Nova Lista de Presxs pelo mundo

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Retiramos de CNARIO

Divulgamos agora a lista de presxs pelo mundo atualizada em Agosto de 2014:

https://cnario.noblogs.org/lista/

Existem muitxs outrxs compas foragidxs e clandestinxs que permanecem ou permaneceram em anonimato, assumindo uma clandestinedade silenciosa porém sempre ativa. Existem muitxs compas sequestradxs que não incluímos por falta de informação. Nos desculpamos se a lista chega a suas mãos e vocês ou suas compas não estão. Assim como por não incluir as/aos sequestradxs em instituições psiquiátricas. Convidamos todxs xs companheirxs que se interessem por esta iniciativa que aproximemos os laços e façamos desta lista uma construção coletiva e constante.

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