[França] Rémi Fraisse: “Não esquecemos, não perdoamos

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Vinte cidades francesas realizaram neste sábado, 22 de novembro, atos contra a violência policial e a repressão, e para lembrar um mês da morte do ecologista Rémi Fraisse por um policial. Milhares de pessoas foram às ruas e houve confrontos com a polícia.

Na maioria das cidades, os protestos aconteceram de forma pacífica. Mas, em Nantes e Toulouse, onde as manifestações não foram autorizadas pelas autoridades, houve confrontos com a polícia, que utilizou gás lacrimogêneo e carros de lançar água para dispersar os manifestantes. Em Nantes 14 pessoas foram presas, 16 em Toulouse e 2 em Lille.

“Polícia por todas as partes, Justiça em parte alguma”, “policiais assassinos”, “não esquecemos, não perdoamos”, “desarmar a polícia”, “espalhar a revolta”, “viver livre ou morrer”, “contra a violência do Estado”, foram algumas das palavras de ordem entoadas nas mobilizações.

Rémi Fraisse, de 21 anos, morreu em 26 de outubro após a polícia lançar uma granada em um grupo que protestava contra a construção de uma represa em Sivens, em Tarn, no sul do país.

Imagens do protesto em Nantes:

http://www.presseocean.fr/en-images/nantes-manifestation-contre-les-repressions-policieres-retour-en-photos-22-11-2014-138196

Vídeo do protesto em Nantes:

 

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Relato da Feira Anarquista do Distrito Federal

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A Feira Anarquista do Distrito Federal aconteceu nos dias 15 e 16 de novembro, no Conic, situado na região central do DF. O intuito era apresentar um outro tipo de anarquismo, mais propositivo e prático, a partir da experiência e da diferença, além de oxigenar e movimentar a região. A composição da programação contou com o encerramento de ambos os dias com a participação do Preta Bandêra, grupo de estudo e prática de jongo, de Santo André (SP), juntamente com o lançamento do zine “Anarquismo Negro e mais textos de liberdade negra”, por Abamodá, questionando as referências anarquistas brancas e europeias a partir da visibilidade à resistência dos povos afroindígenas no nosso contexto.

Houve também o lançamento/debate do zine “Estratégia: coletivo – espaço – território”, proposta de organização anarquista, que traz uma discussão sobre horizonte político e como isso deve pautar as ações de coletivos para uma ocupação territorial anarquista, partindo de uma transformação cotidiana, no sentido da micropolítica para a macro.

Na exposição/debate “Lidando com os inimigos internos de coletivos anarquistas” foram discutidos problemas comuns a vários coletivos e espaços libertários que se extinguiram e o que podemos propor para alcançar a durabilidade deles, sem perder de vista um processo geracional nas nossas ações.

Outra atividade que chamou muita atenção foi sobre “Anarcofeminismo e a institucionalização do feminismo”, em que foram expostas resistências pós-coloniais, o contexto da luta rural e indígena de mulheres na Nicarágua, as pautas do feminismo negro e a sua relação com o feminismo hegemônico. Diversas mulheres negras presentes se sentiram à vontade para problematizar a questão de raça no meio anarquista e feminista e o debate foi muito enfático na reflexão sobre silenciamento de minorias em espaços libertários.

“A impossibilidade da saúde individual” evidenciou os conceitos de doença e de capacitismo (discriminação, opressão e abuso advindos da ideia de corpos considerados “não-capazes”, aqueles com “deficiências” ou “doenças” crônicas) relacionando-os com uma necessidade do sistema de controle e adequação dos corpos para a produção e o consumo e o quanto isso socialmente é confundido com o cuidado.

No contexto do DF, a feira foi um evento que aproximou algumas pessoas que já possuíam uma militância autônoma e outras que tinham um interesse prévio no anarquismo, mas ainda não sabiam ao certo como participar e conhecer mais profundamente as iniciativas, discussões e os materiais de cunho anarquista.

Coletivo (A)narquista Anu  coletivoanu.noblogs.org

Mais fotos: registroresponsa.tumblr.com

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[Espanha] Noelia Cotelo de novo na Prisão de Brieva

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Informamos que a companheira Noelia Cotelo, recentemente trasladada à Prisão de Brieva, Avila, esteve doente com vômitos, na semana passada, negando-se o C.P. [Centro Penitenciário] a prestar-lhe assistência médica. Agora mesmo encontra-se melhor, ao menos deixou de vomitar. Recordar que é neste centro de extermínio onde já havia estado sequestrada anteriormente, e no qual sofreu diversas agressões, entre elas uma agressão sexual, esta concretamente por parte de um carrasco que se chama Jesus. Esta agressão foi denunciada pela companheira, e posteriormente arquivada com total impunidade. Na atualidade, é este carrasco quem lhe leva a comida.Também está havendo problemas com sua conta de pecúlio, e que não lhe está chegando o dinheiro que se deposita nela; Lola, a mãe de Noe, aporta sua conta para o caso de que alguém esteja interessadx em apoiar economicamente a companheira -0049 0750 2524 9027 6608, isto pode ser confirmado através do facebook de Lola-. É muito importante difundir que o que se deposita em sua conta de pecúlio não vai chegar a ela.

A dispersão cobra um novo significado quando se trata de mulheres presas, as possibilidades de alojamento são menores, o qual amplia os pretextos para as “cundas”, a dispersão e o isolamento. Noe, companheira em luta, que sofreu represálias já em infinitas ocasiões, é um bom exemplo disso.

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[Rio] Caso presxs da Copa: Notícias do julgamento da menor Andressa

Retirado de CNA-RIO:

O advogado Marino d’Icarahy fala sobre a audiênca (12/11) da estudante secundarista Andressa Feitoza, menor presa durante a operação Firewall no final da Copa do Mundo 2014 e em cuja casa foi encontrada uma arma com licença vencida de seu pai, tendo sido utilizada pela polícia no caso para incriminar xs manifestantes como “quadrilha armada”. A defesa caminha, assim, para desmentir as acusações, reduzindo as infrações de porte ilegal de arma de fogo e corrupção de menores. As audiências do caso com todos os incriminados de vandalismo continuam no decorrer dos próximos meses.

NINGUÉM FICA PARA TRÁS!

LIBERDADE A TODXS XS PRESXS POLÍTICXS!

Pelo fim dos processos e perseguições!

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[Estado espanhol] Palavras de Mónica Caballero desde a prisão de Brieva

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Retiramos de ContraInfo e Traduzimos:

Nos separam as distancias, nos uni o sentimento
(Palavras de Mónica Caballero desde a prisão de Brieva, novembro 2014)

As datas próximas se aproximam carregadas de intensos sentimentos. Por um lado está o aniversario da irreparável perda de Sebastián em dezembro e agora em novembro se cumpre um ano de minha detenção.

Lembro quando me comunicaram o falecimento de Sebastián, foi como um balde de água fria (mal companheiro nas frias noites madrileñas). A perda de qualquer companheiro/a sempre e um acontecimento horrível, hoje posso olhar tal sucesso e sentir me orgulhosa de ter tido um companheiro tão digno.

Lembrar os/as irmãos/as e um exercício necessário para quem construímos uma realidade diferente, si não fazemos nos/ só nos resta muitas fichas policiais e reportagens de catadores jornalistas. A caída de um/a anti autoritário/a nesta guerra contra o estabelecido não pode ser só motivo de tristeza, também nos chama a seguir seu exemplo e, no meu caso, e uma imensa alegria ao lembrar a bela vida de quem não quis submeter-se tomando o céu por assalto.

Mesmo soando repetitivo, Angry vive em nossa memória.
Nos separam as distancias, nos uní o sentimento.

Em estes momentos onde me emocionam as lembranças aproveito para fazer uma breve análise da minha situação. Começo com um repasso do que motivou minha detenção.

No dia 13/11/13 a policia me deteve com meu companheiro e 3 pessoas mais; nos imputam a colocação de um artefato explosivo, este detonou em outubro de 2013 na   Basílica do Pilar (Zaragoza), conspiração para um segundo atentado, este houvesse tido lugar no monastério da virgem de Montserrat (Barcelona), e pertencia a banda armada. Tudo isso dentro da lei antiterrorista.

A organização a que se nos adjudica pertencia ao comando insurrecional Mateo Morral, este grupo se tem atribuído a colocação de dois artefatos; um na catedral da Almudena (Madrid) e o de Pilar (Zaragoza).

Estranhamente a imputação inclui a participação a FAI-FRI e GAC (grupos anarquistas coordenados), quando nas revindicações dos artefatos no se faz mencionar a nenhuma destas siglas.

Uma das motivações mais decisivas para o atuar dos aparatos repressivos espanhol foram os informes de seus pares chilenos; em quanto pisamos solo ibérico (Francisco e eu) a policia chilena fez todo o possível para vingar o ridículo que fizeram com o “caso bombas”, onde ambos saímos absoltos. As palavras de Sebastián Piñera, quem era presidente do Chile no momento de nossa detenção, ao Ministro do interior espanhol reafirmam o que digo.

A acusação que cai sobre mim e Francisco está por cima de si somos os autores matérias dos fatos. Mesmo os aparatos judiciais jamais o reconheceram, a acusação e totalmente política, a única certeza que possuem e que somos anarquistas. Jamais renegado das ideias que propago e por isso castigam.

Não beijarei sua cruz de arrependimento, caminho tranquila ao ter a certeza de que luto pelo os ideais mais nobres e que não acabaram com as ideias e práticas anti autoritárias.

Armando nosso caminho, sem transar nem negociar.
Não pararemos ate acabar com todas as jaulas.
¡Morte ao Estado e viva a anarquia!

 

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[México] Ação – Reação: Sobre os confrontos no Palácio Nacional

Retirado de ContraInfo:

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Cidade do México, 21 de Novembro de 2014

Ontem à noite, terminada a concentração pelos normalistas desaparecidos de Ayotzinapa, Guerrero, realizada no zócalo capitalino, alguns grupúsculos de Reacción Salvaje (RS) decidiram sublevar-se, quebrando a linha divisória da paz e dos bons modelos,  imposta pelos líderes e participantes dos movimentos sociais durante as suas marchas – servindo isso para nos camuflar e desestabilizar a coexistência cidadã e o desfile – marcha daquelxs que detestam todas as luzes da confrontação direta. Foi assim que contribuímos para os tumultos desatados que ocorreram frente ao Palácio Nacional, símbolo e bastião dos que decidem sobre o indivíduo e permitem a devastação da natureza selvagem perpetuada pelas indústrias, verdadeiros donos deste país.

Os motins que ocorreram, contra o emblemático Palácio Nacional, não foram um incidente isolado antes sim um ato que mostra claramente as dimensões da crise económica, social e política no país. O evento pôs a tremer o governo federal, que desde ontem, tem utilizado os meios de comunicação massiva para espalhar a sua mensagem prostituída de “estatuto de tolerância”- para colocar a sociedade contra  a situação e para que rejeite tais atos, em consequência.

Para nós esses confrontos, em tais condições, são totalmente úteis para aumentar as tensões que levam ao enfraquecimento das esferas do poder.

Provocar tensões violentas para que as unidades anti-motim carreguem contra os cidadãos – e que, por sua vez, estes decidam defender-se no momento, aumentando o conflito – é um dos nossos objectivos no caminho da desestabilização.

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Os nocivos membros do gabinete de segurança e das bocas da imprensa, tinham propagado em Setembro o rumor de que nós tínhamos “pensado” efectuar algum tipo de atentado, durante a comemoração da independência ou durante a marcha de 2 de Outubro. A sua previsão equivocada foi apenas uma visão paranóica da nossa próxima ação – derivada da sua preocupação pela emissão da nossa primeira declaração, em 14 de Agosto. É claro que todos sabiam muito bem (e não é nada de novo) que as organizações guerrilheiras anarquistas estiveram presentes no seio das mobilizações ocorridas após o desaparecimento dos referidos estudantes, que terminaram em distúrbios e danos à propriedade. Este fato mostra que os grupúsculos terroristas RS também lá se encontram. Porque, quando a crise se aprofunda, é melhor empurrar para pior…

Como já escrevemos antes, RS não é um grupo que “entenda” ou que “respeite” as massas, não participamos nas suas manifestações para nos “solidarizarmos”, nem para clamar por “paz” e “justiça” – os grupúsculos de RS querem impulsionar a situação para que vejam este sistema e esta civilização a arder e a tombar, devido às problemáticas dos seus integrantes..

E com esse objectivo, temos de nos infiltrar nas recentes manifestações com paus, explosivos, fogo, armas de fogo inclusive, que fique claro que o faremos.

Pela desestabilização do podre sistema tecno-industrial!

Reacção selvagem

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[Montevideu-Uruguai] Concentração contra os despejos

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Retirado de ContraInfo:

a passada sexta-feira, 7 de Novembro de 2014, cerca de uma centena de pessoas concentraram-se frente ao supremo tribunal de justiça, em repúdio à criminalização da ocupação com fins de habitação. Segue-se a proclamação lida durante o ato:

Chegamos esta tarde aqui para apontar para este edifício, símbolo da (in)justiça desta democracia. Para apontar para este edifício e a quem se esconde atrás das suas paredes, juízes que na comodidade das suas poltronas, dos seus salários suculentos e das suas mansões são xs encarregadxs de executar a lei. A LEI, essa lei que se engendra no parlamento, onde os diferentes partidos representam a farsa na qual se apoia este sistema no qual, dizem-nos, todxs somos representadxs, todxs somos iguais e todxs participamos.

Mas essa máscara depressa cai, quando observamos como as leis só servem para manter os privilégios do poder económico, os verdadeiros donos da sociedadea quem os políticos servem aplicadamente. A lei 18116, conhecida como lei de usurpação, que hoje se tenta aplicar contra quase uma centena de famílias de Cumbres de Neptunia, mas também em Marindia, Solymar, Barrio Los Eucaliptus (Maldonado), etc. é um exemplo disso.

Encabeçada por dois deputados do Partido Nacional, do departamento de Maldonado – a pedido dos grandes proprietários e negociantes imobiliários de Punta del Este e votada no parlamento por todos os partidos – foi desenhada para servir de ameaça a todxs xs pobres que, por precisarem de um lugar onde viver, ousam armar um rancho perto dos ricos. Já que todos sabemos que os pobres são muito bons a limpar casas e a levantar paredes mas não como vizinhos.

Esta lei, que nos acusa de usurpadores, é a arma que os ricos puseram nas mãos do juíz de Atlántida, Seijas, para que a use contra pessoas que, com a melhor das intenções, têm construído as suas casas, em solidariedade e sem nada pedir aos de cima, em terras que permaneciam sem serem cercadas e sem ter “dono” que as reclame. Este ataque não foi só judicial, foi também mediático e policial, tentaram estigmatizar-nos e também se receberam acusações do governo municipal de Canelones. As denúncias usam dados recolhidos de forma enganosa pela polícia comunitária e a violência, nos momentos de levar vizinhos a declarar, alcançou níveis de tortura. Não nos surpreende, quando nos ameaça com a prisão por sermos ocupantes este sistema sustenta-se na violência dos de cima, não é outra coisa senão a violência o que se usa contra nós.

Então, juíz Seijas, Supremo Tribunal de(in)Justiça, cá estamos, dispostos a expressar a solidariedade, quando for necessário e da maneira que for necessária. Embora se esforcem, nos diversos âmbitos do poder, para nos tornarem invisíveis e descartáveis. Nem todxs xs marginalizadxs têm curvado a cabeça nem estamos dispostos a deixarem-nos levar dos nossos lugares. Xs ricxs têm as suas armas, nós temos as nossas.

NEM UM DESPEJO, SOLIDARIEDADE ATIVA.
SE TOCAM A UM/UMA TOCAM A TODXS!

Coordenadora de Vizinhos Contra os Despejos

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5ª Feira do Livro Anarquista de Porto Alegre

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Os últimos anos foram marcados pela eclosão e intensificação de lutas que têm como cenário a cidade. Ruas, bairros, praças são o palco de lutas de transversais, muitas vezes de grande amplitude. Uma série de questionamentos sobre o modelo de cidade e as formas de mobilidade, ocupação e apropriação do espaço urbano, há muito tempo presentes nas lutas, passaram à ordem do dia.

Em 2013 e 2014, as grandes cidades do país foram cenário de revoltas, e foram sacudidas desde baixo pela ação popular. As ideias libertárias pulularam entre as múltiplas pautas sustentadas pelas multidões nas ruas, bem como nas formas de articulação e organização, nas quais a influência das ideias e experiências anarquistas se fez presente e ativa, na reestruturação de um campo combativo desde a esquerda e desde baixo nas cidades.

Por outro lado, as cidades foram território de uma série de práticas repressivas e da violência do Estado. Algo daquilo que é o cotidiano das periferias e bairros pobres das cidades brasileiras, tornou-se também visível no centro das metrópoles, explicitando a lógica com a qual as cidades são geridas pelo Estado e o grande Capital. Em nossas lutas de 2014, nos deparamos com cidades sitiadas e monitoradas, com a restrição do espaço público, expulsões e remoções forçadas, ação policial ostensiva e violenta, restrição do direto de ir e vir, do acesso ao espaço urbano, do direito de reunião e associação – com perseguição efetiva, política, ideológica a coletivos e organizações anarquistas. Vimos, mais uma vez, a intensificação de um “apartheid” social, no qual políticas de urbanismo segregatório e gentrificador, bem como a violência contra a população pobre, jovem, negra e periférica foram constantes.

Para xs anarquistas, a cidade é, também, lugar de afirmação positiva de resistências. E é nesse ponto que se situa a 5ª Feira do Livro Anarquista de Porto Alegre, resgatando uma história de apropriação do espaço urbano e de presença cultural e anárquica na cidade que remonta à 1ª Feira, de 2010.

A 5ª FLA vem atualizar e desdobrar essa história, colocando a cidade como foco temático, ocupando ruas e praças na construção de um espaço autônomo, comum e comunitário, tomando lugar na cidade como território em disputa.

O tema da 5ª FLA é, exatamente, a cidade como lugar chave da afirmação das lutas contra toda forma de opressão.

O que une xs anarquistas nos territórios de luta e resistência das cidades? Como podemos apropriar, transformar e lutar num espaço urbano onde possamos criar nossos territórios, zonas livres e autônomas, integrar experiências libertárias e comunitárias?

A 5ª FLA traz o tema da construção da cidade como lugar de disputa e de luta: territorialidades alternativas e libertárias, redes de espaços ocupados, territórios dos de baixo, que afirmam uma outra forma de habitar e construir a cidade. A cidade do poder popular contra a do poder municipal burguês. A cidade da vida coletiva autônoma e livre. A cidade como palco da democracia direta e do apoio mútuo.

A 5ª Feira do Livro Anarquista de Porto Alegre lembra e homenageia o companheiro Robson Achiamé, incansável e generoso propagandista do anarquismo. Achiamé nos deixa aos 71 anos – dos quais, pelo menos 47 foram dedicados à propaganda libertária. As caixas de livros que enviava sem pedir o pagamento prévio (ou nem mesmo pagamento), aproximaram muitxs de nós das correntes libertárias e das ideias anarquistas. Sua memória se faz presente na 5ª FLA.

Proposição de atividades, oficinas, bate-papos, debates para somar à programação política, cultural e poética da 5ª FLA até dia 05 de dezembro, via e-mail ou pela página.

 Contato: 5flapoa@riseup.net

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