Cronologia da guerra social vivida nas ruas de Porto Alegre

Retirado do jornal “Agitação”.

Apesar da recente onda de manifestações que tomou as ruas de uma infinidade de cidades do território controlado pelo estado brasileiro ser supostamente interpretada como algo inesperado e surpreendente, as mesmas são resultado de um acúmulo recente de uma trajetória de lutas que já desde o princípio deste século XXI, vem acontecendo de maneira difusa e progressiva, cair no discurso vendido pela mídia de apontar a dissipação da revolta como um fato histórico isolado é alimentar o silenciamento e a anulação de uma memória que deve ser fortalecida, seja como combustível para as próximas batalhas, seja como autocrítica buscando também avaliar os erros para não repeti-los.

A luta contra o aumento das tarifas do transporte público não surgiu nessas semanas, mas é algo que se vem construindo ao longo da última década em diversas localidades, colocando muitos corações jovens e cheios de revolta pela primeira vez em contato com maneiras organizativas que suprimiam as lideranças e os partidos.  O transporte dito público nada mais é do que a mobilidade das veias e artérias, desta enorme prisão chamada cidade, o movimento de uma estrutura surgida de uma lógica baseada no poder, no domínio e no controle. Qualquer pedido por reformar essa estrutura acaba caindo numa miserável mendicância por mais correntes e mais algemas para seguir alimentando os que, gordxs e fartos, seguem acomodados em seu sofá. O grande valor deste processo de lutas que culminou na recente tempestade social, foi a possibilidade de colocar inúmeras pessoas inquietas em contato com uma conflitividade real nas ruas. A possibilidade de que jovens, de uma realidade política onde reinava a apatia e o silenciamento da memória de uma região carregada de enfurecidos exemplos de resistência, luta e defesa da vida e da liberdade, pudessem seguir construindo essa história.

Cabe apontar que quando as pessoas tomam as ruas, as reivindicações reformistas são desbordadas pela raiva acumulada de quem convive diariamente com a humilhação e exploração levada a qualquer indivíduo que vive longe do privilégio de quem está satisfeitx nesta sociedade. O que se vivenciou nessas semanas foi um descontrole que ia muito além de 20 centavos, que sacudiu com violência a tão almejada paz-social, que na prática só existe nos delírios das mentes ordeiras. A mídia, lobotomizante máquina de formar opiniões evidenciou o desespero do Estado e dxs proprietárixs pela quantidade de destroços que varreram as ruas como um furacão, para isso se utilizou de uma estratégia que destaca a capacidade da democracia cooptar e silenciar a genuína revolta  que  atacou a materialidade do poder.

A tática anteriormente usada de não mencionar, ou citar de maneira rasa qualquer tipo de manifestação crítica com o atual rumo das coisas, foi substituída pela ênfase na manifestação ordeira, no protesto pacífico, num exaltado estímulo a cidadania, criando assim o terreno aberto para apontar como criminosa as inúmeras ações de ataque aos bens materiais e representantes da ordem imposta.  A ilusória participação cidadã que passou a ser alimentada pelo Estado, meios de comunicação e proprietárixs, ilustrou uma estratégia descarada de buscar um apaziguamento, tapar o sol com a peneira. A verdadeira pressão sentida pelxs poderosxs durantes os protestos veio da obstinada ação dxs que buscaram atacar por todos os lados as faces da opressão.

O problema deixou de ser a manifestação em si e passou a ser a presença de “vândalos” que se “infiltravam” em “manifestações legítimas” . O que aconteceu na verdade, foi o que muitxs sonhavam, muitxs mais temiam e muitxs outrxs diziam desejar, mas ao se depararem e se assustarem com os fatos reais, se anularam de um posicionamento solidário e consequentemente conflitivo: A favela desceu pro asfalto. Os atos apontados como violentos são consequência e responsabilidade direta de um sistema político/econômico baseado na mercantilização da vida, no absoluto controle, na violência policial cotidiana, na existência do cárcere como mecanismo de punição para qualquer que se demonstre improdutivo para esta ordem. A dicotomia criminosx/inocente é um jogo, uma farsa utilizada para tentar justificar o verdadeiro  terrorismo estatal que surge como reação a quem se rebela. Não se trata de uma criminalização que aparece neste momento mas sim de uma lógica que criminaliza tudo que esteja no caminho do desenvolvimento dos projetos do capital, tentando descaracterizar atos de rebelião como algo vazio de conteúdo, e se aproveitando disso para encaminhar a criação de uma nova lei anti-terrorista, uma lei temporária e emergencial para suprir as necessidades dos grandes eventos esportivos, baseada na já empoeirada Lei de Segurança Nacional, que prevê a punição de 15 a 30 anos de reclusão por atos que hoje são chamados de “vandalismo” , além de entre outras coisas, inclusive tornar a greve de serviços considerados essenciais para tais eventos, também passível de punição. Apontam agora como violência a destruição da propriedade privada ocultando assim a violência incessante da crescente destruição da Terra, do avanço de um progresso assassino que lucra com o sangue que escorre dos meios naturais, das comunidades esmagadas e despejadas, das pessoas que tem diariamente sua dignidade arruinada nos presídios, escolas, fábricas, hospitais, manicômios…

Os pronunciamentos da Presidenta e de toda a corja política, favoráveis a atender as reivindicações relativas ao transporte público, ao “combate a corrupção” e as demais   “vozes das ruas” elucidam um medo, por tentar conter de alguma maneira tudo que está acontecendo, de repente agem como se lhes fosse importante reivindicações que nunca deram muita bola, como é o caso do passe livre estudantil, que na maioria dos lugares era tratado pelos governantes de maneira irrisória, como algo distante e fora da realidade, agora como num “passe” de mágica aprovam e agem como se isso para elxs fosse uma prioridade. Enquanto isso suas verdadeiras prioridades seguem avançando como se nada houvesse acontecido, os projetos de geração de energia, frutos da ditadura militar, avançam progressivamente, a militarização das zonas necessárias para tais projetos e os despejos e remoções, também. Semelhantemente acontece nas grandes cidades, onde seja por mega-eventos como a copa do mundo, ou pela toma de espaço pelas classes favorecidas, comunidades inteiras são removidas e/ou “pacificadas”.

A copa do mundo é um abalo sísmico na existência de muitas pessoas por todo lado deste território, pensar que o dinheiro investido nela deveria ser destinado a saúde e educação, é continuar com uma confiança fantasiosa no Estado, algo como acreditar no coelhinho da páscoa. Vivemos o ápice da relação Estado/Empreendedorxs-Empresárixs, a consolidação de um regime onde o grande governante é o mercado, e xs que se beneficiem dele: Xs ricxs. O regime democrático sempre funcionou desta maneira, com uma mão empunhando o chicote enquanto a outra faz carícias, uma dubiedade que visou e obteve uma apatia generalizada que pouco-a-pouco vem sendo desconstruída e subvertida na geração de uma recente cultura de lutas, que traz novamente a ação direta como meio propulsor de transformação.

Em Porto Alegre desde o ano passado tem se avistado mais expressivamente o conflito das ruas, que como em todo o território, fervilhou a partir das mesmas razões, e que progressivamente chegou as proporções que hoje ocupam a cidade sem qualquer permissão ou organização centralizada.  Ao mesmo tempo, a repressão também afia suas garras,  perseguindo, a grupos e indivíduos anarquistas, como sendo responsáveis da onda selvagem de destruição. A “inteligência policial” mais uma vez demonstra a impossibilidade da associação destas duas palavras, criando terreno para armar mais um circo midiático, manifestando-se em declarações cara-de-pau como a do governador do estado, onde compara xs anarkistas com o lixo de extrema-direita.  Apoiadxs em uma lógica verticalizada e portanto contrária aos próprios princípios anárkikos, apontam as/aos anti-autoritárixs como lideranças e idealizadorxs dos atos de ataque a propriedade privada, uma visível impotência de reação por parte das forças de segurança, que abre espaço para uma vingança política direcionada as/aos que historicamente se declaram inimigxs da ordem vigente.

Momentos de tormenta, onde mesmo diante da intensificação do contexto repressivo e de um cada vez mais intenso terror psicológico, devem ser motores de nossa capacidade de transformação e criação,  afiando as navalhas da solidariedade e da propaganda, exercendo a anarkia como uma tensão constante ao existente mundo de misérias e mostrando uma vez mais que não existem diálogos ou explicações a serem dadas aos poderosxs, os atos de rebeldia exercidos muitas vezes por instinto, pela explosão furiosa do ódio que é propiciado pela autoridade e repressão, sem necessariamente estarem pautados em ideologias e teorias, falam por si só.

 

Pequena Cronologia da Guerra Social vivida nas ruas de Porto Alegre nos últimos tempos: (cronologia provisória e aberta, não conclusiva)

 

04 Março 2012: Em Manifestação contra o aumento da tarifa manifestantes tem um pequeno enfrentamento com a Brigada Militar, agredindo os robôs fardados com bandeiradas. Um contêiner de lixo é incendiado.

 

04 Outubro 2012: Em manifestação reivindicando os espaços públicos é ironizado o boneco inflável da Coca-Cola\Fifa com jovens dançando em volta. Policia ataca em “defesa” do boneco inflável e recebe resposta.

Uma viatura da Brigada Militar tem seu para-brisas destroçado.

Um banco é depredado.

6 pessoas são presas, sendo 4 liberadas na mesma noite e outras duas sendo liberadas apenas alguns dias depois, 20 pessoas feridas. Policial sofre grave trauma após pedrada

Com muita polemica midiática o boneco inflável Coca-Cola\Fifa é retirado da rua.

 

25 Março 2013: Entra em vigor aumento da passagem de ônibus

Manifestações acontecem em distintos pontos da cidade bloqueando as ruas.

Pequenos enfrentamentos com a Brigada Militar.

 

27 Março 2013 Quarta-feira: Em nova manifestação contra o aumento das passagens, manifestantes tentam entrar na prefeitura, se enfrentando com a Guarda Municipal, uma manifestante é presa.

A prefeitura é pichada e tem a maioria de seus vidros quebrados a pedradas.

Duas motos e um carro da Guarda Municipal são atacados.

Um jornalista servo do poder é agredido.

 

1º Abril 2013 Segunda-feira: 6 mil pessoas nas ruas, prefeitura fecha mais cedo. Manifestação se alastra na zona central realizando uma marcha pelas ruas, o trânsito é completamente interrompido das 18hs em diante. De diferentes cores as paredes se enchem de palavras escritas.   4 Abril 2013 Quinta-feira: 5 mil pessoas debaixo de chuva se concentram no centro contra aumento da tarifa de ônibus e se deslocam em animado protesto. Alguns ônibus são grafitados outros pixados, um tem janela apedrejada. No edifício Edel Trade Center onde funciona bancos, embaixada do Peru, etc, são arremessadas bombas de tinta. Na loja Volksvagen Panambra vidraça é rompida, ovelhas vaiam. Em frente ao prédio da EPTC (Empresa Pública de Transporte e Circulação, conivente com o aumento) turba ataca a pedradas vidraças, no entorno rojões são arremessados na direção da policia e da mídia. Cobradora da empresa pública de ônibus Carris é demitida por apoiar protestos na internet.

 

11 Abril 2013 Quinta-feira: No Auditório Araújo Viana é realizada nova concentração desta vez subindo a avenida Protásio Alves indo ao encontro da ATP (Associação dos Transportadores de Passageiros). As fachadas recebem novas pinturas, vidros são quebrados, também uma unidade móvel é vandalizada.

Até as 23hs aproximadamente mil pessoas se concentravam ai. No dia seguinte a sede da associação não abriu.

 

 23 Abril 2013 Terça-feira: 500 pessoas se concentram em frente a prefeitura pixando  nela sua reivindicação de maior redução na tarifa de ônibus.

 

29 Maio 2013 Quarta-feira: Por volta das 4 da manhã em meio a uma forte tempestade em ação planejada 200 policiais da Brigada Militar, Batalhão de Operações Especiais e o Grupo de Ações Táticas Especiais, investiram contra acampamento de 43 dias em defesa das arvores que ai estavam plantadas a décadas barrando até então a ampliação de uma avenida exigida pela Fifa para acesso ao estádio Beira Rio. 27 pessoas são conduzidas a delegacia sendo incriminadas por desacato e outras virtudes. No amanhecer dezenas de árvores já haviam sido cortadas.

 

– É importante contextualizar … os protestos contra o aumento da tarifa de ônibus se generalizam de sul a norte  no território controlado pelo estado brasileiro, em centenas de cidades milhares se manifestaram, o caso ficou sério. A torre de marfim dos políticos se abalou. Para além do aumento da passagem de ônibus, do dia da abertura, onde Dilma e Blatter (presidente da Fifa) foram vaiados dentro do estádio, até o jogo final da Copa das Confederações, cada jogo foi uma guerra fora das luzes do estádio, contra a Fifa, o Estado, o Capital, contra este sistema de Misérias. Até os comentários esportivos tratavam dos protestos … tudo isto talvez sejam as prévias para a Copa do Mundo, torceremos.

 

13 Junho 2013 Quinta-feira: “Acabou o amor isto aqui vai virar Turquia”

Em mais uma manifestação contra o aumento das passagens  e em solidariedade as manifestações ocorridas pelo território brasileiro cerca de 2 mil pessoas participam do protesto, muitas pixações no percurso, tudo que simboliza o poder é atacado pelo caminho, 6 bancos são depredados tendo suas vidraças destroçadas, edifício da companhia de telefonia celular Oi é apedrejado e pixado. Na direção do Tribunal de Justiça voaram pedras e outros objetos voadores ruidosos e não identificados. Viatura da EPTC e outros veículos atacados. Parquímetro inutilizado. Carro do Grupo RBS é cercado e atacado enquanto transporta funcionários ao aeroporto, tem vidro rompido, é sacudido e pixado, no dia seguinte seu jornal impresso Zero Hora,  jornal de maior circulação da região traz na sua capa foto de barricada incendiária estampando – Passou do limite.

40 Contêineres de lixo danificados  e usados como barricadas em enfrentamentos com a Brigada Militar a qual evitou o conflito intervindo contra a manifestação no bairro Cidade Baixa dispersando, dividindo. 23 pessoas são detidas e depois liberadas, um policial registra ferimentos.

Nos dias seguintes os jornais dizem: Protestos sim Violência não. “Especialistas” e falastrões se apressam em analisar a violência desta noite de festa antisistema em clara intenção de unir a opinião do rebanho social para a situação não se agravar. Seus esforços não alcançam suas intenções a ira contra este sistema não é contida, nem arrebanhada, e as frias e chuvosas noites de manifestações esquentam mais …

 

17 Junho 2013 Segunda-feira: Milhares de pessoas nas ruas das maiores cidades do Brasil em aferrados confrontos. Em Porto Alegre enfurecida manifestação com 15 mil pessoas. Principais ruas centrais bloqueadas pela marcha dirigindo-se ao prédio da RBS\Zero Hora na Avenida Ipiranga onde eclode intenso enfrentamento com a Brigada Militar  tentando dispersar a manifestação com gás lacrimogêneo na defesa da RBS\Zero Hora. Impedindo que a marcha passa-se em frente ao monumento envidraçado do arrebanhamento social, da mentira, do engodo. No entorno Prédio da Policia Federal é apedrejado, uma concessionária de motos Honda tem 31 vidraças quebradas, motos são danificadas, ovelhas pacifistas impendem saque, entretanto outros estabelecimentos não são poupados do saque. Aproximadamente uma dezena de agências bancárias são atacadas e tem suas estruturas severamente danificadas. O Instituto de Identificação\Instituto Geral de Perícias (Policia Civil) local onde é confeccionada a careira de identidade é destroçado. Concessionária Volksvagen Panambra é apedrejada danificando automóveis da loja. Nas ruas as paredes antes brancas gritavam raivosas. 60 contêineres de lixo são incendiados e danificados. Uma viatura da Brigada Militar é cercada e atacada a pauladas por manifestantes. Na avenida João Pessoa muitas barricadas são armadas, no percurso 5 ônibus são apedrejados, em frente ao Parque da Redenção um ônibus é incendiado. Durante esta noite após o incêndio 371 ônibus da companhia pública de ôibus Carris são retirados de circulação por segurança. Por volta das 23hs grupo ataca e rompe vidraças do Palácio da Justiça  no entorno do Palácio Piratini (governo do estado)  e Assembleia Legislativa sendo dispersados a bomba de efeito moral duas pessoas são presas no local, no total cerca de 38 pessoas são detidas nos enfrentamentos desta noite, 4 pessoas ficam feridas. Toda manifestação é monitorada pelo helicóptero do grupo

RBS\Globo e transmitida ao vivo no canal de televisão regional TVCOM. No dia seguinte governador se reúne com sua cúpula de segurança e os três maiores jornais do estado estampam em suas capas fotos do ônibus em chamas.

 

20 Junho 2013 Quinta-feira: Durante a tarde Policia Civil invade a Biblioteca Anarquista A Batalha da Várzea no bairro Cidade Baixa aprendendo garrafas pet com óleo de cozinha usado, enviado para perícia, e livros. A partir deste dia anarquistas recebem a malquista visita policial em suas casas.  Em mais de 100 cidades pelo Brasil manifestações abalam  a rotina do capital,  rompem a normalidade, atacam e ofendem o poder e suas instituições. Sob chuva a 14ºC  cerca de 20 mil pessoas se agitam nas ruas de Porto Alegre em fortes enfrentamentos com a Policia Militar, toda manifestação é acompanhada por helicópteros e transmitida ao vivo. No entorno do edifício da RBS\Zero Hora se iniciam novamente os confrontos pedras, rojões, bombas caseiras, coquetel molotov versus bala de borracha e bomba de efeito moral. A sede da Polícia Federal é atacada intensamente a pedradas pela segunda vez formando-se ai  aferrada barricada. Mesmo com a colocação de tapumes  pedindo paz loja da Honda é destroçada pela segunda vez assim como o  Instituto de Identificação\Instituto Geral de Perícias (Policia Civil) posteriormente fechado por semanas. Do outro lado da rua o Centro Comercial João Pessoa não é poupado registrando expressivo prejuízo. Uma dezena de agências bancárias destroçadas com algumas tentativas de incêndio contidas pelos bombeiros. Se escuta estrondo de bomba caseira na sede do Jornal do Comércio. As sedes do PT e do PMDB são atacadas. Até este dia somavam-se 92 contêineres de lixo danificados nos distúrbios,  evitando a proliferação de barricadas pela manhã DMLU (Departamento Municipal de Limpeza Urbana) recolhe 80 contêineres das ruas, durante a noite mais10 contêineres são danificados. Inúmeros comércios são saqueados registrando prejuízos de 600 mil reais. Prefeitura chora prejuízos de 825 mil reais em danos. 830 policiais presentes nas repressões, o maior efetivo da Brigada Militar em cinco anos. Dois policiais feridos e 20 pessoas são presas sendo algumas encaminhadas ao Presídio Central. Até aproximadamente a meia noite são registradas ações de grupos encapuzados pelo centro enfrentando a policia com rojões e bombas caseiras, pixando, destruindo, iniciando focos de fogo, saqueando. Morador do centro tenta impedir incêndio já iniciado em agência do banco Itaú ameaçando encapuzados com revolver, todos fogem, a policia é chamada resultando na  prisão do sujeito armado  por porte ilegal de arma. Assustado prefeito José Fortunati e seus lacaios acompanham o protesto através das câmeras de monitoramento no Centro Integrado de Comando da Cidade de Porto Alegre (CEIC). No dia seguinte presidenta Dilma Roussef convoca reunião de emergência com ministros e logo cancela viagem ao Japão. Nesta onda presidente do Banco Central cancela viajem a Londres para ver «investidores». Departamento de Estado norte-americano anuncia estar acompanhando protestos no Brasil. ABIN (Agência Brasileira de Inteligência) declara  analise diária na internet com sistema on-line de 700 termos pré-definidos para rastreamento..  Diante da realidade Brad Pit cancela sua viagem ao Brasil para lançamento de «Guerra Mundial Z»ficção onde protagoniza. Governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, promove campanha de difamação aos anarquistas os apontando como “tendência fascista”, mentores da violência nas ruas os quais “odeiam tudo que não sejam eles mesmos”.

 

 24 Junho 2013 Segunda- feira: Em manobra defensiva durante a tarde policia bloqueia entorno da Praça da Matriz, prefeitura recolhe 80 contêineres de lixo das ruas centrais, comércio fecha suas portas ainda pela tarde. 10 mil pessoas nas ruas de Porto Alegre protestam sob chuva fina, policia dispersa manifestação no centro da cidade com bombas de gás lacrimogêneo encurralando e dividindo as pessoas em diversos grupos. No Centro e  bairro Cidade Baixa grupos atacam propriedades, destroem, saqueiam, incendeiam, armam barricadas, aproximadamente uma dezena de bancos são atacados. Prédios do estado\município são atacados, Tudo Fácil, CEEE, DMLU, Secretaria Municipal da Juventude arrombada e destroçada, no prédio da SMIC além do apedrejamento são arremessados coquetéis molotov. Aproximadamente 30 contêineres são incendiados, carros são atacados, uma quantidade considerável de lojas são saqueadas no Centro. O Sindicato dos Lojistas amargam 2 milhões em perdas somando-se queda de 60% em suas ganâncias. O Corpo de Bombeiros combateu mais de 30 focos de incêndio. Nas proximidades de um ataque a agencia bancaria encapuzados ameaçam e pressionam equipe de reportagem da  TV Pampa a entregarem dois cartões de memória de sua câmera. 103 pessoas presas, sendo várias encaminhadas diretamente ao Presídio Central.

 

27 Junho 2013 Quinta-feira: Uma manifestação “cultural” é chamada em frente a sede do governo do estado; Palácio Piratini. Toda região é completamente blindada pela Brigada Militar que inclusive manda reforços do interior do estado. Um grupo de “organizadores” do protesto entra no antro governamental para mendigar ilusórias reformas ao governador e pedir sua ajuda. Enquanto isso manifestantes enfurecidos derrubam grades e  atacam a Brigada Militar com pedras, nos confrontos um sargento é ferido no olho, se espalham pelas ruas do centro e Cidade Baixa, realizando atos de ataque a propriedade privada ao mesmo tempo que buscam escapar do enorme contingente da Brigada Militar que os persegue numa verdadeira caçada humana transmitida ao vivo pela TVCOM. Governador encera noite com discurso e aplausos a Tropa de Choque em frente a seu palácio.

 

1º Julho 2013: Na madrugada de comemoração da vitória da seleção brasileira na Copa das Confederações são incendiados três carros da Brigada Militar. Dois deles em Porto Alegre no estacionamento da Secretaria da Segurança Pública local onde funciona o gabinete do secretário de segurança, atividades da Brigada Militar, Policia Civil, Susep (Guarda Penitenciária), Detran (Fiscalização de veículos), assim como o teleatendimento (tele-caguete) 190 da policia. Anônimos se furtaram nas sombras adentram no estacionamento e golpearam com ousadia, incendiando duas viaturas, uma tem perda total. Ainda no entorno da Secretaria de Segurança Pública são incendiados cerca de 10 contêineres de lixo na mesma madrugada. Na cidade de  Fontoura Xavier além da viatura da Brigada Militar completamente incinerada mais dois veículos estacionados junto entram na fogueira, dos três só restaram cinzas.

¬ Destes desdobramentos dezenas enfrentarão processos, ninguém ficou preso.

.01Por Ramiro Furquim/Sul21cropped-logo23.jpg 03cropped-logo23.jpg Por Ramiro Furquim/Sul21cropped-logo23.jpg 0607Por Ramiro Furquim/Sul2109101112

En español:

Aunque de la reciente ola de manifestaciones que tomo las calles de una infinidad de ciudades del territorio controlado por el estado brasilero ser supuestamente interpretada como algo inesperado y sorprendente, las mismas son resultado de un acumulo reciente de una trajetoria de luchas que ya desde el principio del siglo XXI, viene sucediendo de forma difusa y progresiva, caer en el discurso vendido por la midia de apuntar la disipacion de la revuelta como un hecho histórico aislado es alimentar el silenciamiento y la anulación de una memoria que debe ser fortalecida, sea como combustible para las próximas batallas, sea como autocrítica buscando tambien evaluar los errores para no repiti-los.

La lucha contra el aumento de la tarifa del transporte público no surgió en estas semanas, pero es algo que se viene construyendo a lo largo de la última década en diversas localidades, poniendo muchos corazones jóvenes y llenos de revuelta por la primeira vez en contacto con maneras organizativas que suprimían el liderazgo y los partidos. El transporte dicho público no es nada mas que la movilidad de las venas y arterias, de esta enorme prisión llamada ciudad, el movimiento de una estrutura surgida de una lógica basada en el poder, en el dominio y el control. Cualquier pedido por reformar esta estrutura acaba cayendo en una miserable mendigancia por mas cadenas y mas esposas para seguir alimentando los que, gordxs y sobrepasados, siguen acomadadose en su sillón. El grande valor de este proceso de lucha que culminó en la reciente tempestad social, fue la posibilidad de poner innumeras personas inquietas en contacto con una conflictividad real en las calles. La posibilidad de que jóvenes, de una realidad política donde reinaba la apátia y el silenciamiento de la memoria de una región cargada de enfurecidos ejemplos de resistencia, lucha y defensa de la vida y de la libertad, pudieran seguir construyendo esta história.

Cabe apuntar que cuando las personas toman las calles, las reivindicaciones reformistas son desbordadas por la rabia acumulada de quien convive diariamente con la humillación y explotación llevada a cualquier individuo que vive lejos del privilegio de quien está satisfecho en esta sociedad. Lo que se vivenció estas semanas  fue un descontrol que iba mucho mas allá de 20 centavos, que sacudió con violencia la tan anhelada paz-social,  que en la práctica sólo existe en los delirios de las mentes orderas. Los medios, lobotomizantes máquinas de formar opiniones evidencian el desespero del Estado y de lxs proprietarixs por la cantidad de destrozos que barrieron las calles como un huracán, para esto se utilizó una estrategia que destaca la capacidad de la democracia de cooptar y silenciar la genuina revuelta que atacou la materialidad del poder.

La táctica anteriormente usada de no mencionar, o citar de manera raza cualquier tipo de manifestación crítica con el atual rumbo de las cosas, fue sustituida por el énfasis en la manifestación ordera, en el protesto pacífico, en un exaltado estímulo a la ciudadania, creando asi el terreno abierto para apuntar como criminosa las innumeras acciones de ataque a los bienes materiales e representantes de la orden impuesta. La ilusória participación ciudadana que pasó a ser alimentada por el Estado, medios de comunicación y lxs proprietarixs, ilustró una estrategia descarada de buscar un apaciguamiento, tapar el sol con el colador. La verdadera presión sentida por lxs poderosxs durante los protestos vengó de la obstinada acción de lxs que buscaban atacar por todos los lados las faces de la opresión.

El problema dejó de ser la manifestación en si y pasó a ser la presencia de “bándalos” que se “infiltran” en “manifestaciones legítimas”. Lo que ocorió en verdad, fue lo que muchxs soñaban, muchxs más temían y muchxs outrxs dicían desear, pero se depararon y se asustaron con los hechos reales, se anularon de un posicionamiento solidário e consecuentemente conflictivo: La favela bajó al asfalto. Los actos apuntados como violencia son consecuencia y responsabilidad directa de un sistema político\económico basado en la mercantilización de la vida, en el absoluto control, en la violencia policial cotidiana, en la existencia de la cárcel como mecanismo de punición para cualquiera que se demuestre improductivo para esta orden. La dicotomía criminosx\inocente es  un juego, una farsa utilizada para intentar justificar el verdadero terrorismo estatal que surge como reacción a quien se revela. No se trata de una criminalización que aparece en este momento pero si de una lógica que criminaliza todo lo que esta en el camino del desarollo de los proyectos del capital, intentando descaracterizar actos de rebelión como algo vazio de contenido, y  aprovechandose de eso para encaminar la creación de una nueva ley anti-terrorista, una ley temporaria y emergencial para suplir  las necesidades de los grandes eventos deportivos, basada en la empolvada Ley de Seguridad Nacional, que prevee la punición de 15 a 30 años de reclusión por actos que hoy son llamados de “bandalismo”, además de otras cosas, incluso tornar el paro de servicios considerados esenciales para tales eventos, también pasible a la punición. Apuntan ahora como violencia la destrución de la propriedad privada ocultando asi la violencia incesante de la cresciente destrucción de la Tierra, del avance de un progreso asesino que lucra com el sangre que escurre de la naturaleza, de comunidades aplastadas y desalojadas, de las personas que tienen diariamente su dignidad arruinada en las cárceles, escuelas, fábricas, hospitales, manicómios …

Los pronunciamientos de la presidenta y de toda gentuza política, favorable a atender las reivindicaciones relativas al transporte público, al “combate a la corrupción” y las demás “vozes de la calle” elucidan un miedo, por intentar contener de alguna manera todo lo que esta pasando, de repente actuan como si les fueran importantes las reivindicaciones a las que nunca dieron atención, como es el caso del pase libre estudantil, que en la mayoría de los sitios era tratado por lxs gobernantes de manera irrisória, como algo distante y fuera de la realidad, ahora como un “truco” de mágia aprueban y obran como si eso para ellxs fuese una prioridad. Mientras tanto sus verdaderas prioridades sigen avanzando como si nada hubiese pasado,los proyectos de generación de energia, frutos de la dictadura militar, avanzan progresivamente, la militarización de las zonas necesarias para tales proyectos y los desalojos y remociones, también. Algo semejante pasa en las grandes ciudades, donde sea por mega-eventos como el mundial de fútbol, o por la toma de espacio por las clases favorecidas, comunidades enteiras son removidas y\o “pacificadas”.

El mundial es un estremecimiento sísmico en la existencia de muchas personas de cualquier parte de este territorio, pensar que la plata invertida en el deberia ser destinada a la salud y educación, es continuar con una confianza fantaciosa en el Estado, algo como creer en el conejo de  pascua. Vivimos el ápice de la relación Estado\Empreendedorxs-Empresarixs, la consolidación de un régimen donde el gran gobernante es el mercado,y lxs que se benefician de ello: Lxs ricxs. El régimen democrático siempre funcionou de esta forma, con una mano empuñando el látigo mientras la outra hace mimos, una dubiedad que visivilizó y obtuvo una apatia generalizada que poco-a-poco viene siendo desconstruida y subvertida en la generación de una reciente cultura de luchas, que trae nuevamente la acción directa como medio propulsor de transformación.

En Porto Alegre desde el año pasado se ha visto más expresivamente el conflito de las calles, que como en todo territorio, hirvió a partir de las mismas razones, y que progresivamente yego  a las proporciones que hoy ocupan la ciudad sin cualquier permisión u organización centralizada. Al mismo tiempo, la represión también afila sus garras, perseguindo, a grupos e individuos anarquistas, como siendo responsables de la ola salvaje de destrucción. La “inteligencia policial” una vez más demuenstra la imposibilidad de asociación  de estas dos palabras, creando terreno para armar un circo midiático más, manifestándose en declaraciones caraduras como la del gobernador del estado, donde compara lxs anarquistas con la basura de la extrema derecha. Apoyadxs en una lógica verticalizada y por lo tanto contraria a los propios principios anárkikos, apuntan a lxs antiautoritarixs como lideres e idealizadorxs de actos de ataque a la propriedad privada, una visible impotencia de reacción por parte de las fuerzas de seguridad, que  abre espacio para una venganza política direccionada a lxs que historicamente se declaran inimigxs del orden vigente.

Momentos de tormenta, donde incluso frente a la intensificación del contexto represivo y de un cada vez más intenso terror psicológico, deben ser motores de nuestra capacidad de transformación y creación, afilando las navajas de la solidaridad y de la propaganda, ejerciendo la anarkia como una tensión constante al existente mundo de misérias y mostrando una vez más que no existen diálogos o explicaciones para ser dados a lxs poderosxs, los actos de rebeldía ejercidos muchas veces por instinto, por la explosión furiosa del odio que es propiciado por la autoridad y represión, sin estar necesariamiente pautados en ideologías y teorías, hablan por si solas.

 

Pequeña Cronología de la Guerra Social vivida en las calles de Porto Alegre en los últimos tiempos: (cronología provisoria y abierta, no conclusiva)

 

4 Marzo 2012: En manifestación contra el aumento de la tarifa manifestantes tienen un pequeño enfrentamiento con la Brigada Militar, agrediendo a los robots uniformados a banderadas. Un contenedor de basura es incendiado.

 

4 Octubre 2012: En manifestación reivindicando los espacios publicos es ironizado el muñeco inflable de la Coca-Cola\Fifa con jóvenes bailando a su alrededor. Policía ataca en “defensa” del muñeco inflable y recibe respuesta.

Una patrulla de la Brigada Militar tienen su parabrisas destrozado.

Un banco es depredado.

6 personas son presas, siendo 4 liberadas en la misma noche y otras dos siendo liberadas apenas algunos días despúes, 20 personas heridas. Policía sufre grave trauma trás pedrada.

Con mucha polémica mediática el muñeco inflable Coca-Cola\Fifa es retirado de la calle.

 

27 Marzo 2013 Miércoles: En nueva manifestación contra el aumento del pasaje, manifestantes intentan entrar en la intendencia, enfrentandose con la Guarda Municipal, una manifestante es presa.

La intendencia es rayada y tienen la maior parte de sus vidrios rotos a pedradas.

Dos motos y un coche de la Guarda Municipal son atacados.

Un periodista ciervo del poder es agredido.

 

1º Abril 2013 Lunes: 6 mil personas en las calles, intendencia cierra más temprano. Manifestación se expande en la zona central realizando una marcha por las calles, el tránsito es completamente interrómpido a partir de las 18hs en adelante. De diferentes colores las pared se llenan de palabras escritas.

 

4 Abril 2013, Jueves: 5 mil personas abajo de la lluvia, se concentran en el centro contra el aumento de la tarifa del omnibus y se trasladan en animada protesta. Algunos omnibus son grafiteados y rayados, uno tiene la ventana apedreada. En el Edificio Edel Trade Center, donde funcionan bancos, embajada de Peru, etc, son tiradas bombas de tinta. En el local de Volksvagem Panambra una vitrina es rota, obejas abuchean. Frente al edificio de la EPTC( Empresa pública de transporte y circulación, cómplice del aumento) un bando ataca a pedradas una vitrina, alrededor son tirados petardos en dirección a la policía y los medios. Cobradora de la empresa pública de omnibus Carris es despedida por apoyar las protestas por internet.

 

11  Abril 2013, Jueves: En el auditorio Araújo Viana, es realizada nuevamente una concentración, pero esta vez marchando por la avenida Protásio Alves, yendo al encuentro de la ATP (Asociación de Transportadores de Pasajeros). Las fachadas reciben nuevas pintadas,vidrios son quebrados,tambien una unidad móvil es bandalizada.

Hasta las 23 hs aproximadamente mil personas se concentraban ahi.  Al día siguiente la sede de la asociación no abrió.

 

23 Abril 2013, Martes: 500 personas se concentran en frente de la prefectura (municipalidad), rayando su reivindicación de una reducción mayor en la tarifa del omnibus.

 

29 Mayo 2013, Miércoles: Alrededor de las 4 de la mañana,en medio de una fuerte tempestad en acción  planeada 200 policías de la Brigada Militar, Batallón de Operaciones Especiales, y el Grupo de Acciones Tácticas Especiales, atacaron contra el acampe de 43 días en defensa de los árboles que allí estaban plantados a décadas, impidiendo la ampliación de una avenida exigida por la Fifa, para tener acceso al estadio Veira Río. 27 personas son conducidas a la comisaría siendo incriminadas por desacato y otras virtudes. Al amanecer decenas de árboles ya habían sido cortadas.

 

Es importante contextualizar…. los protestos contra el aumento de la tarifa de omnibus se generalizaron de sur a norte en el territorio controlado por el estado brasilero. En cientos de ciudades, millones se manifestaron. El caso se puso serio. La torre de marfil de los políticos temblo. Para además del aumento del pasaje de omnibus,del día de la abertura, donde Dilma (presidenta de Brasil) y Blatter (presidente de la Fifa) fueron abucheados dentro del estadio, hasta el juego final de la Copa de las Confederaciones, cada juego fue una guerra fuera de las luces del estadio , contra la Fifa, el Estado, el Capital,contra este sistema de miserias. Hasta los comentarios deportivos trataban el tema de las manifestaciones. Todo esto tal vez sea la previa para la Copa del Mundo… alentaremos para que asi sea…

 

13 Junio 2013, Jueves: “Acabó el amor, esto aca se va a convertir en Turkía”. En una manifestación más y en solidaridad con  las manifestaciones ocurridas en el territorio brasilero cerca de 2 mil personas participaron del protesto. Muchas pintadas en el transcurso, todo lo que simboliza al poder es atacado por el camino. 6 bancos son depredados, quedando sus vitrinas destrozadas, edificio de la compañia telefónica de celular Oi es apedreado y rayado. En dirección al tribunal de justicia volaron piedras y objetos voladores ruidosos y no identificados. La patrulla de la EPTC y otros vehículos atacados. Parquímetro inutilizado. Auto del grupo RBS (medios) es cercado y atacado mientras transporta funcionarios al aeropuerto. Tiene el vidrio roto, es sacudido y rayado . Al día siguiente su diario impreso ZeroHora, diario de mayor circulación de la región trae como portada la foto de uma barricada incendiaria diciendo “se paso del límite”.

40 contenedores de basura dañados y usados como barricada en enfrentamientos con la Brigada Militar la cual evitó el conflicto interviniendo contra la manifestación en el barrio Cidade Baixa, dispersando, dividiendo, 23 personas son detenidas y despúes liberadas, un policía resulta herido.

En los días siguientes los diarios dicen: Protesto si Violencia no. ”Especialistas” y charlatanes se apuran en analizar la violencia de esta noche de fiesta antisistema en clara intención de unir la opinión del rebaño social para no empeorar la situación. Sus esfuerzos no alcanzan sus intenciones, la ira contra este sistema no es contenida, ni arrebañada, y las frías y lluviosas noches de manifestaciones arden cada vez mas…

 

17 Junio 2013, Lunes: millones de personas en las calles de las ciudades mas grandes de Brasil, aferrados enfrentamientos. En Porto Alegre enfurecida manifestación con 15 mil personas. Las calles centrales principales bloqueadas por la marcha dirigiendose al edificio de RBS Zero Hora. Impidiendo que la marcha pasase por el momumento envidrado de arrebañamiento social, de mentira, de engatuzamientos. En los aledaños Edificio de la Policía Federal es apedreado, una consecionaria de motos Honda tiene 31 vitrinas quebradas, motos son dañadas, ovejas pacifistas impiden saqueos, mientras tanto otros establecimientos no dejan de ser saqueados. Aproximadamente una decena de agencias bancarias son atacadas quedando sus estructuras severamente dañadas. El Instituto de Identificación\Instituto Geral de Pericias (Policía Civil) lugar donde son confeccionados los documentos de identidade es destrozado. Consesionaria Volksvagen Panambra es apedreada dañando automóviles del local. En la calle las paredes antes blancas gritan rabiosas. 60 contenedores de basura son incendiados y dañados. Una patrulla de la Brigada Militar es cercada y atacada a palazos por los manifestantes. En la avenida João Pessoa son armadas muchas barricadas. En el transcurso 5 omnibus son apedreados, frente al parque de la Redenção un omnibus es incendiado. Durante esta noche despues del incendio 371 omnibus de la compañia pública de omnibus Carris son retirados de circulación por seguridad. Cerca de las 23 hs un grupo ataca y rompe las vitrinas del Palacio de Justicia al rededor del Palacio Piratini (gobierno de estado) y la Asamblea Legislativa siendo dispersados con bombas de efecto moral, 2 personas son presas alli, en total 38 personas son detenidas en los enfrentamientos de esta noche, 4 personas quedan malheridas. Todas las manifestaciones son monitoreadas por helicópteros del grupo RBS\Globo y transmitida en el canal de televisión regional TVCOM. Al día siguiente gobernador se reúne con su cúpula de seguridad y los tres diarios mas grandes del estado (provincia\departamento) estampan sus portadas con fotos de omnibus en llamas.

 

20 Junio 2013, Jueves:  Durante la tarde Policía Civil invade biblioteca anarquista A Batalha da Várzea en el barrio Cidade Baixa capturando botellas plásticas con aceite de cocina usado enviado para perícia, y libros. A partir de ese dia anarquistas reciben la indeseable visita policial en sus casas. En mas de 100 ciudades de Brasil manifestaciones estremecen la rutina del capital, rompen la normalidad, atacan y ofenden al poder y sus instituciones. Bajo lluvia a 14ºC cerca de 20 mil personas se agitan en las calles de Porto Alegre en fuertes enfrentamientos con la Brigada Militar. Toda la manifestación es acompañada por helicópteros y transmitida en vivo. Al rededor del edificio de RBS\Zero Hora se inician nuevamente los confrontos, cohetes, piedras, bombas caseras,coquetel molotov versus balas de goma y bombas de efecto moral. La sede de la Policía Federal es atacada intensamente a pedradas por segunda vez formandose ahi una aferrada barricada. Mismo  con la colocación de maderas en las vitrinas pidiendo paz el local de Honda es destrozado por segunda vez asi como el Instituto de Identificação\Instituto Geral de Perícias (Policía Civil) posteriormente cerrado por semanas. Del otro lado de la calle el Centro Comercial João Pessoa no se queda atrás, siendo expresamente perjudicado. Una decena de agencias bancarias destrozadas con algunos intentos de incendio contenidos por los bomberos. Se escucha estruendo de bomba casera  en la sede del Jornal do Comércio (diario). Las sedes del PT y del PMDB son atacadas. Hasta ese día se sumaban 92 contenedores de basura dañados en los disturbios, evitando la proliferación de las barricadas por la mañana DMLU (departamento municipal de limpieza urbana) recoje 80 contenedores de las calles, durante la noche más de 10 contenedores son dañados. Innumerables comercios son saqueados, registrando prejuicios de 600 mil reales. La prefectura(municipalidad) llora prejuicios de 825 mil reales en daños. 830 policías presentes en las represiones. El efectivo más grande de la Brigada Militar en 5 años. Dos policías heridos y 20 personas son presas siendo algunas encaminadas para el Presidio Central. Hasta aproximadamente media noche son registradas acciones de grupos de encapuchados por el centro enfrentando a la policía con petardos y bombas caseras, rayando, destruyendo, iniciando focos de fuego, saqueando. Un morador del centro intenta impedir incendio ya iniciado en agencia del banco Itaú amenazando encapuchados con revólver, todos logran escapar, la policía es llamada resultando en la prisión del sujeto armado, por porte ilegal de arma. Asustado el prefecto (municipalidad) José Fortunati acompañaba el protesto a través de las cámaras de monitoreamento en el Centro Integrado de Comando de la Ciudad de Porto Alegre, (CEIC). Al día siguiente la presidenta Dilma Roussef convoca reunión de emergencia con ministros y luego cancela viaje a Japón. En esta onda presidente del Banco Central cancela  viaje a Londres para ver “inversionistas”. Departamento de Estado norte-americano anuncia estar acompañando protestas en Brasil. (ABIN) Agencia Brasilera de Inteligencia declara análisis diário en internet con sistema online de 700 términos preestablecidos para rastreamiento. Frente a la realidad Brad Pit cancela su viaje a Brasil para lanzamiento de “Guerrra Mundial Z” ficción la cual protagoniza. Gobernador de Rio Grande do Sul, Tarso Genro, promueve propaganda de difamación a los anarquistas apuntándolos como ”tendencia facista”. Mentores de la violencia en las calles y los cuales ”odian todo a no ser ellos mismos”.

 

24 Junio 2013, Lunes: Como maniobra defensiva durante la tarde la policía bloquea el entorno de la Plaza de la Matriz, el DMLU recoje 80  contenedores de basura, negocio cierra sus puertas aun por la tarde. 10 mil peresonas en porto alegre protestan bajo las lluvias finas, policía dispersa manifestaciones con bombas de gas lacrimógeno no centro de la ciudad acorralando y dividiendo a las personas en pequeños grupos. En el centro y barrio de Cidade Baixa grupos atacan propiedades, destruyen, saquean, incendian, arman barricadas, aproximandamente una decena de bancos son atacados. Edifícios del Estado\Municipio son atacados, Tudo Fácil (local del municipio), CEEE (compañia de energía elétrica estadual), DMLU, Secretaria Municipal de la Juventud fue derrumbada y destrozada, en el edificio de SMIC (fiscales municipales) además de apedreamientos son tirados coquetes molotvs. Aproximadamente 30 contenedores son incenciados, autos son atacados, una cantidad considerable de negocios son saqueados en el centro. El sindicato de los comerciantes sufren 2 millones de reales en pérdidas sumándose la caída del 60% de sus ganancias. El cuerpo de bomberos combatió a más de 30 focos de incendio. En las proximidades de una agencia bancaria encapuchados amenazan y presionan equipo de periodistas de TV Pampa para que entreguen los dos cartones de memória de las cámaras de ellos. 103 personas presas, siendo varias de ellas encamindas al presídio central.

 

27 Junio 2013, Jueves: Una manifestación ”cultural” es llamada frente a la sede de gobierno de estado; Palácio Piratini. Toda la región es completamente blindada por la Brigada Militar que inclusive manda refuerzos desde el interior del estado. Un grupo de ”organizadores” de los protestos entra en el antro gubernamental para mendigar ilusorias reformas al gobernador y pedir su ajuda. Mientras tanto manifestantes enfurecidos derruban rejas y atacan a la Brigada Militar con piedras, en los confrontos un sargento es herido en el ojo, se desparraman por las calles del centro y de la  Cidade Baixa, realizando actos de ataque a propiedad privada y al mismo tiempo que intentan escapar del enorme contingente de Brigada Militar que los persigue en una verdadera cacería humana transmitida en vivo por TVCOM. Gobernador cierra la noche con un discurso y aplausos a la tropa de choque en frente a su palácio.

 

1ro Julio 2013: En la madrugada de conmemoración de la victória de la selección brasilera en la Copa de las Confederaciones son incendiados tres patrulleros de la Brigada Militar. Dos de ellos en Porto Alegre en el estacionamiento de la Secretaria de Seguridad Pública local donde funciona la oficina del secretario de seguridad, actividades de la Brigada Militar, Policía Civil, Susep (guardia penitenciária), Detran (fiscalización del tránsito) asi como teleatendimiento (telealcahuete) 190 de la policía. Anónimos se adentraron en las sombras del  estacionamiento y golpearon con osadía, incendiando dos patrullas, una tiene pérdida total. Todavía  a los redores de la Secretaría de Seguridad Pública son incendiados 10 contenedores de basura en la misma noche. En la ciudad de Fontoura Xavier además de la patrulla de la Brigada Militar totalmente incinerada, dos vehículos más estacionados junto entran en la hoguera, de los 3 sólo restaron cenizas.

 

131516171920212223Por Ramiro Furquim/Sul2125

Por estos desdobramientos muchxs enfrentaran procesos, pero nadie permaneció preso.

 

This entry was posted in Guerra Social. Bookmark the permalink.

One Response to Cronologia da guerra social vivida nas ruas de Porto Alegre

  1. Pingback: [Brésil] Nouvelles de la guerre sociale depuis les rues de Sao Paulo et de Porto Alegre | Le Chat Noir Émeutier

Comments are closed.