[RELATO] Marcha Contra Monsanto acontece a cidade de Porto Alegre

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No final da tarde do dia 25 de maio, manifestantes se reuniram diante da sede da Monsanto em Porto Alegre, como parte do calendário da Marcha Mundial Contra a Monsanto. A marcha de cunho autonomista e organização descentralizada não contou com o apoio de qualquer partido político ou instituição estatal.
Em atitude irreverente e provocativa um número crescente de pessoas com faixas e cartazes permaneceu na calçada, em frente ao prédio comercial na Rua Mostardeiros, n.800, para contestar o acobertamento do governo brasileiro aos crimes corporativos da Monsanto no Brasil. 
Na medida em que chegavam os manifestantes eram abordados por um funcionário da administração do prédio que tentava convencê-los a dispersar com o argumento de que a Monsanto não funcionaria mais naquele endereço. Ainda que a informação fosse de encontro aos dados presentes na página da empresa na Internet e em diversos mecanismos de busca e indicadores, a mídia comercial fez questão de divulgá-la.
Ignorando a tentativa de desarticulação, manifestantes distribuíram panfletos a quem passava, gritavam “fora Monsanto” e “sementes para a vida e não para a morte” e “abaixo a epidemia de câncer”.
Seguranças do edifício passaram a pressionar manifestantes que seguravam uma enorme faixa onde se lia “Monsanto Semeia a Morte, Contra a Epidemia de Câncer, Revolte-se, Revide, Reaja.” para que liberassem a entrada e saída dos veículos de luxo do edifício. A pressão novamente não surtiu efeito, os manifestantes seguiram no local.
Um automóvel com caixas de som estacionado diante da sede, disponibilizava um microfone para que qualquer um que quisesse se manifestar. Pelas caixas de som manifestantes denunciavam a falta de escrúpulos dessa corporação, o silêncio da mídia comercial e a cumplicidade do estado. Nos intervalos das falas, foram tocadas pelo carro de som, músicas das campanhas contra a Monsanto de outros países, embalando os gritos dos participantes da marcha.
Com a presença de mais pessoas com faixas e cartazes, a manifestação ganhou corpo e passou a bloquear a rua de tempos em tempos. A ação gerou o que alguns manifestantes chamaram de “buzinaço de apoio à Marcha Contra Monsanto”.
Após o tráfego ser bloqueado, o ato passou a ser acompanhado por um efetivo cada vez maior da Brigada Militar que interditou a Rua Mostardeiros. A Interdição levou os manifestantes a se deslocar até a avenida Goethe e também bloqueá-la. Ao mesmo tempo mais pessoas se juntaram à marcha. 
Uma pessoa fantasiada de morte, com um símbolo de transgênico pintado na testa, semeava milho transgênico pela calçada do prédio e nos pés das pessoas, pela rua Mostardeiros, convidando os motoristas e transeuntes a seguirem comprando transgênicos para assim, morrerem de câncer. 
Houve também motoristas que gritavam palavrões e chavões trabalhistas como “vai trabalhar vagabundo” aos manifestantes que responderam mais de uma vez com “vai morrer de câncer”. Os motoristas mais ansiosos chegaram a acelerar contra os manifestantes que reagiram se defendendo. Motociclistas tentaram furar o bloqueio. A intolerância dos motoristas aumentou o nível de tensão, mas não incorreu em nenhum incidente grave.
Após a brigada militar ter desviado o tráfego também da avenida Goethe, os manifestantes decidiram marchar pela cidade, percorrendo mais de três quilômetros, com gritos e panfletagem para alertar a população sobre o envenenamento através do consumo de produtos transgênicos e o perigo dos agrotóxicos para suas vidas. 
A marcha terminou com um número reduzido de pessoas no largo zumbi que antes de dispersarem acordaram em realizar uma Marcha Contra Monsanto ainda maior em 2016
Ao mesmo tempo na cidade, a fachada de um banco foi atacada com pedras e tinta, e um McDonalds também foi pixado. Possivelmente a motivação destes atos era lembrar a correlação de empresas como a Monsanto com o capital financeiro, e com restaurantes que vendem seus produtos cancerígenos à população.
Nos dias posteriores, a mídia de massas não divulgou uma nota em suas televisões e jornais, buscando garantir a desinformação dos motivos da marcha, demonstrando seu compromisso com os interesses de empresas como a Monsanto, que propagam a doença entre a população.
A Monsanto é uma empresa multinacional mundialmente reconhecida por envenenar solos e água com pesticidas, produzir organismos geneticamente modificados cancerígenos, levar a extinção espécies polinizadoras, e perseguir milhares de agricultores nos quatro cantos da Terra.
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